Pseudonaja.

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1998

Hermione ainda estava parada, olhando atentamente para as costas de Harry Potter, que fazia seu caminho para sua morte. Ela respirou fundo, seu peito doendo e uma lágrima solitária escorrendo pela bochecha. Ao lado dela estava Ron.

Quando Harry desapareceu da visão deles, os dois soltaram a respiração, sem saber que todo o momento eles estavam prendendo a respiração. Ron foi o primeiro a se mover, fazendo o caminho oposto ao de Harry, subindo as escadas de Hogwarts.

"Precisamos ajudar ele, Ron." Ela disse.

"Você ouviu o que ele disse. Temos que esperar e matar a cobra."

Ron continuou subindo as escadas, colocando as mãos no bolso de seu casaco e em nenhum momento se virando para olhar ela.

"Ele não pode ir. Ele vai morrer!" Hermione falou, um pouco desesperada. "Tem que ter outro jeito. Não podemos abandonar ele! Ele é nosso melhor amigo!"

"Eu sei, okay!" Ele gritou, Ron finalmente se virou para encarar a ela. Seu rosto continha uma expressão que misturava raiva e tristeza. Havia lágrimas em seus olhos e ele lutava para mantê-las contidas. O lábio inferior dele tremeu. "Eu sei." Ron murmurou baixinho.

Sua voz continha toda a tristeza por todos os colegas que foram mortos, do seu irmão Fred e agora por Harry Potter, seu melhor amigo.

"Eu sei." Ele repetiu novamente. Hermione correu para abraçá-lo fortemente, segurando nele como uma tábua salva-vidas, chorando nos braços dele. "Eu só preciso contar a Ginny." Ele disse, segurando Hermione, enquanto afundava o rosto no emaranhado de cabelos dela. "Ela precisa saber."

Depois de um tempo, ele a soltou e subiu as escadas. Ela se sentou, as lágrimas escorrendo por seu rosto, enquanto ela tentava secar-las com a palma da mão.

Hermione estava sozinha entre os escombros do que um dia foi a belíssima e mágica escadaria de Hogwarts e que agora não passava de destruição, poeira e cheiro de morte. A pressão do ambiente a deixava tensa, fazendo até mesmo sua bolsa de contas parecer pesada, o silêncio fazia o barulho do vento parecer fantasmagórico. Sozinha, ali, ela estava nauseada e fraca, triste e desesperada. Tudo ao seu redor dela pareceu morto e sem esperança. E agora, com Harry indo para morrer, a gravidade da situação pareceu finalmente ser muito pesada para suportar.

Não!

Hermione se condenou por seus pensamentos sem fé. Ela não poderia perder a coragem agora, do contrário, todos os atos, as mortes, o tempo sobrevivendo, obliviar seus pais, os sacrifícios ... Tudo teria sido por nada. Eles não podem desistir agora.

Ela levantou o olhar, a determinação brilhando em seus olhos castanhos. Hermione enxugou os rastros de suas lágrimas do rosto, ela respirou fortemente quando se levantou, a mente de gênio dela começando a trabalhar em plano para atrair a cobra. Ela tinha que ir até Rony. Eles precisavam matar a cobra.

Assim que deu o primeiro passo para subir as escadas, ela congelou. Sua respiração ficou presa na garganta e um arrepio subiu pela coluna dela. Hermione engoliu a saliva fortemente, enquanto lentamente se virava em direção aos constantes sussurros em uma língua estranha, rara até mesmo no mundo bruxo, parecidos com os de Harry. Parecidos com os de Você-Sabe-Quem.

Ela gritou por Ron, pedindo por auxílio, alarmada com o que estava acontecendo ali, tudo o que ouviu foi o eco de sua voz soando. Ela apertou a inflexível varinha de Bellatrix, buscando alguma segurança e pronta para atacar quem fosse que estivesse se escondendo. Havia somente um pequeno problema, a varinha de Bellatrix não queria se curvar a ela e era extremamente exigente. Ao invés de sua magia correr suave, Hermione tinha que se concentrar bastante no feitiço que queria fazer. Estava claro que ela não tinha conquistado a fidelidade da varinha e simplesmente elas duas não se davam bem. Seria hipocrisia dizer que ela havia tentado, mas a verdade é que Hermione odiava essa varinha e, aparentemente, o ódio era mútuo. O que a deixava à mercê da sorte um pouco, pois, se a varinha de Bellatrix decidisse falhar na hora errada, Hermione certamente iria morrer.

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