As luzes coloridas do local machucavam a minha vista, dando certa dor de cabeça que só aumentava pelo barulho que jazia ali, mas eu não iria embora, mal fazia uma hora direito que eu estava ali, curtindo a minha noite, e não daria o pé apenas por umas luzinhas incômodas, abandonar a festa antes mesmo que começasse era para os fracos. Os cheiros fortes de bebidas me deixava com um leve enjoo, porém, não era tão ruim como de costume, o pior mesmo era o aroma de vários perfumes se fundindo naquele pequeno espaço, se misturando com o das bebidas e a catinga do suor medíocre das pessoas que já estavam cansadas. Fracos demais para aguentar uma simples festinha, adultos não tem a força que os jovens de merda conseguem manter quando excitados ou putos com a vida.
— A noite é uma criança, quem não aguenta vai pra casa dormir!! — Exclamei risonho e ergui um dos braços completamente embriagado e animado, sabendo que a música alta não permitiria que todos me ouviriam, mas alguns ao meu redor riram pelas minhas palavras, concordando sem pensar duas vezes.
Tanta pegação ao meu redor me deixava desnorteado, perdido naquele antro de perversidade que fora opção própria me intrometer, um sentimento tosco de euforia crescendo no meu peito, sufocante e doentio na medida certa do improvável, do doloroso.
Admito, sem pudor algum, que eu não me sentia nem um pouco desconfortável em um canto daqueles, vendo homens se esfregando nas mulheres e vice-versa da maneira mais carnal de todas, não ficando nus ali mesmo pelo pingo de decência que tinha e pelas regras de proibido saliência fora dos quartos alugados.
Não sentia nojo por me ver em meio aquela podridão e obscenidade já tão costumeira do subúrbio, na verdade, eu estava até com um tico de inveja, queria estar no lugar deles, queria ter alguém com quem me pegar de maneira tão obscena em local público, que me olhasse da mesma forma apaixonada que a maioria se encarava enquanto outros lhe olhavam com a mesma inveja que eu sentia, com o mesmo desejo e tesão acumulado que eu os encarava.
“Você não é a puta de um viadinho? Vai lá então, vai pegar geral na balada, aposto que você se ajoelha pra qualquer pau que ver.” As palavras queimadas com ferro na minha memória, marcadas pra uma eternidade de lamúrias e ódio contido. Meu pai pensava aquilo, foi ele que disse, ele queria que fosse assim, então por que não lhe dar isso? Se eu já sou ao seus olhos, do que importa agora como vou agir? Se curtir a vida minha única opção de felicidade, se não me restavam escolhas, eu iria aproveitar o máximo.
Era um garoto problemático que terminava o seu segundo ano do ensino médio, não conhecia a vida direito e pensava que estava fazendo o certo, tão bobo, tão infamemente inocente. Se precipitou tanto ao longo da vida, sem saber o que queria, quem eram os seus amigos de verdade. Ah, se sua família tivesse lhe dado um pingo, nem que fosse uma simples gota, de compreensão seria o suficiente, um renegado por causa de algo que não era possível mudar, abandonado pelos que mais amava no mundo.
Falta de diálogo. Este era o problema da família McClain. Se o dono, o pai, for contra, todos os outros não podem levantar a mão para pronunciar um a que seja. Os hematomas roxos que alguns tem serve como prova.
Revirei os olhos, não precisava ficar lembrando de coisas tristes em um momento como aquele. Estava ali para me divertir e era isso que eu faria, custando o que fosse necessário.
Larguei o copo de plástico vazio que eu segurava, jogando-o no chão sem ligar para quem poderia pisar naquilo e puxei o cara alto e pálido que dançava na minha frente, ele requebrando sedutora e libidinosamente contra o meu quadril, se esfregando da forma mais indiscreta que existia, não ligando para aqueles ao nosso redor, os cabelos negros como a noite colando na sua testa pelo suor de uma maneira que não deveria, porém, era completamente irresistível. Ele era um homem interessante, tinha um papo interessante e mesmo magricela ainda assim era gostoso, o físico lembrava bastante o meu o que me agradável, principalmente pela bunda redondinha e grande que ele tem. Minha atenção havia sido completamente voltada a ela quando nos conhecemos.

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𝘉𝘦𝘤𝘢𝘶𝘴𝘦 𝘐 𝘩𝘢𝘥 𝘶 - 𝘒𝘭𝘢𝘯𝘤𝘦
FanfictionDeveria ser apenas uma noite normal, música alta, bebidas em exagero e dança, ou seja, só diversão e nada mais. Só que as coisas foram parar em um rumo bem diferente do imaginado. Lance acabou se viciando e, esse vício, tinha nome e sobrenome: Keith...