Cap 37 - Contra todas as minhas expectativas

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O colégio Pinheiros não fica muito longe da minha casa, podia até ir a pé, mas como tenho um vasta experiência com o sedentarismo, me recuso todas as vezes em andar a pé.

Quando enfim chegamos na escola, era quase noite, as luzes já todas acessas, tinha muitos quadros espalhados pelos corredores nos pátios, desenhos da turma de arte e também das crianças do primário.

Fomos guiados para o auditório, por uma aluna que faz parte do comitê de organização, Sabrina Jim, parecia muito feliz em nos ver.

- Gabrielle, boa sorte hoje. - ela fala com um sorriso - Todo mundo tá torcendo por você. - diz com um sorriso maior ainda, mas não olhava para me, olhava para Gustavo.

Gustavo usa calça preta com uma blusa social também preta com as mangas enroladas para o ante braço, com tênis branco. Ele finge não ver a garota com traços asiáticos e me conduz para dentro do auditório com pressa.

- Onde quer sentar? - Gustavo interrompe meus pensamentos sobre o que aconteceu ali.

Olho em volta, meus avós e meu pais já encontrar lugar na frente, estava começando a ficar bem cheio.

- Frente, meio ou no fundão? - ele pergunta novamente

- Meio. - respondo, minha voz sai fraca.

Gustavo anda pelo corredor do lado, eu entro na fileira das poltronas vermelhas ele senta na ponta, e eu perto dele.

- Gaby, tá tudo bem? - ele sussurra.

- Sim, tudo bem. - respondo sem certeza.

- Se quiser sair daqui.... - ele sussurra devagar - é só dizer. Certo? Depois a gente volta quando for a sua vez.

Penso um pouco, não era uma ideia ruim dar uma volta pela escola com Gustavo, ficar ali ansiosa pela minha vez, poderia ser ruim.

- É uma boa ideia. - digo respirando com dificuldade.

Gustavo levanta sem fazer barulho, a apresentação de dança já estava começando.

Sigo lado a lado com Gustavo pelos corredores, ele queria chegar em algum lugar no caminho encontramos alguns amigos dele, todos disseram que estavam torcendo por mim.

Fiquei sabendo que tinha até uma aposta, aqueles que torciam pela Verônica Medeiros e outros que torciam por mim.

Encontramos as irmãs Maia, Ester sempre parece animada com tudo, já Hadassa estava nervosa como eu, ela iria se apresentar no piano depois da apresentação de dança.

- Vem é aqui. - Gustavo me chama, apontando um lugar atrás da cantina.

Como eu estudava no outro prédio, do fundamental, não conhecia aquele lugar, era simples, chão com grama, era bem grande o espaço. Gustavo conta que era para ser construído uma piscina para natação, mas esse projeto não foi pra frente, como ele falou, e agora era usado como Espaço de meditação, Gustavo ria enquanto falava.

- Meditação? - pergunto me sentado na grama.

Tinha outras pessoas ali, uma garota, estava de costa pra nos, também sentada no chão, com um pouco de esforço reconheço era Larissa, ela estudava comigo deste o primário.

- É meditação - Gustavo fala, me tirando dos pensamentos - Não sei direito, é usado também para aulas de musica para as crianças, com brincadeiras... Essas coisas.

- Como eu não sei disto? - digo horrorizada, brincando.

- Digamos que começou agora, a pouco tempo a escola não queria liberar o espaço, não lembro bem o porque.... acho que é uma igreja que organiza depois você pergunta para as Maia's, foi o pai delas que consegui esse espaço...

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