Debbie já a dizia para sentar ao lado de Lucas, pois queria mostrar a ela o que sabia tocar. Ela sentou-se, e ele sentiu-se uma pontada de nervosismo. Parecia que Debbie também tinha gostado dela, o que não era para muitos, e tentava chamar sua atenção apertando as teclas aleatoriamente, procurando tocar a música que Lucas havia ensinado, uma bem simples, já que ela não sossegou até ele lhe ensinasse. Mas Debbie confundia as notas, tocando uma versão engraçada de brilha brilha estrelinha.Ela começou a dizer a menina:
- Vamos, toque também!- ela dizia, querendo de verdade que ela a acompanhasse.
Mas eu não sei tocar- a menina disse delicadamente, procurando não machucar os sentimentos de Debbie.
- Então Lucas te ensina, né Lucas?- Debbie disse, com a cara de sabe tudo,
- Tudo bem se você me ensinar?- ela perguntou
- Ssim- ele disse, pego de surpresa.
Por algum motivo, Lucas não acreditou que ela fosse realmente tentar, e muito menos com ele ensinando. O que ele não sabia, era que desde que Lucas havia entrado na sala, ela havia achado ele lindo, sentindo uma atração inexplicável. Havia algo em como ele era tímido, o modo em como sorria enquanto cantava e tocava para as crianças, que era tão diferente. Havia algo por trás dos olhos verdes, um sentimento que ela queria desvendar, a deixando completamente interessada nele. Seus cabelos eram castanho-claro, nem muito curtos, nem muito compridos. Era alto e magro, e andava com uma boa postura, as costas retas, os músculos dos ombros levemente aparentes sobre a camiseta.Lucas colocou as mãos sobre as mãos dela, e começou a desliza-las pelas teclas, apertando seus dedos sobre os dela, a música se moldando. Debbie já havia perdido completamente o interresse, indo brincar novamente com outra criança. Lucas tentava ensiná-la calmamente, por mais nervoso que estivesse por dentro. Ela era tão diferente, ele podia sentir. Todas as crianças gostavam dela e ela tinha uma energia muito forte. Ele sentiu quando tocou suas mãos. Ele simplesmente sabia que ela era e seria alguém especial para ele. Ela não havia dito nada, e ele ficou se perguntando o que ela estaria pensando.
Já ela torcia para que ele não notasse seu nervosismo, enquanto tentava fazer com que as notas as quais teclavam entrassem em sua cabeça. Ela não se sentia assim normalmente. Não que tivesse tido muitas experiências. Não tinha. Mas não ficava nervosa ao conhecer novas pessoas. Porém, ao simplesmente ver Lucas atravessar a sala, suas mãos começaram a transpirar, o coração batendo loucamente. Era a primeira vez que sentia algo assim por alguém, ainda mais por uma pessoa que via pela primeira vez. Era algo tão estranho. Lucas tinha atraído tanto ela, sem mesmo dizer nada.
Quando a música acabou, Lucas tirou as mãos de cima das dela rapidamente, envergonhado. Ele não sabia o que fazer. O que iria dizer a ela? Enquanto pensava, permanecendo em silêncio, as crianças saíam, indo ao refeitório para tomar seu lanche. O tempo havia passado depressa. E logo só estavam eles na sala, ele vasculhando minuciosamente palavras em cérebro, tentando conversar com ela, e ela esperando que ele começasse algum assunto. Quando enfim percebeu que o mesmo estava tendo dificuldades em começar, ela mesma começou:
- Prazer, meu nome é Ana. Qual é o seu nome?- ela começou, deixando Lucas surpreso e depois, mais envergonhado ainda, corando. Ele sabia que ela havia o esperado começar a conversa, e estava bravo consigo mesmo por não ter conseguido dizer nada. Depois, ele respondeu:
- Meu nome é Lucas.- ele disse abrindo um sorriso gentil, que tirou o fôlego de Ana.- Hum... você vem sempre aqui? Opa, quero dizer, eu nunca tinha ouvido sua voz aqui antes... aí fiquei me perguntando se você vem em outros dias...- ele disse atrapalhadamente, e Ana riu, surpresa consigo mesma. Fazia algum tempo que não ria assim.
- É meu primeiro dia aqui mesmo...- ela disse, suavemente- Você vem aqui há muito tempo?
-Bom, deve fazer uns 2 anos que venho aqui.- ele respondeu.
- Entendi, as crianças parecem estar familiarizadas com você. Dá para notar o quanto elas te adoram. - ela disse, a voz coberta por afeição.
Lucas tinha vontade de pegar suas mãos, e entrelaçar seus dedos com os dela, queria sentir seu calor, conhecer todo o seu ser. Ele se repreendeu por tais pensamentos. O que ele estava pensando?- Ah, nem sempre foi assim- ele voltou a sim mesmo, e deu uma risada, tentando se acalmar, os olhos brilhando com humor.- No começo elas fugiam de mim, e choravam quando eu tentava brincar com elas. Sabe aquela criança, Debbie? Foi ela quem convenceu os pequenos de me darem uma chance.- ele acrescentou, o semblante tranquilo.
- Sim, ela é uma figurinha mesmo...- Você sempre tocou também?- ela perguntou com certa hesitação, não queria tocar em um ponto sensível, mas simplesmente queria saber tudo sobre ele, desde que o viu.
Ela o observou, esperando alguma reação. Ele sorriu, e seus olhos adquiriram um toque melancólico, antes de responder:
- Sempre amei tocar. Minha mãe me incentivou, e acabei me apaixonando cada vez mais pelo piano.- ele passou as mãos pelas teclas distraidamente, como um antigo hábito adquirido com o tempo, os dedos pressionando de leve os relevos escuros.
Ana olhou o relógio em seu pulso, assustada com as horas. Já começava a anoitecer, a tarde se esvaindo em raios alaranjados que passavam entre as janelas da sala, se derramando no chão, a sala inteira adquirindo tons de amarelo e vermelho.
- Já está tarde, é melhor eu ir logo para a estação.- ela disse, começando a se levantar-Ah eu também pego o metrô. Eu posso te acompanhar. Você vai para que lado?- ele perguntou.
- Mais para sudeste, e você?- Ana indagou, ansiosa
- Eu também.- ele riu, os olhos gentis.- Então vamos? - ele sorriu, colocando as mãos nos bolsos do jeans.
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Amor à primeiro toque
RomanceLucas era uma criança comum até sofrer um acidente que muda completamente seus dias. Seis anos depois, redescobre um motivo para continuar com sua paixão pelo piano, começando a trabalhar como voluntário em uma ONG, tocando para crianças . Dois ano...