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Me perdoem pelos erros.



Marshall Mathers' POV

- Como o meu melhor amigo pode ser tão idiota, Deus!? - Kuniva exclama enquanto anda pela minha casa.

- Pare de gritar em minha casa! - imploro massageando as minha têmporas a procura de paciência.

Eu não sei se vocês estão cientes disso, mas eu sou um híbrido e híbridos possuem a audição muito sensível, ou seja, eu não gosto de barulho, pois aos meus ouvidos doem.

- Correção, nossa casa. Não se esqueça de que nós moramos com você - era melhor dormir sem essa Marshall.

- Mas eu te pergunto... de quem é a assinatura que está no documento desta casa? - tento não parecer que não fui atingido com a sua resposta, mas as minhas orelhas e calda me entregam.

    Prefiro não ouvir o que ele tem a dizer, rodo sobre os meus calcanhares em direção a escada que dá acesso ao primeiro piso, logo subindo a mesma seguindo direto para o meu quarto, porém eu sei que lá não terei a paz que desejo. Após a porta estar fechada levo o meu olhar para o teto do meu aposento podendo avistar o alçapão que quando aberto possibilita o acesso ao porão, que ninguém sabe de sua existência. Pois é onde tenho várias lembranças de minha vida.

    Puxo uma cadeira do meu quarto até conseguir alcançar a maçaneta da pequena porta e puxa-la, não muito, logo após descendo e empurrando a cadeira. Desligo a luz do meu quarto e logo após subo escada de alçapão. Já no porão, paro para observar o ambiente, um pouco empoeirado - nada que uma limpeza não resolva - e com pouca luminosidade, porque toda a luz que vem é de uma lâmpada, uma estante de livros velhos no canto da parede, um colchão no chão junto a um travesseiro, folhas - já escritas - espalhadas pelo chão, uma das paredes completamente coberta por fotos - minhas junto aos meus velhos amigos - de bons momentos que aconteceram em minha vida, um baú, uma escrivaninha e sobre ela um caderno e algumas canetas. Um sorriso brota em meus lábios sem o meu entendimento. Ando vagarosamente ao colchão me deitando no mesmo de maneira que possa ver algo que não tinha percebido até então, no teto também tinha algumas fotos fixadas, contudo uma me roubou completamente a atenção, era uma foto onde eu estava sorrido ao lado de um coelho branco - maior que eu - não muito bonito, em minha humilde opinião, lembro-me que neste dia me obrigaram a tirar essa maldita foto e foi por essa causa que o meu sorriso nessa foto é amarelo. Essa pensamento arrancou uma pequena risada de mim, porém não durou muito a minha alegria, visto que flashes passaram em minha mente.


#Flashback on#


- Imundo, sua raça deveria ser dissipada do planeta terra, olha para você, olhe essa orelhas e essa calda que parecem ser algo feito pelo Satanás. Você é um monstro que veio matar os humanos! - uma mulher que aparentada ter os seus 70 anos de idade grita com uma faca direcionada a mim, fazendo com que a atenção de outras pessoas seja totalmente desviada para mim.

- Você já pensou em se suicidar, garoto? Se eu estivesse em seu lugar já teria a muito tempo me matado, porque você é um monstro! - outra pessoa grita, mas não consigo vê-la.

    Todos começão a falar e gritar ao mesmo tempo que me cercam com objetos cortantes em mãos e com expressões de puro ódio. Minha cabeça já latejava antes de estar jogado no asfalto, em razão de ter sido espancado, e agora com esses gritos ela está prestes a explodir de dor, com a dor lágrimas rolam dos meus olhos, abaixo minha cabeçando a começo  me encolher. Minha visão fica embaçada até meus olhos se fecharem e eu sentir o meu corpo ir de encontro ao chão.


#Flashback off#


    O que eu fiz para merecer isso? Nasci híbrido. Mal consigo respirar, por causa de soluços incontroláveis. Por que eu me lembrei disso? Por que eu vim para o porão? Você é um imbecil!

Light At The End Of The Tunnel | Eminem (Marshall Mathers)Onde histórias criam vida. Descubra agora