JUNSTY RIVER -Homens Da Lei -[L1]Plussize 2019

Capítulo 2

Arabella Salazar

— (...) Então vamos lá... bora entrar em outro tópico.

Peguei o giz e comecei a escrever no quadro negro.

— Literatura européia. O que é a literatura européia? Também podemos chamá-la de literatura ocidental.

Comecei a andar pelo pequeno espaço, gesticulando e prendendo a atenção de uma boa parte da classe.

— (...) Como o próprio nome diz, ela é voltada para a cultura da Europa, incluindo os pertencentes da família Indo-Europeia.

Todos na sala, incluindo eu, ouvimos o soar do sinal.

— Sortudos. Quem quiser ficar e escutar o resto da aula, por mim tudo bem.

Brinquei, vendo meus alunos universitários se levantando e saindo aos poucos.

— Até a próxima, pessoal. Não se esqueçam de ler o capítulo 7.

Desliguei o data show, tirando a imensa tela projetada. De repente, escuto palmas.

— Absolutamente impressionante.

Levantei o olhar e dei de cara com Xavier, sentado na última fileira, de terno e pernas cruzadas.

— Olá, senhor Richard.

— Como vai, querida?

Se levantou e veio vindo até mim, caminhando calmamente.

— Bem. O que o senhor faz aqui?

— Vim te ver. E por favor, não aja tão formalmente. Me chamar de marido às vezes não irá te matar.

— Como sabe que não?

Sussurrei.

— Perdão?

— Disse que gosto de agir assim porque estou no meu local de trabalho.

— Até quando precisarei te dizer que não precisa trabalhar enquanto estiver do meu lado?

— Até você se esquecer dessa ideia.

Sorri falsamente. Ele se aproximou e tentou me dar um beijo, mas eu abaixei a cabeça. Richard pareceu não gostar muito, tanto é que me pegou pelo queixo e praticamente me deu um selinho a força, coisa que eu não fiz nenhuma questão de retribuir. Após desgrudar seus lábios dos meus, me afastei dele, indo para trás da minha mesa.

Xavier Richard era um grande magnata, sócio e velho amigo do meu pai. Eles trabalhavam juntos nos negócios sujos que tinham : tráfico de drogas, prostituição, porte de armas, mercado negro... E claro, eu não participava e muito menos era a favor de tudo àquilo. Inconvenientemente meu pai achou que o melhor parceiro pra vida toda seria alguém como esse cara. Está na cara que se esqueceu que ele é um crápula e só se focou no fato dele ter dinheiro e os dois serem parceiros.

Meu pai sempre fez o tipo retrô, das antigas, tradicional, por isso fez questão de escolher alguém para eu me casar. Mas como fui contra desde o início, meu velho acha que é apenas uma... "revolta", uma "rebeldia" que logo irá passar e que o melhor a se fazer é continuar persistindo, por isso o sr. Richard, UM HOMEM GRISALHO DE 55 ANOS, não larga do meu pé, que sou apenas uma jovem de 26, que ama a sua liberdade e não pretende se casar tão cedo. Por enquanto é só um acordo, nada foi feito ou planejado concretamente, mas há muitas insinuações da parte do Xavier.

Pretendo continuar o enrolando, sonhando com o dia que eu encontrarei uma pessoa melhor com quem realmente quero me comprometer, meu pai ver que estou mais feliz assim e o sr. Richard simplesmente deixar essa maluquice toda de lado.

— Gostei da sua aula. Você é uma mulher incrível, excepcional! Inteligente, bonita, não consegui tirar os olhos do seu corpo e reparei em cada detalhe de como você pronuncia as palavras.

Elogios costumam servir para aumentar a auto estima das pessoas, fazerem com que elas se sintam bem. Em relação a mim, eu só sentia nojo daquele ser asqueroso. O fato de que eu estava sendo obrigada a me casar com ele, pressionada a largar meu emprego, minha casa e meus costumes para iniciar um relacionamento com quem eu não queria não me deixava sentir carinho ou amizade pelo Xavier, muito menos o enxergar como uma boa pessoa, até porque eu sabia que ele não era.

— Tenho tanta sorte em te ter do meu lado.

Me puxou pela cintura e me beijou no rosto. Ai, como eu gostaria de dizer "você não me tem e nunca me terá".

— Preciso ir. Tenho alguns negócios para resolver.

— Como os papéis do nosso "divórcio?"

Fiz aspas com as mãos, sendo sarcástica. Ele riu, achando que eu estava brincando.

— Boa, gostei.

Veio até o meu ouvido, tirando um pouco do meu cabelo.

— Você é minha!

Deu um sorriso de lado, meio maléfico. Se afastou de mim e foi até a saída.

Confesso que me arrepiei da cabeça aos pés e não foi de um jeito bom. Apesar de ser muito destemida, Richard me dava medo, do que ele e o meu pai poderiam fazer comigo caso eu recusasse. Por enquanto eu só sabia adiar, mas e quando eu não puder mais, o que eles serão capazes? Meu pai não tem e nunca teve um pingo de compaixão, não duvido nada dele. A minha vida corria perigo e eu nem tinha ideia do quanto.

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Oieeee meninas, então o coroa da multimídia é o Xavier Richard.... menina eu pegava viu 😂😂😂😂😂😂😂😂

E vocês?