des.co.nhe.ci.do (adj.) : indivíduo que nunca se viu ou cuja identidade se ignora.
Para todos, Javi Martínez é um dos maiores jogadores da atualidade. Para Anna, ele é apenas mais um modelo da propaganda na qual ela estava trabalhando.
Já se passara duas semanas desde o encontro entre Javi Martínez e Anna Bertolini. Nos dias que sucederam, Anna não conseguia sair de casa sem se deparar com uma foto, uma notícia ou um comentário a respeito do jogador. Já ele, não conseguia tira-la da mente. O jogador sabia que aquela obsessão na publicitária era meramente um sentimento de inconformidade. Ele sabia que não conseguia aceitar o fato dela lhe ignorar e ignorar todo o seu reconhecimento. Ele não suportava a ideia dela banalizar tanto o seu trabalho e tudo o que ele mais queria era ter a oportunidade de prova-la o quão errada a mulher estava.
Müller conhecia Martínez com a palma de suas mãos. Conhecia o olhar do amigo e sabia que algo nele havia mudado desde a sessão de fotos alguns dias atrás. E por conhecê-lo tão bem e saber o orgulho imensurável que o amigo tinha, ele teve a ideia que sabia que poderia dar muito errado como também teria uma chance remota de dar certo.
-Javi, fofinho. - Thomas chamou o amigo ao entrar no vestiário do Bayern que naquele instante estava lotado de jogadores. O treino havia acabado e os amigos se reversavam para tomar banho.
-O que você quer que eu faça? - Martínez perguntou achando estranho o elogio vindo do amigo.
-Adivinha quem vai tirar fotos para a Adidas hoje? - Müller perguntou com um sorriso largo no rosto.
-Provavelmente um atacante chato e feioso do Bayern de Munique. - Javi brinca e vê o revirar de olhos do loiro em sua frente.
-E sabe quem vai acompanha esse atacante? Um volante ranzinza que parece bruto e que só abre a boca para falar merda.- Thomas diz com um sorriso convencido no rosto como se aquela resposta fosse equivalente a vitória de uma batalha.
- Por que eu iria com você? O bebê tá com medo de ir só? - O loiro tirou sua camisa que estava molhada de suor, devido ao treino intenso que acabara de ter e a jogou no rosto do moreno que o xingou e atirou o tecido de volta.
-Na verdade, eu quero que você converse com a garota que parece ter mexido tanto com você e quem sabe ela não te conheça agora? Ou melhor, quem sabe ela não possa te conhecer melhor do que todo o resto do mundo? - Müller sugere e vê Javi gargalhar incrédulo. - Se te incomoda tanto não ser conhecido, mostre quem você é. - O atacante disse impaciente. Às vezes, Javi parecia uma criança e aquilo tirava a paciência de Thomas que visivelmente, era um dos poucos que ainda tinha paciência com os dramas dele.
-Ok. Eu vou, mas não se ache por isso.- O moreno disse ao caminhar até a cabine de banho que acabava de ser desocupada por Alaba.
-Eu passo na sua casa amanhã às onze. - Thomas diz antes do amigo fechar a porta.
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