Capítulo 7

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Junsty River

20:09

— Me põe na linha com o chefe do gabinete.

Disse para o Duke. Estávamos no hotel, Baker como sempre atrás de um laptop e um microfone no ouvido e eu andando aflito de um lado para o outro.

— Tem certeza disso?

— Me põe agora com o chefe do gabinete.

— Tá bem, mas olha lá o que você irá dizer.

Iniciou a ligação.

— River, Baker... vocês já deviam estar de voltar.

— Boa noite, senhor. Eu gostaria de pedir permissão para iniciar uma missão de resgate.

— Missão de resgate? De quem?

— A filha de um empresário petrolífero. Ela me abortou hoje em uma farmácia pedindo por ajuda e eu comprovo que os homens que estavam com ela pareciam ser perigosos e abusivos.

— Sua única missão aí era prender Barbara Sanchez.

— Eu sei, mas surgiu...

— Você é um agente do FBI disfarçado. Não tem nem uma identidade verdadeira, por isso não pode salvar donzelas em apuros sempre que lhe da na telha. Temos que tratar todos os casos igualmente, avaliar, montar um perfil, uma equipe, um plano tático. Você não da as ordens aqui, entendeu bem?

— Mas senhor, é uma vida em jogo.

— Não está sob nossa jurisdição. Retorne imediatamente a Nova Iorque e deixe que a polícia daí faça esse trabalho.

— Eu vi o desespero em seu olhar, ela está contando comigo.

— Você já perdeu pontos só por ter ido a festinhas e gastado o dinheiro do departamento em bobagens. Não me faça tirar mais.

— Senhor...

— Eu sou o seu capitão e exijo que retorne a Nova Iorque amanhã mesmo ou os dois serão tirados do caso e estarão suspensos. Vou lhes tomar as armas, distintivos e os equipamentos eletrônicos. Fui claro?

— Perfeitamente, senhor.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa na tentativa de fazer o capitão mudar de ideia, Duke foi mais ágil e respondeu por nós dois, encerrando a vídeo-chamada.

— Você ouviu... vamos fazer as malas.

— Mas isso é um absurdo! A garota está entre a vida e a morte e ninguém está fazendo nada só porque ela não fala a mesma língua que a nossa. Eu vi o medo espalhado por todo o seu corpo.

— Podemos chamar a polícia e contarmos tudo o que sabemos, mas tirando isso, não podemos fazer mais nada.

— Se nem a gente, que é do FBI, está movendo um dedo, imagina os policias daqui. Duke, amigo, você sabe como funciona essas coisas. Eles vão achar que é mentira porque ela é rica, deve ter seguranças e irão dizer que eu me enganei pensando ser um sequestro. E depois que as primeiras pistas começarem a aparecer, eles primeiro vão juntar informações, depoimentos de testemunhas, pedir um mandato para vasculhar o apartamento e só depois começarão as buscas. Até lá, a garota já pode estar morta há três dias em uma vala.

— E o que você sugere que façamos?

Me olhou com um olhar tedioso, como se estivesse a beira de aceitar mas soubesse que iria dar merda.

— Não precisamos deles. Eu vigiei a casa por horas, sei aonde é. Deduzi onde poderia ser cada cômodo, os horários em que o Richard saí, quantos guardas...

— Isso não está me cheirando bem... O que o capitão disse não parecia ser um blefe. Corremos o risco de perdemos nossos empregos.

— Você viu que tentamos pedir reforço. Eu não sei você, mas eu entrei nessa não pelo salário de 50.000 dólares mensais, nem pelas fardas estilosas, os carros fort, pra brincar de arminha, fazer tiro ou alvo e muito menos pelos disfarces. Estou nessa para salvar vidas, prender gente do mal e fazer justiça pelos outros. Se o capitão tem uma limitação, porque acha que não pode salvar a todos, então os nossos conceitos de ser um policial são bem diferentes. Eai, você tá comigo ou não?

— Sempre e para sempre, irmão.

— Ótimo! Primeiro vamos montar uma pequena planta no computador, depois indicaremos os possíveis lugares aonde eu poderei entrar e sair.

***

O plano era simples, resgatar a garota e colocá-la em um lugar seguro. Era em torno das 02:39 AM e eu estava em frente a mansão, esperando o Duke desativar o sistema de alarme. Assim que o fez, me avisou pelo ponto eletrônico e eu pulei o muro, entrando. Caminhei na encolha até perto da porta dos fundos, que dava para a cozinha, e fiquei atrás de uma das câmeras, ajeitando-a para o lado com a intenção de desviar o foco da lente.

— Tem três guardas no portão, dois na entrada da frente e um dentro da casa, caminhando para ver se está tudo bem. A Arabella está no terceiro andar, segundo quarto a esquerda.

Duke me alertou. Ouvi a tranca se abrindo, assim sabendo que o meu parceiro havia feito mais um bom trabalho. Entrei discretamente e olhei para os lados. A luz estava apagada, mas o azul da água da piscina reluzia por todo o ambiente. Fraguei o guarda de costas andando pela sala e que ela estava a caminho da cozinha. Dava claramente para ver o volume da arma nas suas costas. Subi rapidamente a escadaria, chegando até o quarto. A porta estava entreaberta, e eu pude ouvir vozes femininas vindo de dentro.

— Tenha uma boa noite, senhorita. De manhã venho pegar a bandeja.

A empregada saiu e puxou a porta. Rapidamente, me encostei na porta do quarto ao lado. A governanta passou e desceu as escadas. Fui mais ágil e botei a mão no vão da porta do quarto da Arabella antes que ela se fechasse por completo.

— O que é isso? Quem é você?

— Peço que fique em silêncio, por favor. Eu sou um agente do FBI e me chamo Junsty. Vim ajudá-la a escapar daqui.

Disse baixinho. Fechei só um pouco a porta, para ninguém nos ouvir. 

— I-isso é verdade mesmo? Você veio me salvar!?

Levantou da cama, respirando um tanto ofegante. Acho que se sentia surpresa e emocionada.

— É, mas temos que sair daqui logo e na espreita, porque esse lugar está cheio de vigias.

— "Pergunte a ela aonde está o Xavier".

Duke me aconselhou.

— Aonde está o Xavier?

— Eu não sei de nada que acontece dentro dessa casa. Ele sai, volta, sai de novo, volta, fica horas no escritório... Essa é basicamente a sua rotina.

— Acho que vamos ter que pular a janela.

— A janela? Mas é muito alta.

— Arabella? O que está acontecendo aí?

Ouvimos uma voz masculina vindo do lado de fora, próximo a porta, como se estivesse pronto para abri-la a qualquer momento.

*****

Já sabem kkkkk

Comentem muito que volto sempre

JUNSTY RIVER -Homens Da Lei -[L1]Plussize 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora