57 - Milena.

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Acordei com o meu celular vibrando igual um louco e alguém me ligava desesperadamente, passei a mão ao lado da cama e o Luan não estava, levantei acendendo a luz e peguei o celular, tinha várias mensagens de um número desconhecido.

— Luan? — chamei desbloqueando a tela do celular, abri o Whatsapp e cliquei na conversa e meu coração veio na boca, tinha várias fotos ali, várias — Luan? — chamei mais alto e nada

Cliquei na foto e meu estômago embrulhou eram várias fotos do Luan agarrado à duas meninas, isso mesmo, tinha fotos dele abraçado na cintura, falando no ouvido, a resolução estava péssima e parecia que tinham tirado de longe.

Então é isso, o Luan está me traindo, eu era a boba da história esse tempo todo e ninguém me avisou? Na foto estava o GB também, o FB, Deus e o mundo sabia que eu sou corna  e ninguém me avisou?

Uma coisa que minha mãe me ensinou e nunca deixar homem nenhum me fazer de otaria, nunca se permitir ser feita de boba por homem, por que quando você perdoa a primeira, ele acha que você vai perdoar a segunda e assim vai indo várias traições.

Mas se o Luan está achando que vai me fazer de boba ele estava muito enganado, peguei a primeira roupa bonita que eu tinha e fiz uma make rapidinha, calcei a sandália e tranquei a casa.

Parei no moto táxi e perguntei se tava tendo alguma coisa no morro, ele disse que tinha só um evento e eu tinha certeza que era nesse que o Luan estava, pedi pra ele me deixar lá e uma das vantagens daqui é que tem moto táxi o tempo todinho, ainda mais em dia de eventos.

Desci da moto e paguei, o lugar é altíssimo, fui caminhando para dentro tentando passar despercebida e rodei tudo procurando o Luan, até que eu vi um menino com um fuzil, óbvio que o Luan estava junto.

Eu já conseguia ver a figura do Luan de costa naquela escuridão, a cada passo que eu tava meu coração parecia que ia sair da boca, o medo do que eu ia encontrar ali me fazia recuar.

Parei atrás dele, em uma distância considerável e bati nas costas dele.

Ele se virou sério e seu rosto mudou completamente quando me viu — Milena, o que você tá fazendo aqui? — perguntou pálido, olhei debochada para a menina na frente dele

— Então eu sou a boba do circo né?— dei uma risadinha — Eu que te pergunto isso Luan, que caralhos você tá fazendo aqui? — falei dando um soco nos peitos dele

— Ou calma aí, vamos conversar em casa — tentou segurar meu braço

— Em casa? — eu ri negando com a cabeça — Em casa não, vamos conversar aqui — ele fechou mais a cara — Então essa é uma das que você tá me traindo né? Prazer querida — estendi a mão pra garota que me olhou debochada e saiu

Ele passou a mão no rosto nervoso  — Eu não tô te traindo, garota, tá maluca? Como tu soube que eu tô aqui? — falou alto

— Então o que é isso aqui seu babaca? — joguei o celular em cima dele que pegou olhando as fotos

— Quem te mandou isso? — perguntou tentando se aproximar, eu neguei me afastando

— Quem mandou não importa, mas depois de hoje, nunca mais, Luan — Apontei o dedo na cara dele —  Nunca mais me procura — ele tentou falar mas eu neguei com a cabeça — Eu não mereço isso, me esquece! — falei virando de costa e saindo

Antes de alcançar a saída eu senti alguém puxar meu braço, eu sabia que era o Luan, pelo cheiro, ele entrou comigo no banheiro e começou a falar um monte de coisas sem sentido.

— Cala boca — gritei fazendo ele parar de falar — Você não tá falando nada com nada, porra — me encostei na pia — Não tem justificativas, eu vi, me mandaram, para de tentar se justificar, inferno — gritei nervosa

— Eu não peguei elas porra — ele falou me fazendo rir — Eu ia, eu admito, mas eu não peguei, acredita em mim — bateu no peito nervoso

— Você tá assumindo que ia me trair na minha cara e pede pra mim acreditar em você? — olhei pra ele incrédula, o rosto vermelho e os olhos quase pulando pra fora — Você tá drogado, Luan!

— Não tô não — sacudiu a cabeça

— PARA de mentir, até nisso você tá mentindo — falei cansada

— Tá bom, tá bom — falou baixo — Vou te levar pra casa e amanhã a gente conversa — neguei sentindo vontade de chorar

— Não tem conversa! — falei abrindo a porta

Eu não debati mais, ele me levou pra casa e eu corri pra dentro assim que chegamos, de fato era de mais pra mim, o Luan é a única pessoa que eu tenho agora, e saber que ele tava me fazendo de boba, me mata!

Tirei minha sandália e sentei na cama sentindo o choro me atingir em cheio, será que eu realmente mereço passar por isso tudo?

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Olhares - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora