Twenty-one

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Se passavam das nove da manhã é Kihyun já tirava as torradas da torradeira e as colocava em um prato. O menor se virou rapidamente e sentiu sua cintura doer, respirou fundo, fechou os olhos e se lembrou da noite anterior. Logo afastou o pensamento e caminhou até a mesa, aquela não era uma boa hora para ficar duro.

Escutou passos pesados e apressados descerem a escada e logo viu Shownu adentrar a cozinha rapidamente, caminhando até a bancada e olhando para a mesma.

— Por que não me acordou Kihyun? Que merda, eu tinha uma reunião importante às dez. Onde está o café?

— Mas ainda não são nem sete e meia... — o menor respondeu e caminhou até o maior, pegou a jarra de café que estava na frente dele e o entregou.

— Claro que são, já passou das nove. — Kihyun olhou para o relógio no pulso do maior, que fez o mesmo e suspirou — Eu acordei assustado e acabei vendo a hora errada...

— O senhor trabalhou até tarde ontem, disse que fazia seu próprio horário, então o deixei dormindo mais um pouco. Fiz mal?

— Não, me desculpa, eu só... Eu estou um pouco estressado e ansioso, só isso. Você não tem a obrigação de me acordar.

— Mas se estava perdendo a hora, eu deveria o fazer, né?

— É, se puder me acordar sempre que acontecer, vai ser melhor. — o menor sorriu e assentiu.

— Pode deixar. — Shownu colocou a jarra de café sobre o balcão e se aproximou um pouco mais do maior.

— Como você esta se sentindo?

— Eu estou bem, só um pouco dolorido ainda, mas bem. — o maior o selou e deslizou o polegar pela bochecha alheia, fazendo o mais novo sorrir — Já que a reunião do senhor é só às dez, nós podemos ficar um pouco juntos antes que vá trabalhar, certo? — Shownu negou com a cabeça, causando uma expressão decepcionada no rosto do outro.

— Quero que conheça a empresa hoje.

— O que? A Grator? É sério?

— Sim. Você disse que sonhava em lançar um livro nela, imaginei que gostaria de conhecer.

— Eu quero muito. — falou de um jeito animado que fez o moreno sorrir largo.

— Lá só está um pouco estressante por causa do que aconteceu recentemente, mas eu sinceramente não sei qual vai ser o futuro da empresa, então é melhor que eu te leve logo.

— Futuro? O que acha que vai acontecer?

— Nada, esqueça isso Kihyun. Vá se arrumar e depois vamos tomar café, não quero perder tempo. — o menor o abraçou e deu dois selares demorados em seguida.

— Aqui eu só tenho a roupa que usei pra vir.

— Tudo bem, não precisa se arrumar muito. — Kihyun sorriu, o selou novamente e praticamente correu até as escadas.

Fizeram o planejado: Kihyun se arrumou rapidamente e então os dois tomaram café juntos. Shownu os levou em seu carro e o menor estava nitidamente ansioso, o moreno gostava de vê-lo animado daquela forma. Sabia que não era um bom momento para levá-lo até a empresa, já que a mesma se encontrava em uma situação complicada, agiu por impulso ao chama-lo, mas a reação do menor o fez perceber que havia tomado a melhor decisão.

Assim que chegaram na empresa, o maior estacionou seu carro em sua vaga na garagem e segurou a mão do menor, o levando para dentro.

Kihyun olhava ao seu redor boquiaberto, o local era grande e aconchegante ao mesmo tempo, havia imaginado um local mais escuro e sério, mas encontrou o contrário. As cores claras e as paredes de vidro faziam o ambiente parecer alegre. Haviam várias estantes de livros e banners de propaganda dos últimos lançamentos da editora. Foi inevitável para o menor imaginar a propaganda de seu livro em um daqueles, afinal, sempre foi seu sonho.

— Senhor Hyunwoo... — uma mulher de cabelos castanhos curtos chamou o moreno se aproximando — Hoseok está procurando o senhor. Mandou que eu lhe avisasse.

— Diga que quando eu estiver com paciência, o chamo em minha sala.

— Mas ele disse que era importante...

— Não adicionei exceções na minha ordem. — a mulher apenas assentiu e se retirou.

Kihyun gostava quando o outro era durão, gostava do seu jeito de dar ordens, mas não se sentiu nem um pouco confortável naquela situação. Sabia que as ordens que o moreno dava para si tinham outros sentidos, as intenções e as situações eram completamente diferentes.

Shownu mudou de repente, o mau humor estava estampado em seu rosto e na forma um pouco mais apressada com que puxava o menor pela mão até sua sala. Assim que chegou, abriu a enorme porta de correr de vidro e a fechou assim que entraram, suspirando em seguida.

A sala era grande, mas parecia um pouco mais seria, havia um sofá, uma mesa de escritório com uma cadeira atrás e duas largas na frente. A maior parte das paredes eram prateleitas embutidas lotadas de livros.

— Está tudo bem? — o moreno não respondeu, apenas caminhou até sua mesa e se sentou — Quem é Hoseok?

— Meu sócio. Ele tem vinte por cento da empresa.

— Por que o senhor ficou tão estressado depois que aquela mulher o mencionou?

— São coisas da empresa Kihyun, isso aqui está uma bagunça. Quis que ficasse comigo hoje pro meu dia ser melhor, mas não tem como, tenho muita coisa pra resolver. — o menor caminhou até o mais velho e sentou no colo do mesmo.

— Bom, talvez eu possa ficar aqui... — falou devagar e em um tom baixo, deu um beijo no pescoço alheio e sorriu — Cuidando para que você não fique estressado...

— Vai ser uma função difícil. — respondeu e recebeu um selar.

— Acha que não consigo?

— Talvez consiga, mas terá que se esforçar.

— Está tudo bem. — Kihyun levou sua mão até o rosto do moreno e começou a acaricia-lo — Estou aqui pra servir o senhor... — o deu um selar lento e demorado e sentiu as mãos do maior segurarem sua cintura com firmeza — Meu senhor. — falou pausadamente e então ambos sorriram antes de se beijarem.

Os dois estavam envolvidos naquele beijo de forma que nada ao redor importava. Era exatamente daquilo que Shownu precisava.

Os dois escutaram a porta se abrir de forma brusca e Kihyun logo se afastou e ficou de pé.

— Isso é sério mesmo Shownu? — um homem forte, não muito alto e de fios loiros perguntou com um olhar furioso — Você chega mais tarde, não atende minhas ligações, eu mando avisar que quero falar com você e você responde aquilo pra ficar namorando no escritório?

— Eu não estou gostando seu tom de voz. — o moreno respondeu em um tom rude ao se levantar.

Kihyun recuou um passo, o clima havia ficado estranho, sabia que não acabaria bem.

— Kihyun, espere lá fora. — o menor começou a caminhar em direção à porta, mas parou assim que escutou Hoseok falar.

— Não, se você quer colocar ele acima da nossa empresa, então é melhor que ele fique e escute o que está acontecendo aqui.

Mine. [Showki; BDSM]Onde histórias criam vida. Descubra agora