VII

111 4 0
                                    

Me perdoem pelos erros



Katherina Smith's POV



08:00 AM



    Abro os meus olhos rapidamente sem me importar com a claridade, hoje nada pode dar errado, quer dizer, hoje nada vai dar errado. Sabe porque? Porque hoje eu vou ter um "encontro". Não sei se isso pode ser chamado de encontro, se bem que... calma Katherina, daqui a pouco irás ficar louca, se acalme.

    Me levanto fazendo uma dança estranha, logo após dou alguns saltos de alegria e sigo em direção ao banheiro ao mesmo tempo que canto uma música que me vem em mente. Até que escuto um estrondo. Deve ser sua cabeça, hoje você está muito agitada. Simplesmente decido ignorar e voltar minha atenção para a minha higiene matinal, contudo ouço alguns murmúrios. Observo se em meu banheiro tem algo que sirva para a minha defesa.

- Isso já é exagero, Katherina.

- Vai saber, pode ser alguém desconhecido.

    Ando lentamente - para não fazer nenhum barulho - até a pia e pego o porta-escovas, removendo as escovas de seus lugares e colocando sobre o mármore nero marquina. Abro a porta e rapidamente estou encostada na parede e escondida atrás de uma planta - natural - que é muito mais alta que eu. 

    Outro estrondo pode ser ouvido, desta vez fecho os meus olhos. Como eu sou medrosa, Senhor. Mesmo de olhos fechados saio de trás da planta e sou guiada pelo meu instinto de que seja o que for está próximo a cama. Em um movimento rápido lanço o objeto que estava em minha mão direita, logo escuto uma voz familiar seguida do som do porta-escovas se quebrando. 

- Ai minha cabeça, idiota. Você está louca? Que me matar ou algo do tipo? Bateu a cabeça onde? Isso dói! Se quiser eu testo em você. Olha aqui, presta atenção eu não sou nenhum saco de pancadas como vocês dessa casa pensam, ficou entendido? - Abro os olhos e vejo a Ariana tentando se levantar, quando finalmente consegue seus olhos me fitam, logo os mesmo aumentam de tamanho, em outras palavras, ficam arregalados - mais o que significa isso? Onde já se viu sair do banheiro só de toalha? Me diga, sua mãe nunca lhe ensinou a pelo menos vestir a roupa íntima? Se a minha mamãe querida estivesse aqui, ela...

- O que ainda faz aqui? - ela para de gesticular com a suas mãos e de falar no mesmo instante.

- Eu dormi aqui, esqueceu? - seu rosto é de pura confusão, só lhe falta uma enorme interrogação.

    Tento me recordar do momento em que a minha amiga dormiu comigo, mas acabo fracassando, e acabo por rolar o olhos.

- Você acabou de rolar os olhos? Que mania terrível é essa sua, minha prima uma vez fez isso e no final do dia estava... - movimento a minha cabeça para os lados e rodo sobre os meus calcanhares rumo ao meu banheiro, já sem vontade de aturar aquela criatura, vulgo melhor amiga ou para os íntimos - como eu - Ari - você vai me ignorar? Sério? Eu mereço, eu mereço, minha santinha - dou uma pequena risada, como ela pode ser tão... Ariana? - eu também te amo, doce de coco! - escuto batidas na porta da casa de banho e a menina morena gritando do outro lado.

- Eu não disse que te amava para usares o "também" na frase! - com o chuveiro ligado a minha voz sairia um pouco baixa por essa causa fui obrigada a gritar.

- Não é preciso falar que me amas se o mostras, estúpida! - quando a mesma fala isso eu saio de baixo da ducha e corro até a porta em passos silenciosos, abro e coloco a a cabeça na fresta que se forma, de forma que o meu corpo despido não fique exposto para ela, e por fim jogo-lhe a água que deslizava pelos meu braços, logo escutando um grito agudo vindo de minha amiga, que logo após saiu correndo. 



12:00 AM



- Ninguém tem uma novidade para compartilhar? - Louise é a primeira a se manifestar enquanto estamos almoçando.

- Eu, eu, eu, eu!

- Ariana, para de repetir as palavras, isso é irritante! - ralha Louise.

 - Nunca pensei que um dia ficarias tão chata, arrogante, ignorante...

- Ariana! - todas presentes na mesa - com exceção de Louise - direcionamos a atenção de uma só vez a Ariana.

- Minha santinha, eu parei, não se preocupem. Eu só...

- Nós entendemos, agora coma - Jessie suspira, possivelmente procurando paciência.

    Hoje não é o meu dia, reviro os olhos por ser pessimista às vezes quando era para ser o contrário. Aos poucos a cozinha fica quase que totalmente vazia, sobrando somente Ariana e eu. Me levanto em seguida colocando o que sujei em minha refeição no lava-louças. Quando estava prestes a sair do cômodo sinto uma mão em meu antebraço me impedir de o fazer me puxando rapidamente, consequentemente, me fazendo perder o equilíbrio e me apoiar em qualquer lugar.

- Agora me conta... o partido é bom? - olho em puro desespero para Ariana, pois a mesma nunca me tratou dessa maneira - conta tudo.

- Hã? O que, menina?

- Não se faça de sonsa - ela estava - pela primeira vez - sendo fria.

- Dificilmente você pode ver alguma de nós sendo fria, mas de todas a única que interpreta o papel mais fezes sou eu.

- Sabe de uma coisa? Agora ele não lhe pertence mais - essa não é a Ariana que eu conheço, ela sorri cinicamente em minha direção.

- Afinal, o que você quer? - se ela me explicasse o que ela quis dizer com "o partido é bom" nós não estaríamos jogando farpas - me explique "o partido é bom" e eu poderei falar algo.

- Ele é bom? - ele dá uma ênfase na primeira palavra, contudo eu não consigo pegar a pista que a mesma me manda. Sua pergunta se repete milhares de vezes em minha mente, que neste momento tenho quase certeza que está soltando fumaça pelo esforço que eu faço para entender o que ela quis dizer, enquanto um silêncio ensurdecedor dá voltas por nós duas. Ele. Ele... só pode ser ele, mas como ela descobriu, eu não lhe contei absolutamente nada.

- O gatinho comeu a sua língua? Ops, eu quis dizer: o gatão comeu a sua língua?

- Eu não te contei nada... - Katherina você entregou o jogo, idiota. Com a minha mão esquerda tampo a minha boca antes que ela perceba o que eu acabei que falar, todavia já era tarde demais para voltar.

- Então, quer dizer que... ah, eu não acredito, você está ficando com um garoto. Agora me conta tudo - ela me solta e depois começa a dar pulinhos de alegria. Esbugalho os meu olhos em forma de surpresa, como ela pode ser tão bipolar? E também porque a mesma me soltou cooperando, inconscientemente, para a minha queda. Solto o ar que estava preso em meus pulmões, que nem eu fazia ideia de sua existência.

- Eu estava crente que havia perdido a minha amiga super alegre para uma super chata - dito isto soltamos uma pequena gargalhada - tudo bem, eu vou lhe contar.




Light At The End Of The Tunnel | Eminem (Marshall Mathers)Onde histórias criam vida. Descubra agora