Capítulo 17.

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— Agora não deve faltar muito. — Niall disse tocando meu ombro.

Eu estava no chão sentado ainda observando Harry se transformar. Ele estava completamente apagado, mas eu podia ouvir seu coração batendo enquanto o veneno corria por suas veias. Quando o veneno estivesse por todo seu corpo, seu coração iria parar. E estava feito.

— Eu devia ter o protegido. — Resmunguei chateado comigo mesmo.

— Mesmo que os Führer tenham dado sua palavra, eles ainda tinham de dar um jeito de guardar o segredo. Nós só temos sorte de eles não terem matado Harry. — Niall comentou tentando ser positivo.

— Se tivesse matado Harry, eu teria ido até o inferno para acabar com cada um deles. — Falei com raiva.

— Vai buscar vingança por isso? — Niall perguntou.

Eu sorri de lado pensando, a ideia de vingança não me soava mal. Mas não era a decisão mais inteligente.

— Se eu fosse seria apenas para morrer. E Harry não estava odiando a ideia de ser um vampiro, então não tem sentido. — Encolhi os ombros.

— Bom, agora podem ficar juntos para sempre. — Niall disse.

Este era meu único consolo.

No dia seguinte.

Observei Harry abrir os olhos, eles agora tinham uma tonalidade vermelha. O que quer dizer que ele precisava se alimentar, quando alimentados, nossos olhos voltavam a cor de quando humanos.

— Oi. — Falei acariciando seu rosto.

Ele pegou minha mão e a beijou.

— Como se sente? — Perguntei preocupado.

— Bem, na verdade. — Encolheu os ombros. — Com fome. — Murmurou e eu assenti.

— Precisa ir caçar. — Avisei e ele concordou.

— Não vamos caçar humanos, não é? — Perguntou preocupado e eu ri. Harry nunca deixaria de ser cuidadoso com as pessoas, e isso era muito bom.

— Não, não precisa. — Respondi e ele concordou.

Saímos de casa e fomos para a floresta, fiquei sentado observando Harry achar uma presa e a pegar. Ele escolheu um cervo.

Quando o pegou, quebrou o pescoço para o matar rápido e o animal não precisar sofrer, e então tomou o sangue dele.

Depois disso eu também me alimentei, e então voltamos para minha casa.

— Tenho de avisar minha mãe que ainda tô vivo. — Ele disse e eu o olhei.

— Vivo você não tá. — Falei com tristeza. Eu odiava o fato de Harry não ter escolhido aquilo, mesmo que ele quisesse de alguma forma, ainda não foi sua escolha. Não foi feito do jeito que deveria.

— Louis, eu tô bem, tô feliz com isso. Pode ficar feliz por mim? — Perguntou segurando minhas mãos.

— Acho que sim. — Respondi ainda meio incerto.

Eu estava feliz que Harry iria estar comigo, agora para sempre. Mas me sentia culpado, se não tivéssemos brigado ele não teria saído e sido mordido por Liam, mesmo Liam estando sob controle mental de June.

Eu não queria ser uma pessoa egoísta que só ligava para minha felicidade. Harry não poderia lidar bem com a família dele, não por uns meses, ele precisava aprender a se controlar perto de humanos.

— Harry, não podemos ver sua família agora. — Falei e ele franziu a testa.

— Por que não? — Perguntou confuso.

— Você deve entender que agora elas meio que são como uma presa das mais suculentas, vai querer provar delas, e se você o fizer, vai se culpar para sempre. — Respondi.

Eu não entendia o sentimento, pois pude me controlar com a minha família depois que voltei da minha estadia com os Führer. Mas não queria que Harry entendesse também.

— Olha, eu posso me controlar. Prometo a você. — Harry disse confiante de si.

— Harry, se...

— Se eu não me controlar, você pode me segurar e me afastar, depois a gente dá um jeito de contar para eles. — Respondeu me fazendo o olhar curioso.

— Os Führer quase te matam por saber do segredo, acha que iriam poupar sua família? Está sendo imprudente. — Avisei e ele assentiu entendendo.

— Damos um jeito, contamos sem contar de verdade. Eu só não posso ficar longe da minha mãe, não quando vou me casar. — Ele passou o dedo em cima do anel que estava na sua mão.

Suspirei entendendo, eu gostaria que isso fosse anos atrás, assim meus pais estariam vivos e poderiam comparecer, mas não estavam.

— Tente se controlar. Se não, não vai poder vê-las por um bom tempo. — Avisei e ele concordou.

Casa dos Styles.

— Mãe? — Harry chamou quando passamos pela porta.

Eu observava cada movimento dele, por enquanto nada fora do comum.

— Meu filho, onde passou a noite? — Anne veio até nós, e então me viu. — Ah, acho que já sei. — Ela riu e eu abaixei o olhar com vergonha.

— Temos uma coisa para te contar. — Ele segurou minha mão e me puxou para mais perto.

Anne nos olhava curiosa.

— Vamos nos casar. — Falei para acabar logo com aquilo, eu não sabia quanto tempo Harry podia lidar com a sede de sangue.

— Não é muito cedo? — Anne perguntou franzindo a testa.

— Quero ficar com Louis pelo resto de minha vida, mãe. — Harry disse, Anne o olhou por um segundo e então sorriu encolhendo os ombros.

— Se você está feliz, eu estou feliz. — Ela disse e o abraçou com força.

Fiquei olhando atento para como Harry reagia a aquela aproximação. Mas ele não fez nada, creio que ele nem sequer pensou em a machucar. Acho que no fim o laço familiar é mais forte.

Alguns dias depois.

— Ele é bem forte. — Niall disse e eu concordei.

Estávamos passeando pelo shopping, meu amigo insistiu em me ajudar a comprar as coisas para o casamento. Eu pensava em chamar alguém para fazer tudo, mas Niall é teimoso demais.

— É a mãe dele, e a irmã. Acho que o amor que sente por elas se sobressai. — Sorri feliz por meu amado.

Harry tinha um coração enorme, mesmo ele não batendo mais.

— Sim. — Niall concordou sorrindo. — Eu estive pensando, agora que você vai casar, vai querer morar com Harry. Então eu deveria ir morar com Liam, claro que em um lugar perto porque nunca vou conseguir desgrudar de você...

Ele continuou falando, e eu me desliguei no exato momento que senti algo estranho dentro de mim. Parei e coloquei a mão na barriga.

— Louis? — Niall chamou e eu o olhei. — O que houve? — Perguntou preocupado.

— Precisamos ir no médico.

**

Espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.

A Forbidden Love [L.S] Mpreg!LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora