Cap 17 - Erros e Acertos

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Como tudo aconteceu rápido demais, ninguém lembrou da exposição de arte, Denis preferiu esperar um pouco para conversar com Gabrielle, ela ainda teriam dois meses para prepara seu novo quadro.

Gustavo depois da morte de sua mãe, sabia que sua irmã ficaria sem chão, ele se transformaria em um piso, um apoio para ela se Gabrielle era insegura então ele seria a própria segurança.

Mas Gustavo não fazia ideia de como ser o que Gabrielle precisava, na verdade ninguém podia ser essa pessoa, tudo que Gabrielle precisava ela não conseguiria encontrar sozinha.

Depois da morte de Elizabeth, todo ficou errado. Augusto não sabia o que fazer, certo que Elizabeth não morava a anos com eles, e quase nunca os visita, mas a sensação de perda não precisa de uma razão lógica de presença para existir.

Augusto estava no quarto dele e de sua esposa, ele olhava fixamente para uma foto da sua única filha. A foto era da cerimônia do casamento, Elizabeth vestia um vestido de noiva clássico, com pérolas.

O sorriso registrado pela fotografia parecia distante, ao lado dela na foto estava Heitor, mais jovem até mais do que realmente era. Augusto lembrava muito bem daquele dia, a cerimônia aconteceu no fim da tarde, Laura não parava quieta.

Augusto sorrir ao lembrar sua esposa nervosa muito mais que sua única filha, entre sorriso tímidos e lágrimas traiçoeiras, Gustavo o encontra.

Gustavo não fala nada, só olhava para seu avô, procurava uma dor nos olhos de Augusto ou até mesmo uma segurança que ele mesmo não tinha.

- Vô? - Gustavo começa. - O que... Tá sentindo… - Gustavo tentava decifrar a expressão no rosto do seu avô, mas ele não conseguia.

- O que estou sentindo agora? - Augusto o encara, Gustavo tinha lágrimas nos olhos, tanto tempo negando sentir a dor, que cada dia se tornava impossível fala, ou pensar em sua mãe sem que a lágrimas surgissem.

- É... Agora que tudo acabou? - Gustavo diz baixo.

- Não Gu… não acabou. - Augusto coloca a foto novamente na comoda perto da cama  - A vida continua, e agora só nos resta sentir saudade, lembra da Elizabeth na forma mais linda dela, assim sorrindo, feliz - ele mostra a foto da filha - mas sem se esquecer que ela teve seus momento difícil, ela sempre foi orgulhosa... - Augusto rir, ao lembra da filha, mas um riso triste. 

- Mas eu não.... Lembro dela. - Gustavo fala triste - E a Gaby não consegui seguir em frente… eu não... Sei o que fazer... Vô.

- Eu sinto muito - Augusto senta perto do neto na cama, - Eu sei que Elizabeth nunca foi uma boa mãe, mas ela amava vocês... Tanto você como Gabrielle... E ela tentava está perto de vocês mas não sabia como.... - Augusto faz uma pausa - E para ajudar a Gaby, ter um tempo a ela... E depois seja o lugar seguro dela... Como a Laura tem sido o meu.

- Mas se eu não conseguir?

- Não se subestime... Eu tenho visto a maneira que cuida da sua irmã, você é forte. - Augusto sorrir firme para Gustavo. - Só procure melhorar cada vez mais, nunca queira ficar do mesmo jeito certo? Seja o seu melhor a cada dia, não melhor que os outros, mas melhor que você...

Gustavo olha agradecido para Augusto, enxuga algumas lágrimas traiçoeiras, ele sair do quarto do avô fechando a porta atrás de sí.

XxxX

Laura e Augusto naquela semana conversaram muito a respeito de seu genro, ele estava hospedado no quarto que sobrava da casa deles.

Heitor sabia que Augusto e ele não se davam bem, e está morando na mesma casa que ele não podia ser tão fácil. Todos preferiram o isolamento as semanas depois do enterro de Elizabeth cada um ficou em seu quarto.

Laura tentava consolar Augusto e ele tentava fazer o mesmo para ela, Gustavo não conseguia sentir saudades da mãe, e isto o preocupava, e se culpava por sentir assim, ele parecia forte aos olhos de seus avós, mas na verdade ele não foi abalado, ele chorou, claro, não dormiu direito por dias.

Gabrielle estava confusa, ela ficava horas a fio olhando para uma tela em branco sem saber o que estava sentindo, para pintar, ouvia o tic-tac do relógio mas o tempo parecia parado, não conversava com ninguém, seus pensamentos eram silenciosos, não sentia fome ou sede, as vezes chorava muito sem parar, outros dias tentava chorar e não conseguia, o que a deixava cada vez mais frustrada, sentia culpa por não chorar.

Heitor abandonou tudo, empresa, vida social, hábitos saudáveis como tomar banho, tudo. Ele lembrava das vezes que gritou com sua falecida esposa, que a machucou com palavras, e poucas vezes fisicamente, das vezes que a trocou por horas de trabalho ou pelos seus amigos, amigos esses que agora pareciam nunca terem existido.

Tanto para Heitor como para Gabrielle, seus quartos se tornaram seu calabouço, sua prisão e seu mundo.

XxxX

Gustavo tentava seguir com a vida o mais normal possível, como era início de ano não tinha aula no Pinheiros, ele tentava obedecer os conselhos que sua avó lhe dava, que tudo iria se ajustar em seu lugar e ele deveria agir como o garoto cheio de vida que sempre foi, dizia ela.

Mas para Gustavo não era normal do seu dia não ver Gabrielle pelos cômodos da casa, Gabrielle sempre ficava muito tempo no seu quarto, mas não o dia todo.

- A Gaby precisa sair de casa. - Gustavo começa, entrando na cozinha onde Laura estava cozinhando.

- O que disse? - Laura pergunta distraída.

- A Gaby, ela tem que sair de casa. - ela faz uma pausa, mas sua avó não diz nada só para de fazer o que estava preparado - Ela está a muitas semanas.... Dentro daquele quarto vó, tem que sair um pouco, que seja.

- Não sei Gustavo.... Talvez ela não esteja pronta. - Laura fala mas sem muita certeza.

- Sobre o que estão falando? - Augusto entra na conversa, curioso sobre que assunto estava preocupando o neto.

- Sobre a Gaby. - Gustavo responde se direcionando a Augusto - Concorda comigo que ela tem que sair daquele quarto? - fala com presa.

Heitor acaba sento atraido pelo movimento na cozinha, mas não se achava no direito de opinar, apenas escutava.

- O que... Você acha Laura? - Augusto pergunta.

- Ela acha que a Gaby não está pronta... - Gustavo responde rápido.

- Eu acho... - Augusto começa devagar - Que o Gustavo tem razão, mas sim, talvez ela não esteja pronta.... Porque precisa de ajudar...

- E ninguém melhor para ajudar ela que o irmão. - Laura termina.

Gustavo sorrir de orelha a orelha, enfim podia fazer algo pela irmã, Heitor não diz nada mas concorda plenamente com sua sogra.

- Obrigado. - Gustavo diz, já saindo da cozinha.

Gustavo não perde tempo, sair direto para o quarto da Gabrielle.

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