A garçonete do Sexy Bar

Tem luz no fim do túnel?

O amor é uma surpresa, sem
pecado ou salvação

— carona?- oferece educado- sem segundas intenções eu juro.

— valeu, mas eu moro perto. 
      
— companhia então? - eu viro os olhos irritada,  um pouco bufante mas decido aceitar. Balanço a cabeça confirmando que podemos seguir em frente,  então ele se aproxima ficando do meu lado,  vamos andando pelo canal principal,  toco a mão na dele sem realmente ter intenção e ele a segura,  por um tempo que não sei exatamente quanto foi, eu quis ficar ali,  com aquele estranho segurando minha  mão,  mas recuei assim que lembrei o quanto as pessoas podem se aproveitar das situações.

— Mas então,  me conta a sua história,  o que tem por trás dessa personalidade forte?- ele coloca as mãos nos bolsos da calça e olha em direção ao céu.

Minha história? Que lixo... penso.

— Minha história, Como assim?

— É,  todo mundo tem uma história,  a história do nome, do nascimento, da vida, me conta a sua.

— O que exatamente quer saber? - pergunto com desconfiança.

Ele chuta uma pedra na subida da rua,  e da um sorriso largo.

— pode começar me dizendo o seu nome?

Eu brinco...

— Que nome você me daria?

Ele ri com os olhos, com a boca, ele ri com a alma, é lindo.

— eu poderia jurar que seu nome é Tina. - ele ri alto.  Eu por outro lado faço careta. — tina tem jeito de ser nome de mulher durona sabe.

— meu nome é Clarissa,  a minha história não é especial,  acho que não existe isso,  cada história é só a história de alguém,  a minha começa mais ou menos assim, eu nasci em...

Então contei tudo a ele, sobre o meu pai,  minha mãe,  sobre o trabalho,  deixei de contar muitos detalhes,  mas ele é só um estranho certo! Ele caminhou em Silêncio por um tempo.

—Nossa, me parece tão triste! - ele exclama.
—triste? não, não é uma história feliz claro, mas eu não diria que é triste, tem milhares de histórias Por aqui que merecem realmente o título de histórias tristes, a minha é só uma história.

—O que uma garota Bacana como você fazem um lugar como aquele?

—  Olha não é so eu ta, tá cheio de garota legal trabalhando em lugares como aquele ou tão ruins  quanto, só que ninguém liga, ninguém quer saber a história por trás de pessoas como eu e ninguém liga pra quem você é e o que te fez ser quem você se tornou, mas eu te  disse, é só até terminar de pagar Anthony .

— Não tem outra coisa em que você possa trabalhar ?

— Eu não tenho formação,  é muita grana,  não tenho como trabalhar pra pagar ele, um aluguel e sobreviver. - falo meio chateada.

— entendo.

Dou um passo e um pulo ficando na frente dele, ele para e me olha profundamente,  o vento gelado arrasta meu cabelo pelo espaço ao meu lado esquerdo,  ele puxa as mãos do bolso finalmente e joga atrás da nunca.