Capítulo 17

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Kevin Laurent

Recebi uma mensagem enquanto estava no trabalho, Helen estava me esperando em uma lanchonete próxima então terminei tudo que tinha que fazer e fui ao encontro dela.

— Então o que descobriu?

— Tenho uma entrevista de emprego hoje!—Ela fala animada— É uma casa importante, como empregada doméstica... Não me importo com a profissão contanto que eu possa ganhar dinheiro.

— É uma profissão digna com certeza. Espero que dê tudo certo para você Helen.

— Eu também! Você estava ocupado quando eu te chamei?

— Não, não. Apenas resolvendo algumas coisas. Onde é seu emprego?

— Em um desses bairros famosos, não sei o nome agora.

Bebemos um gole de café, conversamos mais um pouco descobri que Helen veio de uma cidade pequena e muito conservadora, seus pais morreram semanas antes dela de fato viajar, senti uma pontada de pena dela por isso. Desejei a ela mais uma boa sorte e saí da lanchonete prometendo encontrar ela uma próxima vez, talvez.

"Passe amanhã por aqui, faremos um jantar em família!"— Madre.

Revirei os olhos para a mensagem, não acredito que terei que ver a cara dos meus irmãos novamente, terei que ver o exagero em carinhos a Davi e os olhares atravessado e malicioso de Rafael, estou abusado de tudo isso, dígito para minha mãe que não poderei ir inventando uma desculpa qualquer.

Voltei para meu trabalho procurando ocupar minha mente com outras coisas tentando não deixar as lembranças de quando era criança me atrapalharem, mas era impossível! Senti meu sangue ferver quando me lembrei de algumas coisas, estava tudo guardado dentro de mim, formando uma poça, ou melhor, um rio de amargura passadas. Digo a mim mesmo para se acalmar, preciso ficar calmo porque isso é passado. Um passado horrível que me deixa com raiva.

***

As dez da noite, depois que tomei dois copos de café, depois de afundar minha cabeça em trabalho deixando minha vida pessoal de lado e o celular desligado, eu saio da empresa. Só tinham cinco seguranças quando cheguei ao estacionamento. Liguei meu aparelho dentro do carro, recebi as mensagens como bombas e a maioria delas são da minha mãe.

"Não trabalhe demais filho"

"Tente encontrar um jeito, ficaremos felizes se vier".

"Chame sua noiva, estamos animados para o casamento".

"Espero sua resposta amanhã"

Desliguei a tela e liguei o carro indo para casa.

Encontrei Taís no quarto, olhando algo em seu celular ela nem percebe que cheguei até eu sentar ao seu lado na cama.

— Como foi o dia meu amor?

— Estressante.

— Quer que eu faça uma massagem em você?

— Depois de um banho. Obrigado meu amor.

(...)

Senti as mãos dela passeando pelo meu corpo foi algo relaxante, as unhas que cravam minimamente me deixa mais relaxado e também... Excitado. Estou de costas, meu membro está duro feito rocha.

— Taís...

— Pode falar. —Ela usa uma voz rouca e sedutora.

A puxei para o outro lado da cama e comecei a beijá-la.

***

Um dia para me casar foi a primeira coisa que pensei assim que acordei, meu coração bateu forte. Senti o nervosismo e a ansiedade me corroendo. Levantei da cama sem roupa, elas estão jogadas por aí igualmente as da minha noiva que dorme enrolada nos lençóis. Fui para o banheiro lembrando-se da noite excelente que tive com ela, cada detalhe, cada toque foi incrível. Liguei o chuveiro, preferi um banho gelado para baixar meu volume antes que ela acordei e comecemos o segundo hound.

Procurei palavras para descrever a minha animação, mas não eram suficientes. Achei que nada poderia estragar minha felicidade pela manhã, até ver Davi na minha sala.

— O que você está fazendo aqui?

— Nossa mãe me mandou vir aqui.

— E como um bom filho que é você veio—Não me esforcei para esconder o sarcasmo.

— Kevin... Porque é assim?

— Assim como? Estou apenas querendo que você vá embora daqui e me deixe trabalhar em paz.

— Eu vou já que você quer... Mas, eu queria apenas te... Queria apenas saber como estamos.

— Estamos bem. Sempre estivemos agora, por favor, me deixe trabalhar em paz.

— Terei que esperar o Billy chegar, ele me deixou aqui e foi se encontrar com o tio dele.

Bufei irritado. Agora terei que aguentar ele aqui? Sentei em minha cadeira, ele está na minha frente olhando para mim... Mas, não está me enxergando. Comecei a trabalhar. Mesmo sabendo que ele não me via eu me sinto incomodado.

— Queria que olhasse para o outro lado.

— Não vou enxergar mesmo assim.

— Odeio isso.

— O que?

— Seus olhos em mim mesmo que não me veja, me deixam incomodado, MUITO incomodado.

— Não devia.

— Não diga... Davi olha só eu posso pedir um táxi para você ir, ou mandar alguém te deixar em casa se quiser.

— Você me quer muito longe não é?

— Com certeza, não tenho medo de admitir isso.

— Porque eu te incomodo tanto? Sinceramente eu não sei passei noites e dias tentando lembrar ou imaginar porque desse rancor.

Fiquei calado. Com minha respiração irregular eu começava a usar.

— Vamos.

— Para onde?

— Vou deixar você em casa e voltar para cá eu apenas quero você longe por enquanto.

— Só vou sair daqui quando me disse o que eu te fiz.

— Davi! Eu. Não. Quero. Você. Aqui. Deu para entender? Ou além de cego está surdo?

— Não, não estou.

— Ótimo, não precisamos de mais nenhum defeito então. Agora levante-se.

— Ele levantou, antes que eu pudesse me aproximar ele me manda parar com um gosto imaginei por uma fração de segundos que ele pudesse me ver.

— Irei sozinho, não quero te aborrecer e assim como você estou enjoado da sua presença foi um erro enorme ter vindo aqui.

— De fato, foi.

Fechei a porta quando ele saiu, coloquei meus braços na nuca e respirei fundo três vezes para tentar me acalmar. Eu estava prestes a soltar tudo, toda a minha raiva em cima dele, se ele tivesse ficado mais um pouco aqui eu teria feito algo que com certeza me arrependeria. Talvez.

Minha Perdição | Série Irmãos Laurent-(Livro 2) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora