Light At The End Of The Tunnel | Eminem (Marshall Mathers)

I

Me perdoem pelos erros.

Katherina Smith's POV

    Aqui estou eu, sendo novamente imprensada contra uma parede por um bêbado e para piorar ele também é um drogado. Eu só queria saber algo, o que tem em mim que não tem em outras garotas ou mulheres? Eu não sou gostosa, essa é a palavra que os homens usam quando olham para uma mulher e a acham bonita.

- Ai! Seu idiota, você está me machucando - tento pela milésima vez me soltar do aperto que ele está me causando.

- Cala a porra de sua boca, cadela imunda! - os seus olhos que estavam escuros de pura luxuária, agora estavam vermelhos de raiva.

- Você me pa... - sou interrompida por esse homem que neste exato momento está rasgando a minha roupa e arranhando meu corpo frágio - Ah! - grito de dor, por causa dos arranhões que agora ardem.

- Ao invés de ficar falando porcaria, você poderia usar esse boca linda para fazer algo útil, como um trabalho aqui em baixo e também ir para a minha...

- Ela não vai fazer nada estrupício! - um grito de raiva se faz presente naquele beco escuro.

    Como a minha visão está um "pouco" embaçada, só consigo ver uma silhueta masculina. Meus pulsos antes presos foram soltos imediatamente, o meu corpo desliza rumo ao chão, e meus braços tentam inutilmente me cobrir, minha cabeça encontra-se com os meus joelhos. O cenário começa a escurecer e meus olhos a fecharem até apagar-me.

#Quebra de tempo#

Marshall Mathers' POV

    Bem, eu acho que essa cidade acha que eu sou um Superman, um Batman, um Homem de Ferro ou algo do tipo, porque se for contar quantas vezes já salvei pessoas eu enlouqueço. Mas agora vamos voltar a realidade e ver o que está acontecendo, que isso aqui não é um filme ou um desenho animado.

    Nesse momento eu estou olhando uma garota de aproximadamente 18  anos, cabelos castanhos escuro, não sei qual a cor dos seus olhos, pele clara - nunca vai ser mais clara que a minha, porque eu pareço um vampiro - e sem nenhum defeito.

    Eu estou tão animado para poder conversar com ela que a minha calda começa a balançar instantaneamente.

- Marshall para de ser burro! Será que você ainda não percebeu que é um demônio, um monstro, não estás vendo essa calda e essas orelhas, não deveria pensar que ela o acharia adorável ou legal, e sim pensar que pode assusta-la - grita o meu subconsciente.

- Agh! Como eu pude pensar uma merda dessas?

- Estou um pouco decepcionado com você, pensava que irias mudar esse raciocínio. Como pude ser tão idiota a esse ponto, cada dia que se passa eu fico mais desapontado com você. Tchau! Ah eu iria me esquecer de te avisar algo... me dê um nome, porque eu não vou aguentar por muito tempo ser chamado de "subconsciente", e eu quero um nome bonito viu!? Pronto, agora definitivamente, tchau.

Ás vezes eu acho que devo ir a um psicólogo, mas depois dessa eu tenho certeza. É, o meu subconsciente está certo, ela vai me odiar.

- Qual foi a parte que você que não entendeu de "me dê um nome"!?

- Cala a sua boca! Você disse que quer um nome bonito, então eu tenho que pensar.

- Mudei de ideia, eu quero agora!

- Spike, satisfeito!?

- O que? Isso é nome de cachorro.

- Mas você não disse que queria agora? Então engula a sua opinião ou coloque ela no seu cu sobre "Isso é nome de cachorro".

- Tudo bem, eu desisto de você.

- Você sabe que daqui a pouco vai voltar, não é?

- Sim.

- Shiii, ela está acordando.

Finjo que não estava olhando para ela, ou pelo menos tento.

Katherina Smith's POV

    Onde eu estou? Essa era o que se passava em minha cabeça. Olha para o lado esquerdo e não tinha ninguém e a seguir o lado direito e vejo um cara aparentemente jovem fitando as próprias mãos, usando uma touca vermelha, calça jeans preta uma blusa da mesma cor de mangas longas e um par de Nike branco com detalhes pretos. Tentei me levantar, mas senti uma dor nas minhas costas e soltei um gemido de dor inaudível.

- Ei você não pode se levantar - como ele ouviu?

- Mas eu preciso voltar para minha casa e eu nem te conheço.

- Não seja por isso, meu nome é Marshall Mathers - como ele pode ser tão lindo, eu nunca acreditei em amor a primeira vista, mas eu acho que agora eu sou obrigada a acreditar.

Ele se levantou do sofá no canto do quarto e foi em direção ao banheiro - eu acho - e voltou com uma caixa de primeiros socorros e por fim sentou-se ao meu lado.

- Posso te ajudar com os machucados? - ele é tão gentil e fofo... já chega Katherina!

- Sim - falei no fio de voz.

    Ele começou por meus pulsos, que estavam com as marcas dos dedos daquele homem, já roxas. E finalmente meu rosto, Marshall ficou em estado de choque, seus olhos extremamente azuis arregalados foram ficando escuros, provavelmente de raiva, suas sobrancelhas franzidas, seus lábios se estreitando e seu maxilar travado.

- Aquele filho da puta, como ele tem a coragem de fazer uma coisa dessas, eu vou mata-lo - sussurrou para si mesmo, todavia eu escutei.

- Por favor deixe-o para lá, não quero que se meta em uma briga por uma besteira.

- Besteira!? Você sabe mais do que eu o que iria acontecer... você seria estuprada - ele afasta-se um pouco de mim, e percebo que ele está com os punhos cerrados, no mesmo instante seguro as suas mãos para tentar acalma-lo.

- Nada disso, vamos esquecer o que aconteceu, o que passou já passou.

- Mas...

- Shiii

- Tudo bem

    Depois disso eu percebi que ele ainda queria falar algo, mas ao mesmo tempo não queria, então resolvi deixar ele decidir.

- Eu acho que está tarde para você ir embora... pode ficar neste quarto eu durmo no outro, se precisar de algo estarei na cozinha.

- Tudo bem...

- Está tudo no banheiro - falou e saiu sem nem olhar para mim. Eu acho que ele ficou magoado com o que eu disse.

- Também Katherina, não tinha como ele não ficar magoado com o que você falou.