Nine

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Kihyun ficou a tarde inteira pensando no que vestir. Shownu havia mandado uma mensagem minutos depois da ligação avisando que o buscaria às oito da noite e o levaria para a casa dele porque queria o mostrar algo caso assinasse o contrato. O menor aceitou ir para a casa do moreno, sabia que além de sua própria casa, lá seria um lugar bom para que conversassem sobre o assunto.

O mais novo também tinha curiosidade em saber como era a casa do outro, sabia que era grande e sofisticada, assim como o salão do evento onde se conheceram. Kihyun deu um sorriso largo ao se lembrar daquela noite, como Shownu o defendeu daquele homem no bar e de como o tocou no terraço. O moreno havia causado em sí um efeito imediato, desde a primeira vez em que se viram, Kihyun já sentia algo, talvez pela aparência do outro, mas não importava, já que se encantou pelo jeito dele na noite anterior.

Ainda eram sete e quarenta e o menor estava arrumado, com uma camiseta cinza escuro e uma calça jeans preta, esperando que Shownu chegasse enquanto olhava o contrato e o lia várias e várias vezes. Podia dizer que sabia cada palavra e cláusula de cor, e ainda assim, sentia que descobria algo a mais e ficava ainda mais curioso a cada vez que seus olhos passavam por aquelas letras.

O acastanhado escutou a campainha tocar e sentiu seu coração acelerar, se levantou rapidamente e guardou o contrato no envelope novamente, correu até a porta e respirou fundo antes de a abrir.

— Boa noite. — Shownu disse com um sorriso largo no rosto, se aproximou e deu um beijo carinhoso na testa do menor.

— Boa noite. — respondeu, sorridente.

Kihyun saiu da casa e o moreno o guiou até o carro com o braço rodeando a cintura dele. O menir adorava aquele gesto, gostava de como o maior o tocava, de todas as formas que já sentiu.

Os dois entraram no carro e durante todo o caminho, não falaram sobre contrato algum, apenas sobre seus gostos musicais enquanto escutavam músicas aleatórias na rádio e as elogiavam ou julgavam. Eles se davam bem, Kihyun gostava de como eles interagiam e de como se sentia a vontade perto dele.

Ao chegar na casa, os dois saíram do carro e Shownu logo o guiou para dentro, dando a Kihyun, a confirmação do que imaginou o dia inteiro: a casa era grande e sofisticada, bonita, bem organizada e de bom gosto. Havia um enorme sofá na sala de estar e uma televisão grande também.

— É... Aconchegante. — Kihyun comentou e os dois riram.

— É isso que pessoas bonitas falam de casas grandes e exageradas?

— O senhor me acha mesmo bonito? — Shownu se aproximou do menor e tocou o rosto dele, o deu um selar demorado e o olhou, sorrindo.

— Você é perfeito, Yoo Kihyun. — aquilo fez o acastanhado sorrir largo e desviar o olhar, envergonhado.

— Eu gosto tanto de como o senhor me trata, nós nos damos bem e o senhor faz com que eu me sinta especial.

— Você é especial, Kihyun.

— Eu quero.

— O que? — o menor o entregou o envelope que segurava e suspirou.

— Assinar.

— Você tem certeza disso, não tem? — o menor assentiu.

— Eu li todas as regras várias vezes e fiquei horas pesquisando, lendo e assistindo sobre isso. Não sei se vou conseguir me adaptar ou se vou gostar, mas eu quero tentar, eu quero ficar com o senhor. — Shownu o pegou pela mão e o guiou pelas escadas até o segundo andar, o levou até o seu quarto e os dois se aproximaram de uma mesa que havia alí.

— Você disse que leu tudo e pesquisou sobre, não disse? — o menor assentiu — Tem alguma dúvida?

— No contrato diz que devemos respeitar a vida baunilha um do outro, o que é isso?

— É a vida normal, digo, fora do BDSM. As pessoas podem não entender, sabe? Por exemplo, na frente dos seus amigos e família, ou no seu ambiente de trabalho, você não precisa ficar me chamando de senhor e eu não posso te dar ordens como farei no dia a dia. Mas claro que você não pode me desrespeitar. — Kihyun assentiu, mostrando que entendeu.

— E Safeword?

— São palavras de segurança. Quando estivermos no meio de uma cena e um de nós dois, por algum motivo, quisermos que pare, falamos a palavra e aí paramos. É um jeito de deixar tudo mais seguro e nós testarmos os limites sem riscos, caso você se sinta desconfortável, ou achar que estou indo longe demais, é só falar a palavra que combinarmos que eu paro, independente do momento.

— Ah, eu já li sobre isso. Eu vi que tem como usar níveis diferentes, como um semáforo.

— Sim, verde pra "continue" "está tudo bem" ou "eu quero mais", amarelo pra "tome cuidado", "não gostei disso" e vermelho pra "pare", mas também pode ser outras cores.

— Eu acho que prefiro assim.

— Como um semáforo? — Kihyun assentiu — Acha que consegue se lembrar?

— Sim.

— Tudo bem, o mesmo pra mim então. — o moreno pegou o envelope e tirou os papéis de dentro, procurou a página que falava sobre as Safewords e escreveu alí as palavras que decidiram.

Shownu olhou para Kihyun e o percebeu um pouco nervoso, deu um beijo em sua testa, chamando a atenção dele para sí.

— Kihyun, antes de assinar qualquer coisa, eu só quero que você saiba que eu nunca vou te mandar fazer algo que te faça mal de alguma forma e nunca vou te proibir de algo se caso eu fizer isso, cause em você algum efeito negativo. Eu quero cuidar de você e quero que você confie em mim. — o moreno falou cada palavra olhando nos olhos do menor, que conseguiu captar toda a segurança que o outro pretendia o passar.

— Eu confio e realmente quero isso.

— Se você se sentir incomodado com algo, sempre procure falar comigo e ser honesto sobre o que está sentindo. Se realmente quiser parar com isso, nós rasgamos esses papéis. — Kihyun assentiu e o maior assinou onde deveria, entregou a caneta ao mais novo e acariciou o cabelo do mesmo.

Kihyun respirou fundo e pensou uma última vez antes de assinar também, concordando em se tornar a partir daquele momento, propriedade de Som Hyunwoo.

Mine. [Showki; BDSM]Onde histórias criam vida. Descubra agora