O irmão do meu melhor amigo

29 - Marília Mendonça

Marília: — Henrique. -chamei um pouco baixo, talvez por toda tensão que estava tomando conta de mim. — Preciso te perguntar uma coisa. -completei.

Henrique: — Oi, Lila. Pode falar. -respondeu simpático.

Marília: — Porque você tá me tratando desse jeito? -falei um pouco nervosa. — A gente mal se falava, e nesses últimos meses tudo mudou, mas ainda não entra na minha cabeça a forma como você me trata. Sempre acho que está brincando, e que tudo isso que fala não é verdade. -desabafei quando tomei coragem.

Henrique: — Marília, presta atenção em mim. -falou calmo, colocando a mão no meu rosto, fazendo eu olhar pra ele. — Você é uma pessoa incrível, e eu fui muito burro por só ter percebido isso agora, depois de tantos anos juntos. Qualquer pessoa que tem a sorte de te conhecer um pouco mais, fica encantado por você. E eu estou te tratando assim, porque é a forma que você merece, e eu tenho vontade de te elogiar toda hora. É inexplicável o que eu sinto, tentei diversas vezes te contar, mas sempre algo impedia, sempre alguém atrapalhava. Talvez tenha sido o destino que quisesse que eu te falasse tudo o que eu sinto aqui, nesse lugar lindo, que pode se tornar nosso ponto de paz. Eu estou completamente louco por você, Marília. Por cada detalhe, por cada traço, por cada curva desse corpo maravilhoso que da vontade de não largar mais. E, agora que está ciente de tudo o que eu sinto, espero que pare com essa bobeira de achar as outras melhor que você. -completou e nesse momento eu já estava aos prantos. Como era possível minha vida mudar tanto assim em exatos um mês? O Henrique acabou de me fazer a mulher mais feliz do mundo.

Marília: — Eu também sou completamente apaixonada por você, Ricelly. -falei indo em sua direção, pra darmos o tão esperado beijo, quando fomos interrompidos por batidas na porta seguidas pela entrada do Juliano e da Mohana no quarto. 

Juliano: — E ai, gente? Vamos logo pra piscina, quero aproveitar o meu dia. -falou animado.

Henrique: — Vão na frente, vou terminar de me ajeitar aqui e encontro vocês lá. -respondeu. Quando eu ia saindo, ele puxou meu braço levemente. — Sempre atrapalham a gente, mas nossa "conversa" ainda não terminou. De noite quero provar seu beijo, Mendonça. -completou roubando um selinho meu.

Nosso dia foi ótimo, os nossos amigos chegaram e o Juliano ficou mais radiante do que estava. Passamos o dia na piscina, fizemos churrasco e bebemos muito. Afinal, não é todo dia que o seu melhor amigo completa 18 anos. Estava difícil me controlar, a medida que a bebida entrava, a vontade de beijar Ricelly só aumentava. Mas tinha que me conter na frente dos nossos amigos, e principalmente na frente do Juliano. Fiquei mais próxima da Moh e das minhas amigas o resto da festa, mas sempre conectada pelo olhar com ele. O dia passou bem rápido, e já eram 21h30 quando o pessoal estava partindo de volta pra casa, e logo seríamos só nós quatro novamente. Ficamos até às 23h conversando, e aproveitando o aniversário do Ju até o tempo que aguentamos. Decidimos subir, já que tava todo mundo cansado e amanhã acordaríamos cedo pra poder conhecer as cachoeiras da área.