R.I.P 2 My Youth

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Peter podia sentir o pânico vindo. Começava com um pequeno desconforto na boca do estômago, e em segundos, ele era reduzido a uma bagunça de soluços e tremores. Apertou as unhas contra as palmas das mãos, sentindo-as rasgando a pele e deixando para trás filetes de sangue escarlate.

Pressionou as mãos contra sua boca e tentou abafar a onda de dor que ameaçava o explodir. Sentiu as lágrimas brotando no canto de seus olhos e escorrendo pelo rosto pálido. Medo. Dor. Arrependimento. Era tudo o que poda sentir.

Abriu os olhos, mas tudo o que conseguiu ver foi pontos negros misturados com lágrimas salgadas borrando o teto mofado. Tentou ouvir o som da chuva que caia lá fora, mas tudo o que escutava era o rugido das batidas descompassadas de seu coração agonizado.

Sufocou um grito que rasgou sua garganta ao descer de volta para o seu coração. Apertou os dentes com força, ouvindo-os estalar. O gosto de sangue era agridoce contra a sua língua, e seu corpo se balançava com os tremores insistentes. Sua mente assombrada mal pode registrar a porta se abrindo, ou os braços mornos de Wanda o circundando com ternura.

Peter Parker era um gênio. Falava fluentemente inglês, francês, italiano, espanhol, russo e alemão. Era sem duvidas um prodígio da química, da biologia e da física. Suas notas em matemática eram assombrosas, e seu vocabulário extenso invejável. Todos sabiam que ele era um excelente fotografo e um inventor melhor ainda. Ele seria grande, todos sabiam.

O Homem Aranha era um herói. Não só porque ele possuía superpoderes, um uniforme e um codinome. Ele era um herói porque ajudava as pessoas sem esperar nada em retribuição, porque protegia os que ninguém mais protegia, lutava contra males que outros heróis como os Vingadores não lutavam, porque não eram suficientemente grandes para chamar sua atenção. Era um herói porque lutava pelo bem, pela segurança e pela igualdade. Porque estava disposto a dar a sua vida por qualquer outra.

Mas ele não se sentia pertencente a nenhum desses mundos. Não era gênio nem herói. Nem Parker nem Aranha. Era Peter e Homem, e nenhum dos dois ao mesmo tempo.

Não se sentia digno de nada que tinha. Era inútil, fraco e dispensável, ao seu ver. Não havia nada de especial sobre ele. Tire os poderes e tire as boas notas, e o que sobrava?

"Um alguém maravilhoso, que se importa com as pessoas. Alguém que não acredita em divindades, mas sim em pessoas, e que elas podem ser boas." Murmurou Wanda.

Sobressaltou-se, subitamente lembrando-se da presença da Maximoff no quarto. Seu coração ainda batia em ritmos desumanos e a dor cegante ainda borrava sua visão com ajuda das lágrimas amargas. Daquela vez, não pode deixar de conter o soluço que veio.

Em questão de segundos, tinha o rosto pressionado contra o pescoço cheiroso da feiticeira, enquanto era embalado suavemente pela mesma. Logo sentiu outro par de braços bem conhecidos se juntando ao abraço, e logo em seguida, um terceiro, dessa vez fortes e grandes.

"Wade?" Murmurou, rouco.

"Shhh Baby Boy, só relaxa..." O maior respondeu, só para ser estapeado por May.

"Que assanhamento todo é esse pra cima do meu sobrinho, Wilson?"

"Hey! Eu sou Panda shipper, ok?"

Peter e Wanda se entreolharam, a mesma pergunta estampada no rosto de ambos. Ela, já impaciente, questionou:

"De onde vocês dois se conhecem?"

"Do exército." Ambos responderam ao mesmo tempo, para logo caírem em gargalhadas.

"Poderiam ser mais específicos?"

"Quando mais jovem, eu servi as forças armadas como médica. Wade era um soldado, que vivia se machucando, e foi assim que nos conhecemos." May respondeu.

After Dark - SENDO REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora