Singularity | Taekook

Jungkook

Por que é tão escuro aqui sem você?

Save me, BTS

2018, Seul

Eu não me importo.

Eu não me importo.

Eu não me importo.

A maldita frase me perseguia. Repetia-se em minha mente como um karma amaldiçoado, como a sentença de um crime que eu havia cometido. E mais uma vez eu precisava descarregar. Mas eu não iria descarregar toda minha raiva, toda minha frustração e desespero em qualquer coisa; eu precisava fazê-lo em algo especial.

Em alguém especial.

Eu só precisava descobrir quem era o maldito homem que havia beijado Kim Taehyung.

[...]

⸺ O nome dele é Kim Min Jae. Ele estuda economia, está no segundo período e é um aluno mediano. Nunca falta e nem mata nenhuma aula. É homossexual assumido. Tem vinte anos e, aparentemente... é um cara legal.

Franzi as sobrancelhas. Não era essa a descrição que eu esperava; talvez algo mais sombrio e bizarro que me fizesse pensar que ele merecia um castigo. Mas até mesmo seu nome me soava familiar.

⸺ Valeu, Yoon ⸺ afastei-me sem me dar ao trabalho de despedir-me, saindo da sala com a mochila nas minhas costas, mas meu primo detetive prontamente me seguiu.

⸺ Por que quis saber sobre esse cara? Onde está indo? Ainda temos a última aula. Jungkook! ⸺ Parei de andar por um momento e virei o corpo para encará-lo.

⸺ Você faz perguntas demais, Yoongi ⸺ voltei a caminhar com pressa, eu sequer sabia como havia conseguido esperar quase vinte e quatro horas para poder começar a execução do meu plano.

Min Yoongi não ousou me seguir.

Ainda bem.

Sentei-me em um dos bancos dispostos pelo pátio da faculdade, analisando uma foto de Min Jae no celular, a qual Yoongi havia conseguido para mim. Eu não sabia dizer se ele era bonito. Suas bochechas eram gordinhas e os lábios cheios, além de que seu sorrido era grande e... indecifrável.

Isso era o suficiente para Taehyung?

Pensar que aquela boca inchada tocou os lábios sedosos de Taehyung fez meu estômago se revirar. Mas, além disso, fez meu coração despedaçar-se ainda mais. Era possível? Sentir que s única coisa no mundo pela qual seu coração continuava batendo havia escapado por entre seus dedos e você já não era capaz de pegá-la de volta.

Guardei o celular no bolso esperando que minha presa aparecesse, os pés inquietos, batendo em movimentos constantes no chão. Não demorou muito até que um garoto, um pouco mais baixo que eu, com roupas simples e um sobretudo cor caramelo por cima, passasse por mim, distraído.

Me levantei devagar, fingindo atender o celular, e o segui disfarçadamente, como se eu apenas fosse pelo mesmo caminho. Ele andava devagar, a cabeça erguida para o caminho à frente, os passos leves. Assim que o ponto de ônibus, que eu sabia que Taehyung usava, apareceu em meu campo de visão, o segurei pelo pulso, puxando-o até uma rua menos movimentada a alguns metros dali, tapando parcialmente sua boca com a outra mão.