Light At The End Of The Tunnel | Eminem (Marshall Mathers)

II

Me perdoem pelos erros.

Marshall Mathers' POV

- Você é burro!

- Não se esqueça que você está dentro do meu cérebro.

- Pense bem, eu sou mais inteligente que você.

- Não começa Spike, você nem sabe falar.

- E precisa saber falar para ser mais sábio? Basta você saber falar certas coisas em certas horas, sem estragar o momento com uma garota linda como a... espera como fostes esquecer de perguntar o nome da menina Sr. Mathers!? Estas vendo, percebes que sou mais inteligente. Seu idiota!

- Calma, siga a minha linha de raciocínio, você acabou de dizer que é mais inteligente que eu, certo? Ou seja você é o encarregado de controlar todas as situações que eu passo.

- Eu desisto de você.

- Obrigado, assim eu fico livre de um saco de batatas.

    Fito o relógio localizado na parede da cozinha que está marcando 01:30 da madrugada, esse é o horário que eu devia está dormindo, contudo tive que salvar uma garota que nem o nome dela eu sei, na verdade o meu intuito enquanto em passava próximo aquele beco era voltar para minha casa, eu estava na casa do meu melhor amigo com outros amigos meus de longa data. Saio dos meus devaneios quando sinto uma vibração no balcão - que estou com os braços apoiados - e desvio meu olhar do relógio para a tela do meu celular. Quem em sua sã consciência liga para uma pessoa às exatamente 01:35? Sim, eu passei um minuto pensando. Tinha que ser o Proof (DeShaun, nome verdadeiro), só ele mesmo.

- Você está de sacanagem com a minha cara, não é? - atendo a segunda chamada, o mau humor se faz presente em minha fala.

- Aff que recepção é essa? É assim que se atende uma chamada tão ilustre coma a minha...

- Eu acho que você foi um dos primeiros a perceber que não é uma boa hora para brincadeiras, estou certo? - sinceramente agora estou sem paciência.

- Perdão, mas voltando... é... eu... eu... ah eu não sei como te dizer isso...

- Fala logo, porra!

- Ai meu Deus, desculpa... é o seguinte, sabe o hospital?

- Sim, o que tem ele?

- Sabe para que ele serve?

- Claro que sim, idiota!

- Certo, sendo assim, acho que você está pronto para receber a notícia.

- Pelo o amor de Deus, para e enrolar.

- Tudo bem, o Ryan (Royce da 5'9", nome artístico) está no hospital. - eu fico em choque no mesmo instante, não consigo pronunciar absolutamente nada - B-Rabbit você está na linha?

- Eu...

- Não precisa falar nada, eu chego em sua casa em cinco minutos - dito isto a chamada foi encerrada.

    Como eu sou um sortudo, não? Como minha vida é ótima, não é mesmo? Eu sou um cara que não tem nenhum problema, vocês podem perceber? Eu sou tão... fudido. É, eu desconfio que finalmente encontrei a palavra que me define. Estou eu aqui no mesmo lugar que estava a meia hora atrás, com a boca aberta - para tentar controlar a minha respiração - e os olhos arregalados. Minha mente está em um turbilhão de pensamentos, até que o mesmo acaba quando a porta da cozinha é aberta e uma garota de cabelos castanhos se faz presente no local.

Katherina Smith's POV

    Entro na cozinha e encontro um Marshall em estado de choque, assustado e fora desse universo. Mas quando percebe a minha presença tenta fingir que está normal, como se nada houvesse acontecido. Decido não questionar, porque prefiro não ser chamada de intrusa.

- Desculpe-me, não quis te magoar - tento ser delicada com ele.

- Tudo bem, você não me magoou - seu olhar em nenhum momento foi direcionado a minha pessoa, eu sinto que ele está tentando não ter nenhum diálogo comigo, então fico em silêncio. Porém não é um silêncio normal, é um silêncio desconfortável - eu preciso ir ao hospital - quando tento falar algo ele já tem saído da cozinha.

- Espera! Eu vou junto - corro em direção ao mesmo que estava prestes a sair.

- Certo - porque ele é tão frio?

    Já a caminho do hospital, nos recusamos a falar um com o outro. A paisagem de New York City é a mais linda que eu vi em toda a minha existência. Se você estava pensando que eu era daqui está muito enganado,  eu sou de Los Angeles, Califórnia, mas um dos meus sonhos era morar aqui e também estudar em uma das melhores universidades daqui. Vim acompanhada de minhas quatro melhores e únicas amigas que tenho, cada uma tem um sonho: Ariana e eu, moda; Jessie, engenharia civil; Louise, psicologia; Olivia, direito.

- Chegamos - eu estava muito distraída com os meus pensamentos para não perceber que estamos em frente ao hospital.

    Descemos e fomos em direção a entrada do NYU Langone Medical Center, seu tamanho é... não consigo descrever.

- Eu tive a mesma reação que a sua quando era apenas criança e vi o tamanho dele... e agora eu lhe apresento o melhor hospital de New York!

- Eu espero que ainda não esteja... - paro de falar quando sinto uma corrente elétrica percorrer o meu corpo inteiro, mas o que me causou isso? A mão de Marshall, um simples toque de mãos.

- Vamos esquecer isso, certo?

- Sim.

    Pegamos o elevador, andamos entre muitos corpos, percorremos vários corredores até finalmente encontrar o quarto certo, minha pernas já não aguentavam mais o peso que o meu corpo fazia sobre as mesmas. O Marshall se encontra a minha frente, parado e fitando a porta do quarto hospitalar, onde provavelmente algum conhecido seu está internado. Ele suspira e a abre lentamente, como se estivesse com medo.

Marshall Mathers' POV

    Eu não faço a minima ideia de qual será a minha reação, não posso passar muito tempo olhando uma simples porta, então abro-a. Percorro o quarto inteiro com os meus olhos e vejo meus únicos amigos - tristes - e o que eu menos queria enxergar em minha vida, o Ryan internado. Não sei por quanto tempo eu posso ficar nesse aposento, só sei que não muito.

- Mathers? - posso não ver a pessoa, mas sei muito bem quem é.

- DeShaun... - não quero que vejam a minha vulnerabilidade, mas minha voz me entrega em um maldito sussurro.

- Marshall, ele vai ficar bem - Denaun (Mr. Porter, nome artístico) pela primeira vez se pronuncia.