Cap 18 - Vamos

17 7 2
                                    


XxxX

De repente Gabrielle sí ver em um lugar desconhecido, parecia ser fora da nossa dimensão, em uma região plana coberta por uma vegetação rasteira como grama, de longe se via uma casinha de madeira, ao pé das montanhas que estava com neve em seus picos.

A atmosfera daquele lugar era assustador, o céu estava pintado de um vermelho forte e preto, com nuvens baixas azuis escuros, uma tempestade estava se aproximando. Gabrielle estava desprotegida, ao olhar para atrás de sí, ver raios caindo ao som dos trovões, ela tenta correr para a casinha, se proteger da tempestade mas seus pés estavam presos ao chão, ela entra em desespero grita socorro mas não tem ninguém por perto para socorrer-la. Ela acorda atordoada, seu coração batia rápido, sua respiração descontrolada, depois de um tempo tentando se acalmar, ela levanta abre a janela do seu quarto, o sol já vinha nascendo.

Ela começa um novo desenho.

XxxX

Depois de uma semana Denis ligou para Laura, informando do resultado da exposição, Gabrielle passou para segunda fase com Verônica Medeiros. Gabrielle sinceramente não sabia se queria seguir como sua arte.

Todos os seus desenhos representavam o seu medo, sua solidão, e na segunda fase eles teria que ter uma temática diferente do primeiro, como Denis explicou.

E esse sem dúvida era um desafio e tanto para Gabrielle, que agora se isolou completamente no mundo dos seus sonhos, onde o rei era o próprio medo.

Gabrielle estava em seu quarto, ela se recusava sair dele, Gustavo todos os dias entrava para ver como ela estava, e sempre encontrava ela na janela, as vezes desenhando ou só ali olhando para fora.

- Gabrielle? - Heitor bate na porta do quarto da filha.

- Sim? - Ela responde sem jeito.

- Eu queria falar com você - Heitor entra, fechando novamente a porta, Gabrielle estava no acento da janela e dar espaço para seu pai sentar junto dela.

- Sobre o que? - Ela pergunta sem olhar para ele.

- Sobre tudo... Mas eu queria saber sobre a segunda fase da exposição...

A lembrança da exposição faz Gabrielle estremecer, o fato de querer tanto a mãe na primeira fase, fazia Gabrielle se culpar da morte dela.

- Vai ficar tudo bem. - Heitor fala, abraçando Gabrielle que chorava com sua lembranças. - Eu... Queria pedir desculpas... Eu não queria que você entrasse na academia... Mas se for isso o que você quer... Eu vou te apoiar, como Elizabeth apoiou. - enquanto ele falava, as lágrimas também começaram a rolar.

- Como assim... Do que está falando?

- Naquela noite... Ela falou que faria de tudo para você entra na academia de arte... - Heitor tenta secar as lágrimas com as mãos - Eu devo isso a ela.

Heitor encara Gabrielle com um sorriso triste no rosto, ela apenas acena com a cabeça, e o abraça forte.

Gabrielle também sentia que devia isso a sua mãe.   

XxxX

Desta vez ela estava em uma região montanhosa, a sua frente havia um mar revolto, abaixo havia grandes rochas que eram chicoteadas pelas as ondas do mar com muita força, o vento soprava em suas costas a empurrando para o mar.

Gabrielle estava a menos de um passo da beirada, ela tentava se afastar, mas era como se o vento não permitisse, acima de sí havia um céu límpido com nuvens de verão. Gabrielle olha em volta procurando alguma coisa na paisagem, mas só se via ao longe atrás de sí uma casinha que lembrava uma estufa.

- TEM ALGUÉM AI ?!! - ela grita o mais alto que consegue.

O vento sendo contrário não lhe ajudava, ela parar um pouco, tentando se acalmar, o vento começa a soprar com mais força, estava muito frio ali, Gabrielle estava com medo, não conseguia respirar direito, o vento a empurrava para mais perto da beirada, ela estava desesperada, não sabia o que fazer, não conseguia se afastar do precipício e se ficasse ali parada, iria cair dentro dele.

Gabrielle pensa em uma solução, decide deixar que o vento lhe vencesse e que caísse nas rochas no mar.

Ela fecha os olhos com força, cerra os punhos e espera que o vento lhe empurre, e em uma queda livre em direção as rochas, a morte seria inevitável.

Gabrielle acorda desorientada, estava em seu quarto já era noite, aos poucos consegui lembra que adormeceu depois que conversou com seu pai.

Com as palavras de Heitor em mente, ela se levanta da cama e tenta iniciar um novo quadro, um com um desenho feliz, que representasse a alegria, mas com as lembranças do seu sonho era impossível.  

Os sonhos de cada noite estavam se tornando cada vez mais presente em seu dia a dia, antes quando acordava pouco lembrava deles, agora parecia que eles eram parte principal do seu dia.

Gabrielle não lembrava mais de me não como antes da morte da Elizabeth, eu era uma lembrança distante, vivida por outra pessoa.

Como ela não saia de casa, ficou um pouco complicado encontra Gabrielle por um acaso na rua, na sorveteria ou na escola. Denis quando queria fala algo para sua aluna, enviava e-mail ou falava com Laura e Augusto.

Ela se recusava sair a luz do dia.

- Gaby! Já chega! - Gustavo entra a passos firmes, no quarto.

- De que?! - Gabrielle pergunta, cruzando os braços. Ela estava sentada na cama desenhando no caderno que Heitor comprou.

- Vamos. - Gustavo fala ríspido, de frente para a irmã que não se move. - Estou falando sério Gaby. - continua devagar.

- O que você quer? - diz sem levantar os olhos do seu desenho.

- Escuta, eu falei com o vô e a vó... - Gustavo explica com calma - E eles concordam comigo, você tem que sair deste quarto.

- Eu tenho? - Gabrielle fala com desdém.

- Você precisa... EU... preciso que você continue a viver... ou comece a viver.  - ele a encara, pega a mão da irmã, fazendo ela se levantar da cama.

Gustavo puxa Gabrielle até a garagem, de forma rápida. Ele abre a porta do passageiro, Gabrielle entra sem dizer nada. Gustavo já no volante, antes de dar partida no carro do pai, pega seu celular digita um número, depois de poucos minutos é atendido.

- Oi? - a voz do outro lado fala, Gabrielle não fazia ideia de quem seria.

- Está em casa? - Gustavo pergunta com pressa.

- É.

- OK.

- Tudo bem.

Gustavo desliga olha para Gabrielle ao seu lado, ela estava concentrada em sua mãos.

Ele dirigi rápido como seu costume pela avenida pouco movimentada, era inicio do ano, as escolas estava em ferias. A maioria das pessoas ainda estava com a alegria de ano novo.

Ainda se via muitas decorações na casa. Diferente de todos, a familia Polo não comemorou o ano novo em casa, mas no cemitério. Com esse pensamentos Gabrielle, deixa Gustavo dirigir sem perguntar nada, deixava ser guiada por ele.

De Volta Ao JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora