Cap4 - Sozinha?

40 9 0
                                    


Gustavo é apenas dois anos mais velho que sua irmã o que não se podia notar com facilidade, já que Gabrielle agia como uma criança que é, e Gustavo não via a hora de ser adulto e responsável por si mesmo, deste criança ele age como se fosse mais velho

Laura estacionou o carro na frente da sorveteria Jean's,  a preferida das crianças.

- Quem quer sorvete?! - Laura pegunta alto, pra chama a atenção dos netos que discutiam sobre o desenho animado as meninas super poderosas, Gabrielle insistia que era um desenho para todas as idades e não só para criancinhas como Gustavo dizia.

- Eu!! - os dois respondem juntos, sorvete era algo indiscutível entre eles.

Gustavo entra primeiro já sentando em uma mesa desocupada, com Gabrielle em seu encalço.

- Oi Gabrielle, Oi Gustavo? Vocês aqui tão cedo? - esse era Paulo, que trabalhava na sorveteria, um rapaz baixo, ruivo que não devia ter mais de quinze anos.

- Oi, Paulo. - Gustavo responde

- Olá, Paulo você não tem aula hoje? Pensei que estudasse pela manhã? - Gabrielle pergunta.

- Gaby! Deixa de ser curiosa! - Gustavo brinca com ela.

- Ah… eu só queria saber eu nunca vejo ele aqui de manhã.

-  Tudo bem, - Paulo explica - Ela só está sendo ela mesma - ele fala sorrindo achado muito divertido os irmãos discutirem - E não, eu não tenho aula hoje, tem reunião dos professores, então é isso, e o que vocês vão querer?

- Não precisa se incomodar Paulo, eu já estou chegando - Laura o responde, sentado a mesa com os sorvetes em mãos.

- Certo então, até logo. - Paulo não espera resposta e sai, indo em direção a outro cliente.

Quando Gabrielle terminou seu sorvete, Laura não sabia dizer se tinha mais sorvete dentro da menina ou em seu rosto.

- Vem florzinha, vamos no banheiro se limpar, porque eu acho que só o guardanapo não dar conta. - Laura se levanta junto com Gabrielle, em direção aos fundos do estabelecimento onde ficava o banheiro.

- Não saia da ir tá Gustavo. - ela diz para garoto que confirma com um aceno de cabeça.

No banheiro foi rápido só uma lavada no rosto foi o bastante pra Gabrielle se tornar apresentável novamente.
Gustavo já tinha acabado o seu sorvete e sai pra ir ao banheiro também, enquanto que Laura foi pagar a conta no balcão.

- Oi? - eu falo com Gabrielle que não me conhecia, ela que esperava na mesa seu irmão voltar, Gabrielle observa meus capelos pretos enrolados, meus olhos grandes da mesma cor, eu sou um ano mais velho, ela não responde nada.

- Eu posso sentar aqui? - como Gabrielle não respondeu simplesmente sento na frente dela, com meu sorvete.

- Quem é você? Eu te conheço de algum lugar... Mas não sei de onde. - Gabrielle fala me encarando, depois de uns minutos só observando. Eu sorriu pra ela mas não falo nada.

- O que aconteceu com você? Tem sorvete de chocolate no cabelo. - digo apontando para uma mecha do cabelo dela.

- Ah, isso? - mostra melhor - é só eu sendo eu mesma.

- Claro Gaby, como eu pensei, mas onde está seu irmão Gustavo? Está sozinha?

- Não, ele foi ao banheiro, mas como sabe meu nome?

- Ei! - falo alto até demais ao ver da garota - Como eu ia me esquecendo Santo Deus!! Hoje é seu aniversário de sete anos!! - eu falei tão alto que Gabrielle pensou que as outras pessoas notariam, mas não, ninguém se moveu, como se um garoto não tivesse gritado dentro de um lugar tão calmo como estava a sorveteria. - Parabéns Gaby!

- Obrigada, eu acho, mas pode fala mais baixo tem outras pessoas aqui sabe? - Gabrielle me censura, desconfiada. - E quem te contou que é meu aniversário?

- Eu sei. - simplesmente dou de ombro, com se isso respondesse.

- Eu sei - ela imita a minha voz, com os olhos quase fechados - Isso não responde muita coisa.

- Sabia que Gustavo não gosta de rosas?

- O que?! Como assim? Eu sei que ele não gosta tanto delas como eu, mas....

- Ele não suporta elas - digo como se fosse o fim do mundo - Imagino que deve ter sido difícil pra ele essa manhã.

- É mesmo, já eu amei... - Gabrielle poderia passar horas ali falando comigo, um garoto que pra ela era um  desconhecido, sobre rosas, flores de todos os tipos que eu conhecia tão bem.

- Ei! Sabe o que lembrei agora?! - Gabrielle pergunta de supresa depois de quase meia hora de conversas sobre flores e de como seu irmão não gostava delas.

- O que Gaby?

- Que não sei seu nome?

Lhe ofereço um sorriso de orelha a orelha, e termino meu sorvete em silêncio.

- É serio como é seu nome? - ela insiste

- Não deixa passar nada, não é Gaby ?- me levanto ainda com um sorriso no rosto. - Até o ano que vem.

- Ano que vem?! Como assim? - Gabrielle dispara confusa

- Espere por me, pode fazer isso? Não esqueça certo? - Ofereço meu melhor sorriso alegre de um garoto de oito anos.

Deixo Gabrielle na mesa com a sua melhor cara de quem não entendeu nada.

- Por que tá com essa cara Gaby? -  Gustavo bate no braço dela de leve só para chama a sua atenção.

- Com que cara? - ela responde confusa - E por que demorou tanto? Cadê a vó?

- Ei eu tava no banheiro, lavando as mãos o que não demorou nem dois minutos, e a vó tá chamando a gente vem.

Gabrielle olhava para todos os lados procurando aquele garoto, que conversou com ela no minimo meia hora, mas ela não o encontrava.

- Vó por que demorou tanto pra pagar o sorvete? - Gabrielle pergunta junto da vó, mas ainda olhando em volta mas nem sinal do desconhecido que conhecia ela.

- Do que tá falando Gaby? Não demorou cinco minutos? Está tudo bem? O que está procurando? - Laura pregunta também olhando em volta com a neta.

- Nada não vó, vamos. - diz saido da sorveteria indo direto para o carro.

No caminho até chegar em casa o que não demorou, a sorveteria era a mais perto de onde eles moravam, o que explica um pouco ela ser a preferida deles, Gabrielle pensava no que tinha acontecido afinal, porque ela conheceu aquele garoto, conversou com ele por um bom tempo, mas para sua avó Laura e Gustavo o tempo simplesmente não passou.

Só restava para ela espera que eu cumprisse o que falei, que a veria no ano que vem, gosto de saber que ela fez o possível para não esquecer, mesmo parecendo tão irreal.

De Volta Ao JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora