Who Save The Super Heroes?

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Peter suspirou, se jogando em sua cama. Ele estava de volta ao Queens, de volta ao seu apartamento com sua tia e de volta ao patético e fraco Peter Parker.

Aqueles meses passados com os Vingadores foram-lhe muito úteis. Não só graças ao treinamento -mesmo que pouco vindo da parte deles -, mas também pela construção de sua relação com Wanda. Suspirou novamente ao pensar nela. A garota se tornou rapidamente sua melhor amiga, e ele não podia negar que ela se tornara mais próxima que Ned, que o conhecia desde os 8 anos de idade.

Mas Peter não conseguia entender a torção estranha em seu estômago ao pensar nela, ou o jeito que sua mente ficava em branco ao vê-la sorrindo. Era louco pensar nas noites em que aquele sorriso pertenceu somente a ele.

Sinceramente, ela era de quem ele sentiria mais falta. Não tinha ideia de como conseguiria dormir sem a presença calmante dela ao seu lado. Ela, que o confortava de seus pesadelos. Ela, que sabia de seus medos e anseios. Ela, que o entendia.

"Peter?" Uma voz familiar o chamou.

"Sim, tia May?"

"O jantar está pronto."

"Já vou."

Sufocou a vontade de gritar de frustação e colocou um sorriso no rosto. Tudo ficaria melhor, era só ele ter paciência. Ignorou o fato de que nem ele mesmo acreditava em suas mentiras.

•••

May Parker era uma mulher de 40 anos e um sobrinho supercomplicado. Ela, que já tinha vivido bastante, não conseguia entender o que ele passava. Afinal, ele era um super-herói. E ela, uma simples enfermeira.

Mas ela conhecia seu sobrinho, e aquele sentado a sua frente era apenas uma sombra do menino que um dia fora. Seus olhos estavam assombrados e ele parecia alerta a tudo a seu redor.

Surpreendeu-se ao encontrar tantas roupas diferentes no armário do menino. Jaquetas de couro, camisas escuras e botas de combate. Nada daquilo fazia parte do Peter que ela conhecia. Mas ela teria que se contentar, pois o Peter que ela conhecia não existia mais.

•••

Chovia incessantemente naquela noite em especial. Agachado no topo do prédio mais alto da avenida mais importante do Queens, o Homem Aranha espera.

Não sabe o que espera, ou quem. Apenas fica lá, uma mão a sua frente, a outra pousada na coxa. Respirou fundo, deixando que a poluição entrasse pelas suas vias respiratórias.

Poluição dos carros, das fábricas e das pessoas. Zonzeavam por sua mente milhões de pensamentos desconexos. Sua garganta queimava com a dor entorpecente, e seus olhos doiam com as lágrimas não derramadas.

Qual era o propósito de tudo aquilo? Super-heróis salvam as pessoas, mas quem salva os super-heróis?

Como eles conseguiam dormir com o peso de suas ações? Será que somente bebiam um copo de leite e se contentavam com o fato de que, não importa quantas vidas foram perdidas, o que realmente vale são as que foram salvas?

Há quem mereça viver mais do que os outros? Todos aqueles mortos, quem enterra seus corpos e dá a notícia as famílias?

Mais uma vez, Peter se pega perguntando se realmente gosta de ser um super-herói. Não é uma fácil escolha. Homem Aranha ou Peter Parker? Vingador ou estudante do ensino médio?

Enquanto ele sabe que desistir desse fardo seria tecnicamente fácil, há algo que ele entende ainda mais: com grandes poderes vem grandes responsabilidades. Quando se tem os poderes que ele tem e não se faz nada, coisas ruins acontecem. E aí é sobre você, porque você poderia impedi-las, mas não o fez.

After Dark - SENDO REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora