Semanas depois...
Depois da refeição, Emmett convidou-me para ir a sua casa, alegando termos algo para conversar em particular. Antes de ir, tive uma pequena conversa com Zahira.
_esta nervoso? - indagou direta, e eu assenti sem graça - não precisa ficar! Emmett jamais faria algo que você não quisesse!
_mas e se eu fizer algo errado? - perguntei vendo-o sair da casa e sorrir para mim.
_não vai! Basta ter confiança em si mesmo! E confiar em Emmett! - declarou segura - e lembre-se, você é meu irmãozinho, qualquer coisa eu acabo com ele! - ela ergueu o punho em aviso.
_ok! - ela puxou-me e depositou um selinho casto em meus lábios.
_qualquer coisa, estou aqui! - falou antes de passar por Emmett e entrar na casa.
_vamos! - assenti e segui meu companheiro até seu carro.
Seguimos em silêncio pela rua principal; até chegarmos perto do hospital, onde ele dobrou em uma das ruas, seguindo pelo caminho há conhecido por mim, indo em direção a sua casa, que ficava ao lado de uma confeitaria, na qual eu sempre podia comer o que quisesse.
Ele entrou com o carro na pequena garagem e saímos, entrando em seguida na sua casa, construída com material rústico, havia um sofá de camurça ali, duas poltronas, a televisão e uma estante com livros, logo ao lado a cozinha e seguindo o corredor a esquerda, havia dois quartos suites com banheiro dentro e um banheiro no final do corredor._fique a vontade... Eu apenas vou tomar um banho rápido e retirar o uniforme! - sorri com seu jeito meigo e assim ele partiu rumo a uma das suites, e eu sentei-me no sofá.
Fazia uns poucos dias, que estava me sentindo estranho, o clima não estava quente, mas mesmo assim, me senti suando um pouco. Levantei-me e fui a cozinha, para tomar um copo de água, porém minha vista escureceu durante o caminho, e tive que me apoiar na parede. Meu corpo estava tão consistente quanto um pudim, e minha respiração tornou-se pesada. Engoli em seco e tentei chamar Emmett, porém somente um gemido sôfrego foi emitido por minha boca.
Senti uma dor aguda nas costas, seguida de outra no ventre, o que fez meu corpo se contorcer. Um cheiro amadeirado queimou em minhas narinas e com as poucas forças que tinha, rastejei rumo aquele cheiro perfeito. Conseguia salivar só de imaginar a fonte dele.
_Elloran! - sua voz grave fez com que meu corpo estremecesse, e a dor aumentasse.
_Emm... - murmurei.
Senti suas mãos tocando-me, quando o mesmo me tomou em seus braços, e senti meu corpo se incendiar por completo. Lembrei-me do calor do cio, que minha mãe um dia me contou, como os ômegas reagiam ao cio apenas ao lado de seus companheiros.
_o que está havendo? - Emmett indagou e com esforço abri os olhos para vê-lo apenas de toalha, em encarando ofegante - não me diga que... - seu olhar de pânico denunciou seu desespero.
_me deixe... - pedi num lamento - você não pode...
Não queria que ele me tocasse. Meu corpo era marcado, sujo, continha cicatrizes hediondas. Emmett não podia se contaminar com minha imundisse.
_jamais irei forçá-lo, mas você está com dor! - alegou com a voz trêmula - precisa acasalar! As dores só aumentaram comigo aqui!
Ah, disso eu lembrava, estar no cio, perto de um companheiro, e não acasalar, era tão ruim quanto a dor da rejeição. Urrei ao sentir outra pontada forte em minhas costas, fazendo minha respiração quase cessar.
_n-não... - balbuciei - imundo... - murmurei - meu corpo...
_o que? - olhou-me incrédulo, mas suas íris antes claras, escureceram, assim como seu cheiro tornou-se mas forte, me deixando ainda mais excitado e com dor. - nunca mais repita isso...
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Alma de Urso - Livro II - Série Amores Indomáveis
RomanceElloran fora uma vítima desde o seu nascimento, sofrendo nas mãos de pessoas que não se importavam com sua existência. Ele era apenas mais um animal, apenas um brinquedo. O jovem urso polar tivera a vida marcada para sempre, e ainda sim, manteve sua...