Cadê Alana?

120 19 38
                                    


Pega de surpresa, Inácia ficou muda ao ver aquelas duas ali na sala da sua casa. Enganara André e enganaria aquelas idiotas facilmente. Mas mal finalizou seus pensamentos e recebeu aquela frase encurraladora de Olivia.

— Como assim? — André perguntou de cenho franzido encarando Olivia.

A jovem ligou para o número da amiga e o celular de Inácia tocou.

— Não sei que brincadeira é essa, mas... — disse e sorriu olhando em volta. — Cadê a Alana?

— Olivia, você tem certeza do que está falando? — Lara perguntou.

Naquele momento Inácia tentou se levantar e caiu soltando um grito ensurdecedor. Olivia se agachou junto com André para ajudar aquela estranha.

— Preciso de um médico...

— Eu sou médica! Você devia saber disso, né? — disse retirando a prótese e verificando a perna da mulher.

— Alana, você está bem?

— Sim, ela está bem. — respondeu Olivia. — E ela não é a Alana. Eu vou indo. Preciso encontrar a minha amiga. Vim aqui para isso.

— Olivia, eu sofri um acidente, me arrebentei inteira, você não pode não me reconhecer só por isso.

— Pode ser. — Olhou para os presentes ainda confusos. — Posso falar com ela por um momento.

Lara analisou Inácia, que os encarava e seguiu André que foi à varanda e fechou a porta. Olivia sentou na mesa de centro e esperou que Inácia olhasse para ela.

— Cadê a Alana?

— Não acredito. Que amiga é essa?

— Sou a amiga que a reconheceria até no escuro. O que houve? Se não me disser aquela delegada pode prendê-la por falsidade ideológica no mínimo, pois você se apoderou das coisas dela. O que houve, você a assaltou?

— O que você quer que eu faça para provar que você está enganada.

— Não estou enganada. — disse e se levantou com os olhos marejados. — Mas me conta como foi nossa infância?

— Eu esqueci de muita coisa, Olivia. Como pode ver eu sofri um acidente terrível que quase me matou. — Começou a simular um choro. — Estou me recuperando ainda.

— Tudo bem. Eu quero de verdade acreditar que você é a minha Alana, mas você não é. E eu não sofri nenhum acidente. — disse e respirou fundo de olhos fechados.

— Por favor, acredita em mim.

— Ok... com licença... — pediu e aproximou a mão do pescoço dela, que tremia.

— O que vai fazer?

Olivia tocou suavemente atrás da orelha dela e se afastou acenou para Lara que abriu a porta da varanda e entrou sendo seguida por André.

— Ela não é a Alana mesmo...

— Ela é louca! — Inácia disse como se fosse algo normal.

— Fala o que você fez com a minha amiga, sua desgraçada... — Olivia mandou furiosa e foi contida por Lara.

— Calma...

Naquele momento André se sentiu culpado. Olhou para Inácia que massageava a coxa sem a prótese.

O homem pegou a namorada pelos ombros.

— Quem é você? — gritou já nervoso.

Tinha consciência daquilo, mas ainda tinha esperanças de que se tratava de sua imaginação pregando uma peça.

AlanaOnde histórias criam vida. Descubra agora