72 - O final.

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Milena.

3 dias para ler, positivo, a minha cunhada como sempre estava certa, eu estou grávida, grávida do Luan, grávida de 2 meses.

Para mim gerar uma vida requer estrutura, e eu não tenho nenhuma pra ter um filho, não é uma coisa que estava em meus planos agora, eu tô mais perdida do que cego em tiroteio, cada hora é uma emoção diferente na minha vida.

Medo, eu estava apavorada em pensar na reação do Luan quando descobrir isso, ele não é um moleque mas nunca tocou em assunto de filho comigo e nem sei se ele deseja um.

O erro foi meu, eu errei quando esqueci completamente do anticoncepcional quando comecei a me envolver sexualmente com o Luan, ele nunca se preocupou e eu muito menos.

O choro me atingiu em cheio mais uma vez, o que será de mim? O que minha mãe pensaria? Meu Deus, ela me avisou tanto pra mim me cuidar, tanto e meu pai? Mataria o Luan.

Catei as coisas que estavam espalhadas pelo quarto, tentando livrar o pensamento, peguei uma roupa para tomar um banho já que estava o dia todo na cama e nem me alimentado direito eu tinha.

Eu chorei tudo que tinha pra chorar no banho, meu peito estava angustiado e eu só pensava em como o Luan reagiria.

Cheguei na cozinha e o Luan estava sentado fazendo alguma coisa no celular, peguei um copo de café em silêncio e quando ia voltar pro quarto ele me chamou.

— Qual foi? aconteceu alguma coisa? — me analisou, desviei o olhar negando com a cabeça

— Só tô cansada — falei baixo

— Tem certeza? — concordei voltando pro quarto

Eu passei a tarde tentando encontrar palavras para o que eu estava sentindo, e em como eu falaria para o Luan.

Acordei com a porta batendo e levantei assustada, o Luan tava no entrando no quarto e passou igual um vulto pro banheiro.

Sentei na cama já sentindo a vontade de chorar de novo, sabendo que aquela seria a hora, ele saiu do banheiro me olhando.

— Que que tá rolando, Milena? — perguntou sério

— Nada — falei engolindo o bolo na minha garganta

— Que nada? Tá com o olho inchado, rosto vermelho  — passou a mão no rosto parado no meio do quarto

— Só tô em um dia ruim — me ajeitei na cama

— Cara, dia ruim por qual motivo? —perguntou me analisando

— Nada, Luan. — peguei o celular disfarçando

— Porra, tô falando contigo, vai ficar mentindo mesmo?— se aproximou tomando o celular da minha mão e sentou na cama, de frente pra mim

— Eu não sei como falar isso — gritei deixando as lágrimas rolarem

— Caralho, o que houve porra? — levantou nervoso — Fala, Milena, porra, tô ficando preocupado — passei a palma da mão no rosto em uma tentativa falha de secar as lágrimas

— EU TO GRÁVIDA — gritei fazendo ele parar de andar pelo quarto

— Que? — perguntou parado perto da porta, seus olhos arregalados e as mãos no bolso da bermuda

— Eu fiz um exame, Luan, deu positivo — respirei fundo — Já tava desconfiando, só não tinha coragem — ele negou com a cabeça, nervoso

— Caralho, Milena, como? como a gente deu esse mole? Como que? — falou embolado passando a mão na cabeça

— Eu não me cuidei, Luan, não nunca conversamos sobre isso e  — encostei a cabeça no encosto da cama, cansada

— Por que tu não me disse essa porra antes? Caralho, tu já tava desconfiada, tu passando mal direto, porra — falou rápido

— Luan, eu não sabia como falar, inferno — gritei, levantei nervosa

— Não é possível, eu não não posso, eu vivo nessa vida aí, caralho, e agora Milena — passou por mim indo em direção ao banheiro mas não entrou — Não cuido nem de mim, porra, fudeu — voltou abrindo a porta e saiu rápido.

Ele saiu do quarto e eu desabei de tanto chorar, o que eu imaginava e mais temia tava acontecendo, o Luan tava surtando, caralho, eu tô fodida mesmo.

A Luana entrou no quarto correndo e falando um monte de coisa, me pegou pelo braço e me botou deitada na cama, eu me sentia arrasada, depois de algum tempo o cansaço me tomou e eu dormi.

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Olhares - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora