Coffee | jjk + pjm

[24] but maybe I hate the way destiny hates us.

Eu poderia tá matando, poderia estar roubando

Mas estou aqui pedindo seu votinho

☆ 

Jeon Jungkook não sabia como se sentia quando entrou naquele carro.

Jeon Jungkook não sabia como se sentia quando acelerou a velocidade.

Jeon Jungkook não sabia como se sentia quando estacionou em frente à empresa.

Jeon Jungkook muito menos sabia denominar seus sentimentos quando apertou o botão do elevador um zilhão de vezes.

Mas se Jeon Jungkook não sabia de algo, era como se sentia quando viu "Jeon Jungyeon" escritas na placa da porta do escritório de seu pai. Tampouco sabia descrever quando entrou, apressado, e viu seu amigo de cabeça baixa, olhando para os pés em pé, enquanto seu pai olhava para ele severamente.

Mas sentiu quando o olhar do Jeon mais velho passou a encará-lo. E sabia tanto como se sentia que com todos os turbilhoes de emoções que lhe atingiram, escolher uma palavra era um verdadeiro desafio.

Abrupto. Selvagem, cruel. Como um predador perseguindo a sua presa. Como um assassino que perseguia sua vítima sem pressa.

Como o destino que parecia persegui-lo e cercá-lo por todos os cantos.

— Jungkook, você- — Hoseok levantou a cabeça, percebendo sua presença com o baque da porta que foi fechada atrás de si, mas foi interrompido por sr. Jeon:

— Cale a boca, Jung! O que eu te disse? Em que momento te dei permissão de fala? — As palavras frias fizeram Hoseok tremer, seus ombros abaixando aos poucos.

Hobi estava com medo.

E aquilo fez Jungkook sentir-se ainda mais amedrontado, porque sempre que sentia medo, seus hyungs o protegiam. Quando estava com medo, o encorajavam.

E se Jung Hoseok, o garoto positivo e esperançoso, não parecia ter esperança... era porque ali não havia alguma.

De qualquer forma, Jungkook sairia perdendo algo; e sabia muito bem que uma das opções era Hobi.

— Jungkook. — Seu pai chamou-o. O mais novo ergueu o olhar para si, e só pôde encontrar o vazio naqueles olhos castanhos. Era como um buraco negro. A mandíbula de seu pai moveu-se para sua frente, simbolizando a cadeira.

O acastanhado sentiu-se tonto. Era como se as paredes estivessem desabando ao seu lado e estivesse preso entre os destroços.

Cambaleou até a cadeira, onde firmou ambas as mãos por apoio nos braços do objeto e caiu sentando, vendo seu pai erguer a sobrancelha pra si.

Sempre o olhando. Sempre o observando, sempre à espreita. Seu pai sempre estava de olho em si.

Aquilo era um castigo por algo que tenha feito? Qual pecado seria tão digno de uma tortura daquelas?

Ouviu o suspirar pesado de Jungyeon, suas narinas dilatando.

— Aonde você estava?

— O q-quê? — Jungkook não entendeu o sentido da pergunta, talvez por não estar se sentindo bem. Mas não era como se seu pai se importasse com seu bem-estar, de qualquer forma.

— Eu perguntei aonde você estava. — Repetiu, entredentes. — Aonde você estava hoje, uma semana atrás, um mês atrás. Aonde você tanto precisava ir para entrar mais cedo pra sair mais cedo? Se encontrar com Roseanne Park? Uma festa que poderia render frutos para a empresa? — Jungkook manteve-se calado.