Capítulo 4

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 Arabella Salazar

12:54 do dia seguinte

Era por volta das seis da manhã quando eu recebi uma mensagem do meu pai dizendo que já havia partido para a Itália. Não entendi porque decidiu ir tão cedo, mas enfim. No torpedo, também dizia que era para eu ir até a empresa assinar um acordo -precisavam de alguém que carregava o mesmo nome do dono da firma- que dava direito a "vigiar, tomar conta", um substituto temporário enquanto o meu pai estava fora. Podia ser eu? Sim, mas eu sabia que a empresa era só uma faxada para encobrir os negócios sujos dele, por isso não queria fazer parte.

O novo administrador me encontraria a uma hora no escritório do meu pai. A sorte é que eu tinha duas horas de almoço antes da próxima aula. Estacionei o carro, entrei no prédio, peguei o elevador e parei no andar. Só encontrei Kate , a secretária.

— Boa tarde, senhorita. Deseja alguma coisa?

Perguntou, sorrindo amigavelmente.

— Não, não. Estou satisfeita.

— Sinto pelo seu pai estar doente. Ele é um bom homem e tenho certeza que irá se recuperar logo.

Ah, Kate... eu também sinto. Sinto por você acreditar que o meu pai é um homem de boa fé.

— Obrigado. E então, cadê essa papelada toda pra eu fazer isso logo? Ainda tenho que almoçar.

— Não quer esperar o senhor...

— Não, não eu tenho a menor paciência para essas coisas. Se o meu pai escolheu, que seja.

— Bom... aqui está.

Tirou os papéis de dentro da gaveta e os colocou na minha frente, com uma caneta esferográfica azul do lado. A peguei e comecei a assinar.

— Bella, minha deusa.

Ouvi uma voz máscula atrás de mim e virei-me, dando de cara com o Xavier.

— Oh, não. O que você faz aqui?

— Como assim o que eu faço aqui? Sou o novo dono.

— Perdão?

— Ah, o papai não te contou!? Ele me elegeu.

— Não pode ser verdade.

— Veja você mesma.

Apontou para a porta. Um homem removia o adesivo da porta escrito "Salazar – CEO" para colocar "Richard – CEO".

— Como assim? Isso... isso não faz sentido.

— O que? Não consegue acreditar que além do seu pai dar você pra mim, ele também me deu a empresa?

— Você é um nojento, asqueroso e hipócrita. Não vou entregar a empresa da minha família, de bandeja, nas suas mãos.

— Engraçado, você acabou de fazer isso quando assinou os papéis.

Sorriu, superior. Arregalei levemente os olhos.

— N-não assinei tudo.

— Mas os que você assinou, já valem. Depois é só eu falsificar sua assinatura.

— Quero ver como valerão quando eu...

Os peguei, destinada a rasgá-los ao meio.

— Devolva isso pra mesa, sua gorda maldita.

Um de seus capangas apontou uma arma na minha direção. Engoli em seco, com os olhos cheios de água, pensando "como eu pude cair numa enrascada dessas quando sou só uma professora? Nunca fiz mal a uma mosca e sempre fiz questão de não me envolver em nada disso para não acabar assim".

JUNSTY RIVER -Homens Da Lei -[L1]Plussize 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora