Capítulo 07

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CAPÍTULO SETE

Alguns dias haviam se passado desde a aproximação intensa de Pâmela e Ivana. Viam-se quase que diariamente no hospital e encontravam-se por diversas vezes, em passeios que resumiam-se em barzinhos, cinemas, caminhadas e evidentemente, sempre conversavam bastante e abertamente sobre inúmeros assuntos.

Inclusive, foi em uma dessas conversas que a enfermeira descobriu que a mulher possuía duas irmãs, sendo uma também médica e a outra fisioterapeuta, entretanto, ambas residiam em outra cidade. Assim como também Ivana soube que Pâmela era a filha mais velha de dois irmãos, sendo um por parte de mãe e outro por parte de pai.

— Você é muito ciumenta, Pâmela? — Ivana indagou enquanto caminhavam pelo shopping, após saírem de uma sessão do cinema.

— Hã... — a garota titubeou por uns segundos. — Depende, Ivana. Não surto com qualquer coisa, gosto muito de elogiar e apreciar outras pessoas, assim como acho que minha parceira tenha liberdade para fazer o mesmo. Desde que tudo seja feito com respeito — as duas sorriram. — E não adianta eu ter ciúmes doentio de alguém, afinal de contas, se a pessoa tiver que me trair, vai acontecer com ciúmes ou não. Isso apenas me deixaria louca... E você?

As duas acomodaram-se em uma mesa vazia disposta na praça de alimentação do estabelecimento.

— Bem, Pam... — a médica deslizou os dedos suavemente por seus cabelos e encarou a garota. Um suspiro discreto escapou dos lábios da enfermeira. — Sou muito liberal, sabe?! Até porque não tenho mais idade para me aborrecer. Você é uma mulher jovem, bonita e consigo sentir seus sentimentos por mim, mas sei que tudo pode acontecer. Então, se você se sentir interessada por alguém, em algum momento, por favor, me conte.

A moça esticou as mãos sobre a mesa, e segurou as da mulher.

— Digo o mesmo pra você, Ivana! — um sorriso de cumplicidade exibia-se em ambos os rostos.

*.*.*

Assim que a mulher estacionou o carro em frente ao edifício onde a enfermeira residia, Pâmela retirou o cinto de segurança e sem pestanejar, inclinou-se na direção de Ivana, emaranhando seus dedos nos cabelos amendoados da médica, beijando-a.

O toque de lábios iniciou-se suavemente. Roçaram-se e em seguida, a língua úmida da jovem lambeu a boca da mulher cuidadosamente, como se pedisse passagem e Ivana acatou, entreabrindo-a minimamente. Segundos depois, a respiração enérgica condenava o beijo impudico que acontecia.

A mulher mais velha estremeceu-se ao sentir uma das mãos da moça apertar firme a região interna de uma de suas coxas. Um calor conhecido, que ficou adormecido dentro de si durante tanto tempo, começava a despertar.

— Pâmela... — sua voz soou rouca, levemente estremecida, pousando o queixo no ombro da moça.

A garota subiu com a mão na coxa da médica, aproximando-se ainda mais do local que se encontrava quente, pulsando.

— Te desejo tanto, Ivana — sussurrou no ouvido da mulher.

O arrepio foi inevitável em ambas.

— Se você continuar assim — a mulher falou tentando não perder o controle da situação. — Vamos fazer sexo aqui mesmo... — deu uma risadinha repleta de sensualidade e acariciou o rosto da enfermeira.

As duas beijaram-se mais uma vez. Recostaram a testa uma na outra. Sorriram.

— Não quer subir? — Pâmela sugeriu beijando o rosto da mulher.

— Aí, Pam... — Ivana fez um beicinho e fechou os olhos. — Gostaria muito — segurou as mãos da menina. — Mas é que ainda precisamos conversar sobre alguns detalhes. Sinto-me insegura com algumas coisas...

Acasos Da Vida (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora