efeito dominó

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Aviso antes de lerem, ainda não revisei, relevem.

Amar é perder, é deixar que outra pessoa ganhe, é dar seu coração para alguém mesmo sabendo que podem quebrá-lo.

É domingo a noite, o bar está lotado, gente de todos os lados chamando e pedindo drinks, cervejas e cigarros, parece tudo tão normal por aqui, até a Betrice, com o comportamento de sempre, ela me olhou torto a noite quase toda, como se não fosse suficiente fica esbarrando em mim sempre que passa perto.
Eu estou parada na frente do balcão quando algum casal tropeça em um dos bancos de bar, levanto imediatamente mas não para ajudar, eu saio de perto ignorando o show de álcool e desequilíbrio dos amantes na minha frente.
A mão dela bate no meu ombro esquerdo e me para , aproxima a boca dos meus ouvidos e sussurra.

- seu namorado chegou, por que não vai lá fingir que está em apuros para ele se comover?

Atrás da figura magra e maldosa da Betrice, eu vejo o senhor esnobe sentar na mesa com o amigo língua de trapo dele. Confesso que fico animada, mas isso logo passa.

- pode me deixar em paz, só por um dia?- eu peço.

- Paz? Aqui? Você sonha demais Clarissa. - ela ri enquanto solta no meu rosto a fumaça de um cigarro. O mesmo cigarro que ela encosta no meu braço, dou um tapa na mão da Betrice e grito um pouco alto reagindo a dor da queimadura.

Ela olha para o cigarro no chão e se ajoelha para pegá-lo , é a minha deixa, educadamente eu pego a naja pelos cabelos e levo discretamente para a sala do Anthony, aproveito que ele não está. A Betrice segura meu braço e range os dentes, mas não faz escândalo, ela sabe que seria péssimo para o bar.

- me solta vagabunda, me sollltaaaaarrrrrgggg.

Eu solto, mas pulo em cima dela no mesmo instante.

Tapas, socos, cabeçadas, não sei o que começou primeiro, uma alça rasga daqui, um punhado de cabelos de lá, alguns chingamentos talvez, até que paramos em frente à mesa dele, com seu olhar cético voltado para nós duas.
Eu saio de cima da ratazana já me explicando.

- Eu não ligo pra quem ela é, sua amante, namorada, a mulher que você ama, eu NÃO TO NEM AI, cansei dela, cansei de tolerar as brincadeiras sem graça, as provocações dela. - falo ofegante.

Enquanto eu falo ela ajeita os cabelos, cospe um pouco de sangue, e se recompõe, mas só para cair outra vez, quando é a vez do Anthony falar.

- Ela não é NADA para mim.

Até eu consegui sentir esse golpe.

- Que? - ela choraminga.

Olhando para mim e não para ela, ele continua.

- Ela não é NADA, além de uma funcionária aqui do bar, não me importo se vão brigar, se matar, desde que não façam escândalo. Foda-se.

Ele sai batendo a porta com força.

Eu olho para a Betrice, destruída por dentro apesar de tentar disfarçar, me entristeço pela vaidade que ela deixou morrer sem nem mesmo saber disso, uma mulher nunca deveria aceitar menos do que reconhecimento, do amor, do que posição, pelo menos nesse lugar, mas ela se encolhe tão incapaz que nem mesmo me ataca para se Aliviar, a leoa feroz, a incansável, provocativa e poderosa loira, quebrada, arrasada como uma boneca, quebrada o suficiente para parecer impossível concertar.

Ela sai da sala gritando no salão, mas não para chamar atenção.

- Lindsey. Me serve um drink agora!

A garçonete do Sexy Bar Onde histórias criam vida. Descubra agora