Venenum

Bothriechis.

Capítulo 12. Bothriechis— Um acordo com o Diabo.

Hermione olhou para ele demoradamente, a respiração dela saindo pela boca um pouco mais rápida do que o normal, a expressão dele declarava que eles não iriam discutir sobre isso. Ela iria ficar naquela cabine.

Sentindo os olhares nas costas, ela respira fundo uma ou duas vezes e ajeita a postura, erguendo um pouco o queixo e engolindo a saliva difícil. Hermione se vira lentamente, olhando para os integrantes que estavam dentro daquela cabine. Do lado direito estavam Malfoy, Rosier e Lestrange, do lado esquerdo estavam Alphard, Avery e Mulciber. Havia dois lugares vazios, ambos perto da janela, apenas em lados opostos. Ou ela se sentava do lado M,R,L ou ela se sentava do lado A,M,A e ela nem precisou pensar muito, ela preferia ficar mil vezes do lado conhecido, com Alphard. No entanto, antes que ela sequer se movesse em direção ao lado de Alphard, Riddle se sentou no lugar vazio, deixando ela para se sentar do lado de Malfoy, Rosier e Lestrange.

Hermione se pergunta mais uma vez se os pecados dela eram tão grandes assim para que ela, não só ficasse presa nessa cabine, como também ela sentasse do lado dos mais leais e cruéis Comensais da Morte.

Ela se estabelece rigidamente ao lado de Malfoy, sentindo ele olhar para ela de canto do olho, mas Hermione ignora, mantendo a postura do corpo dela, com as mãos juntas no colo. O rosto dela é inexpressivo enquanto olha para o culpado de ela estar nessa situação. A cabine é tão silenciosa quanto um cemitério e o único que parece estar se divertindo é Riddle, apesar de não ter um sorriso no rosto, ela já começa a reconhecer a pequena contração nos músculos ao redor dos olhos e o brilho que há naquelas íris. A pequena inclinação lateral da cabeça dele é uma indicação de que ele sabe que ela sabe que ele está se divertindo e só por isso ela tem vontade de avançar sobre ele. De todas as formas, ela prefere abaixar o olhar por um momento, apenas para controlar as emoções e quando ela olha para cima novamente, Alphard está olhando para ela.

Há uma clara pergunta na expressão dele: O que diabos você está fazendo aqui? E a única maneira que ela tem de responder é com um dar de ombros, mantendo a conversa deles silenciosa e escondendo o estranho entrosamento que tinham.

Ela deixa os olhos dela vagarem pela cabine, há um projeto de sociopata sentado na frente dela, um futuro manipulador ao lado dela, um garoto cruel sentado na mesma direção, um sádico sentado no final, um alquimista diabólico e sem moral no lado oposto, um garoto malicioso e tudo gira em torno de uma pergunta: Como ela veio se sentar perto deles?

Isso é só faz aumentar o terror pessoal que ela sente. Por todos os céus, eles eram garotos adolescentes, no máximo jovens adultos, e no entanto eram capazes de fazer o que nem os adultos tinham coragem. O pensamento gelava ela por dentro e Hermione sabe que se há um plano entre eles, se eles agirem, ela terá que lutar aqui mesmo. Eles estavam em maior número, eram cinco contra um - ela está excluindo Alphard do cálculo pessoal, por que ela não sabe como ele irá se portar caso algo ocorra - e eles eram consideravelmente poderosos, abater cada um deles seria um trabalho árduo. Mas, de uma coisa ela tem certeza: ela não irá cair sem levar ao menos um deles.

É quando ela olha para Riddle novamente, se sentindo traída, usada. Essa era a retribuição dele? Não é como se quando ela ajudou ele, ela estivesse pensando em algum tipo de retribuição ou pagamento, mas depois de tudo o que aconteceu, ela imaginou que ele teria pelo menos o prazer de deixar claro as intenções dele, que pelo menos ele dissesse 'Eu ainda quero matar você' e isso deixaria tudo claro para ela. Ele ainda pode ser uma caixinha de surpresas desprezíveis.

O Expresso de Hogwarts faz o primeiro movimento, pegando Hermione desprevenida e devido ao movimento do trem, Hermione tem o corpo dela sendo sujeitado para frente e ela se vê obrigada a apoiar uma das mãos em um dos joelhos de Riddle para que ela pudesse se firmar.