Mesmo com a presença dos homens que chamaram um médico ao ver Inácia se estrangulando, Alana continuou tentando fazer com que a assassina confessasse seus crimes e a livrasse daquela prisão.
Tomada por Alana, Inácia se sentou na cama rapidamente e pegou sua prótese, colocou-a e se pôs de pé. Os policiais pegaram suas armas e pediram que ela parasse, mas a mulher gritava e na mesma proporção que tentava ficar no quarto corria em direção à saída. Dois médicos chegaram correndo e foram empurrados bruscamente por Inácia, que sentiu o impacto de sua prótese sendo atingida por um tiro, mesmo assim tentou correr pulando para longe dali e caiu depois de ser atingida por um tiro na panturrilha.
Alana saiu de seu corpo rastejou pelo chão e parede e ficou no teto com o rosto bem próximo ao de Inácia. Ofegando e encarando a sua assassina, que chorava sentindo dor na perna. Inácia ouviu a voz do policial avisando que ela havia tentado fugir.
Inácia foi socorrida e levada à sala de cirurgia. Lara chegou ao hospital e ouviu os relatos dos colegas.
— É completamente louca! — disse para si e ligou para Olivia, que em menos de dez minutos chegou ao hospital.
— Doutora.
— Oi... — disse e trocaram beijos no rosto. — A mulher tentou fugir e foi impedida pelos policiais.
— Você tem alguma dúvida de que ela mente?
— Que ela mente, eu sei desde que entrei no caso, mas isso é bizarro demais, Olivia. Estamos investigando... mas e dona Ana Maria está bem?
— Preocupada com a filha, né? Que ver, mas tive que contar o que houve e por isso o exame. Tomou remédio e dormiu de novo. Está muito deprimida, é muito delicado de lidar. Eu comecei a sentir algo muito estranho com relação à Alana, mas não quero pensar no pior, Lara. Eu estou me mantendo forte para apoiar a mãe dela, mas se essa mulher usurpou a vida dela, com certeza, fez coisa muito ruim com a minha amiga. — disse com os olhos cheios.
— Acalme-se, vamos esperar a cirurgia terminar e vou conversar com ela de novo.
Murilo chegou com o resultado do exame e Olivia ficou apreensiva. Notou que Lara fechou os olhos e entregou o resultado a ela, que colocou a mão na boca como se quisesse abafar um grito.
— Faça-a dizer onde a Alana está, por favor. — disse em lágrimas. — Eu sabia, mas essa certeza foi como romper a minha força.
Lara acenou para o colega que foi buscar água para a jovem.
— Vamos nos manter otimista, ok? Talvez ela esteja em algum lugar... senta aqui. — conduziu a médica para uma cadeira da sala de espera.
— Lara, eu aprendi uma coisa com a minha mulher. O primeiro pensamento da sua mente raramente será errado. E quando eu vi aquela mulher sendo chamada de Alana e mostrando uma fisionomia parecida com a dela, esse maldito pressentimento chegou à minha cabeça. Ela precisa ser presa, mas precisa dizer onde está a minha amiga. — disse ofegando de nervosismo.
Lara tocou no ombro dela suavemente.
— Acalme-se. Vou pedir prisão preventiva e interrogar de novo.
— Lara... — Murilo chamou e a delegada pediu licença a Olivia. — Advogado do André está na delegacia.
Lara se virou para Olivia que mexia no celular.
— Olivia, eu vou precisar voltar para a delegacia, mas eu te ligo, ok?
— Tudo bem.
Lara chegou à delegacia e viu um homem alto de meia idade com o celular na mão. Apertaram as mãos e ele argumentou sobre o cliente.
— Infelizmente ele não é réu primário...
— Meu cliente é um empresário renomado da região. Tem bons antecedentes... ele diz que tentou impedir a noiva de se matar. Você há de convir que uma mulher naquela situação, é completamente desequilibrada.
Ele tinha razão.
Lara liberou André depois que o advogado pagou uma fiança e pediu que permanecesse na cidade, pois precisaria do depoimento dele.
— Pode ficar tranquila. Ele não vai se aproximar daquela mulher mais e vai colaborar com a polícia. Está desnorteado, foi enganado por uma impostora.
A delegada viu o homem sair com o advogado. Leu o depoimento dele e não fazia sentido.
— Assim como não faz sentido uma pessoa machucada e sem perna tentar fugir de um quarto de hospital com dois policiais vigiando. — disse para si e guardou o documento.
Olívia chegou com Murilo. Lara os viu juntos e foi até os dois.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, ela disse que precisa conversar com você e eu estava vindo pra cá.
— Entrei com o pedido de prisão preventiva da pessoa que está no hospital.
— Ela vai dormir até a noite. — Olivia comentou.
— Com licença, eu tenho dois corpos para liberar de um total de cinco e até agora nenhuma explicação para dar. — disse e as deixou sozinhas.
Lara franziu o cenho e olhou para Olivia que notou o gesto.
— O que houve?
— Ah, meu Deus! — disse surpresa. — Encontramos um corpo na estrada.
O sobressalto de Olivia foi visível, pois abriu a boca e não teve coragem de dizer nada.
— Pelo estado de decomposição acho difícil saber algo, mas você pode dar uma olhada?
Olivia já estava em lágrimas de novo.
— Podemos fazer exame, mas olho sim...
Saíram da delegacia para ir ao IML, quando o celular de Lara tocou.
— Alô? — Franziu o cenho enquanto ouvia a voz masculina identificada por Olivia no outro lado da linha. — O quê? Estou indo... — avisou e desligou, fez um retorno e mudou a rota.
— O que aconteceu?
— André tentou se matar!
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Alana
HorrorAndré é um empresário bem-sucedido da pacata cidade de Holambra, interior de São Paulo. Perde o pai numa situação sinistra durante um jantar oferecido para apresentar a nova namorada, a bela e misteriosa Alana. O homem vê sua vida se transformar num...