Acasos Da Vida (COMPLETO)

Capítulo 01

CAPÍTULO UM

Eram pouco mais de seis horas da manhã, quando Pâmela saiu de casa para ir para o seu primeiro dia de trabalho. Enquanto caminhava, plugando os fones no ouvido, iniciando sua playslist favorita, a garota de belos e longos cabelos ondulados sentiu a brisa da manhã soprar suavemente sua tez morena, refrescando-a.

Embora estivesse levemente sonolenta, a jovem de estatura alta, tendo por volta de 1,75 de altura, estava ansiosa para enfrentar seu primeiro dia de trabalho.

Pâmela Campos era uma enfermeira, que com seus vinte e cinco anos, havia sido designada pela empresa de cuidados domiciliares na qual trabalhava, a ser acompanhante profissional de uma paciente que se encontrava internada no Hospital São Miguel. Parte de seu ânimo dava-se pelo fato de que na época da faculdade havia feito estágio no local, sendo uma de suas experiências favoritas.

*.*.*

Eram quase oito horas da manhã quando Ivana estacionou seu carro no hospital e recolheu seus pertences no banco traseiro do veículo.

Antes de adentrar o local, inspirou fundo enquanto vestia seu jaleco, pensando no quanto aquele dia prometia ser quente, tendo em vista que o céu estava límpido, azul, sem qualquer presença de nuvens. Um belo dia, entretanto, caloroso. Por fim, recolheu seu estetoscópio, colocando-o no pescoço, ajeitou os cabelos tingidos de uma tonalidade amendoada no reflexo do vidro do veiculo e ativou o alarme.

Assim que cruzou a recepção do hospital, a médica saudou com cordialidade as moças que trabalhavam no setor, oferecendo-lhes um sorriso gentil e seguiu para um dos postos de enfermagem, recolhendo sua prancheta para realizar sua primeira corrida de leito.*

O primeiro quarto seria o de número 106. Era da paciente Antônia Castro, uma mulher de 55 anos ao qual se encontrava paraplégica, em uso de respirador, totalmente dependente de cuidados após sofrer um acidente automobilístico. Após ter o quadro estabilizado no outro hospital, foi transferida para o Hospital São Miguel para reabilitação e cuidados prolongados.

Antes de bater a porta, a mulher de estatura mediana aprumou o corpo, inspirou fundo e, por fim, fez o gesto, girando a maçaneta logo em seguida.

O quarto estava com uma penumbra confortável e sua primeira visão foi a paciente dormindo em seu leito. Deu mais alguns passos, de forma que adentrasse mais o local e logo em seguida, viu uma jovem, quase deitada em uma poltrona que ficava em um canto, abaixo da janela.

— Oh, bom dia! — Ivana disse baixinho, aproximando-se da garota. — Não vi você aí...

A moça arqueou as sobrancelhas delineadas e levantou-se da poltrona, ajeitando os cabelos negros que estavam levemente desgrenhados.

— Ah, tudo bem... — sorriu de volta para a médica. Elas ficaram se olhando por uma breve fração de segundos.

— Meu nome é...

— Ivana Lisboa — a outra a interrompeu, sorrindo. — E eu sou Pâmela, a enfermeira que cuidará da dona Antônia de agora em diante!

Elevando as sobrancelhas, Ivana apresentou um semblante admirado e deu um risinho, passando as mãos pelos cabelos lisos, em um corte Chanel com franja, dizendo:

— Ora, como sabe o meu nome?

Pâmela mordiscou rapidamente o lábio inferior e desviou o olhar da mulher por alguns segundos. Sentiu quando seu rosto assumiu um tom rubro. Infelizmente, tinha o péssimo hábito de guardar os nomes das pessoas.

— Eu vi na ficha da paciente — respondeu enquanto brincava com a costura da calça jeans. Estava visivelmente tensa. — Mas na verdade, já te conhecia antes, doutora Ivana.