Acasos Da Vida (COMPLETO)

Capítulo 02

CAPÍTULO DOIS

Assim que saiu do trabalho, após passar grande parte do dia prestando cuidados a paciente, Pâmela acessou suas redes sociais e decidiu procurar pelo nome da médica, encontrando-a com facilidade.

Entretanto, a rede social de Ivana era bastante limitada sobre as suas informações. Havia poucas fotografias e as que tinham, era de péssima qualidade. Suas últimas postagens evidenciavam que há meses a mulher não acessava o perfil. Contudo, uma informação disponível acendeu a mente da enfermeira. A médica era viúva.

Um sorrisinho malicioso apresentou-se em seu rosto e continuou acessando o perfil por mais algum tempo e descobriu que a mulher era mãe de duas garotas que aparentavam possuir uns dezoito anos de idade e tinham muita semelhança com Ivana.

Por fim, pouco antes de sair do transporte coletivo, Pâmela guardou o celular e seguiu para casa.

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Embora a enfermeira possuísse uma aparência atraente, Pâmela era solteira. Seu último relacionamento havia sido com um rapaz e não durou mais que um mês. Aparentava ser calma, porém não era paciente para muitas coisas, dentre elas, o drama masculino. Então, logo que viu que o namorado era desse jeito, tratou de findar a relação.

Morava com em um apartamento com Nina, sua cadela de estimação e ficava a poucos minutos distante do Hospital São Miguel. E como estaria de folga no dia seguinte, tendo em vista sua escala de trabalho, tratou de tomar um banho relaxante e preparar seu jantar. Sentia-se inspirada naquela noite, mesmo que fosse para cozinhar apenas para si.

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Eram quase nove horas da noite quando Ivana finalmente chegou a sua casa. Como sempre, o apartamento estava silencioso, vazio, pois tanto Jéssica quanto Alice estavam ausentes, afinal de contas, cursavam faculdade em outro estado. E era exatamente nesse momento em que a solidão se fazia companheira da mulher, mas naquele dia foi diferente.

Apesar de estar exausta, a mulher largou suas coisas sobre a mesa de centro da sala e seguiu para sua suíte, despindo-se cuidadosamente, enquanto se observava através do espelho. Desde que havia ficado viúva, não conseguia observar seu corpo como antes.

De estatura mediana, pouco mais de 1,65 de altura, Ivana tinha curvas delicadas que harmonizavam sua silhueta. Sorriu ao lembrar-se do elogio da jovem Pâmela.

Aproximou-se um pouco mais do espelho e observou atentamente seu rosto de um modo que nunca havia feito antes. De fato, logo que ficou viúva, sofreu muito com tal ausência, afinal, havia sido uma perda brusca e inesperada. Viveu por meses tomando medicações controladas até mesmo para conseguir dormir, já que a insônia sempre lhe fazia companhia, fazendo com que seus olhos castanhos vivessem cercados por olheiras escuras e profundas.

Por fim, a mulher entrou embaixo do chuveiro, deixando que a água morna relaxasse o seu corpo.

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No dia seguinte, assim que chegou ao hospital, Ivana sentia uma pequena dose de euforia envolver seu corpo. Estava tão ansiosa que o primeiro quarto que decidiu passar, foi de número 106. De alguma forma, mesmo que inconsciente, queria encontrar Pâmela outra vez.

Seu coração batia forte e antes de abrir a porta do leito, inspirou fundo e assim o fez, apresentando um sorriso alvo.

— Bom dia! — exclamou, porém sentiu-se desapontada ao perceber que havia outra moça acomodada na poltrona do acompanhante.

— Olá, doutora Ivana — a garota de cabelos loiros, aprumados em um coque, disse.

— Ah, é... — forçou um sorriso para a cuidadora e arqueou as sobrancelhas, sentindo seu rosto formigar. — Como a nossa paciente passou a noite?