*Capítulo 9*

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"-Você devia ser classificado como o pior cowboy do mundo, não sabe nem subir em um cavalo.-digo para o garoto que acabou de cair pela quinta vez enquanto tentava subir em meu cavalo.-Storm não aguenta mais te ver caindo.-começo a rir do garotinho, ele revira os olhos pra mim.

-Alguém já te disse que você é muita chata, Maddison?-o garoto bufa e ajeita seu chapéu pela milésima vez. Sentando ao meu lado logo depois, em baixo da grande macieira.

-Sim, você. Pelo menos 10 vezes por dia.

-Sempre soube que eu era extremamente sensato.-ele se aproxima de mim, me olhando por baixo do chapéu. Eu jamais diria isso para ele, mas depois de conhecê-lo, azul virou minha cor favorita.

-Meu Deus Carl, vou colocar você de volta naquela cama.-empurro seu chapéu, fazendo o mesmo tampar sua visão. Também para parar de me distrair com aquele azul tão intenso. Ele dá uma risada gostosa.

-Cala a boca, Maddy.-ele ajeita seu chapéu e me olha com um sorriso lindo, me fazendo sorrir também. Pego seu chapéu e coloco em minha cabeça.-Fica melhor em você do que em mim.-sinto minhas bochechas corarem e todo o meu corpo esquentar.

Carl vai se aproximando de mim e eu apenas fico parada, aquele seria meu primeiro beijo?
E então escutamos Lori nos chamar. Ele se afasta de mim rapidamente, com as bochechas extremamente coradas, eu devolvo seu chapéu ainda mais envergonhada que ele. Saímos andando de volta, lado a lado. Minha mão encostando na dele, um sorriso ameaçando aparecer em meus lábios. Notando a proximidade de nossas mãos, ele pega minha mão, entrelaçando nossos dedos. Pude ver de canto de olho que ele sorria tanto quanto eu.

E eu soube, naquele gesto singelo, que naquele momento ele estava selando silenciosamente a promessa que havia me feito."


O primeiro sentido que desperta lentamente é o tato. Sinto alguém segurando minha mão. Lentamente os outros sentidos vão acordando.

Tiros. Gritos. Rugidos. Sangue.

Vou me lembrando e minha cabeça parece rodar, sinto meu corpo fraco e dolorido. Abro os olhos com muita dificuldade, tentando acostuma-los com a luz do ambiente, vou me sentando lentamente. Olho na direção de minha mão e sigo com o olhar até ver quem a segurava. Carl. Ele estava sentado em uma poltrona ao lado da cama em que eu estava, dormindo desconfortavelmente enquanto segurava minha mão. A cena me fez sorrir, mas logo soltei um gemido de dor. O mesmo desperta em um susto e seu olhar procura meu rosto em desespero, ao encontrar meus olhos abertos seu rosto suaviza.
Ele se levanta e vem até mim, suas mãos seguram meu rosto delicadamente e encosta a testa na minha. Seu sorriso ameaça rasgar seu rosto. Levanto meu braço e pouso uma de minhas mãos em cima da sua em meu rosto, a mão que não estava enfaixada. Não me importo com a dor que estou sentindo, não me importo com os machucados, não me importo com nada além do garoto a minha frente.

-Eu achei que ia te perder de novo.-seu rosto tão colado com o meu, sua boca próxima a minha de maneira que nossas respirações descompassadas se misturam. Meu coração já não tem mais um padrão de batimento e ameaça explodir a qualquer momento.-Eu te amo.

Me sinto derreter por dentro. Todo o mal que eu já fiz em todos esses anos sumiram, o mundo já não é mais cinza, eu sou novamente aquela garotinha apaixonada em baixo da macieira. E então eu o beijo, eu finalmente o beijo. Um beijo ansiado pelos dois, é apressado e intenso, como se precisássemos dele para viver. Uma de suas mãos desce para minha cintura, a outra desliza até a minha nuca, eu entrelaço meus dedos em seus longos fios negros. O afasto apenas para sorrir e dizer:

-Eu também te amo.-ele sorri e me puxa novamente para iniciar mais um beijo. Minha blusa sobe e sua mão entra em contato com minha pele quente, ele aperta minha cintura e nesse momento não consigo ignorar a dor. Ele se assusta quando o afasto gemendo com a dor.-Acho melhor a gente parar por aqui.-digo rindo e novamente gemendo de dor.

Hope || Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora