Capítulo 14

4.7K 510 10
                                    

Kevin Laurent

Depois de ajudar minha mãe e Taís com alguns detalhes (chatos) do casamento. Procurei meu telefone no carro e liguei novamente para Caleb e como das outras vezes, ele não atendeu.

Estou sem cabeça para nada, nem para a empresa, nem para meus irmãos, nem para mim mesmo. Peguei meu carro e dirigi pelas ruas aleatoriamente. Quando cheguei a uma rua pouco movimentada, com um ar gelado por causa das nuvens carregadas eu vi a cabeleira loura balançando pelo vento, é o amigo de Caleb. Está andando na calçada olhando para todos os lados, acelerei e cheguei perto o suficiente para ele me reconhecer. Pelas sobrancelhas franzidas e as bochechas levemente coradas —Sem falar de seu olhar matador—ele está com raiva de mim—Eu não o culpo.

— O que você quer? Já não basta ter deixado meu amigo na pior?

— Preciso concertar o que fiz, onde ele está?

— Nem morto eu falarei escuta Kevin não é? Então, o meu amigo chegou chorando em casa, deitou na cama e assim ficou quando eu soube que a culpa foi sua eu quis... Ainda quero te estrangular.

— Não culpo você por querer isso, mas precisa me deixar conversar com ele para que eu possa concertar isso eu sei que foi errado, mas, por favor, me deixe fazer isso.

— Posso tentar convencer ele a te ouvir, não prometo mais nada.

— Obrigado... Está indo para algum lugar?

— Visitar um colega, espero que de tudo certo na conversa de vocês e... Se de alguma maneira machucar meu amigo novamente mesmo que minimamente sua noiva não vai ver seu pau na lua de mel. —Ele sorri como se falasse isso todo dia. Depois saiu andando e eu voltei para o carro.

Começou a chover, a névoa apareceu, mas não se aglomerou tanto o frio começou a ficar intenso. Quando estava parado no farol recebi uma mensagem, de Caleb.

"Ian me falou que você conversou com ele, não queria ver sua cara por um longo tempo, mas farei isso não por você, me encontre no Barry's".

Felicidade, ansiedade, animação, insegurança são esses os sentimentos que rondam minha mente agora como devo reagir? Como ELE vai reagir? Ficaremos bem ou não? Sinceramente espero que sim, acho que ele não veio a minha vida por acaso. Sempre existe um porque na vida e se ele ainda não foi respondido é porque existe mais de uma resposta, Caleb é mais de uma resposta para minha vida.

Ás cinco e meia, quando o sol começava a repousar entre as nuvens deixando o mínimo de calor e dando lugar a neblina da noite, a temperatura mudou, os postes começaram a acender, meu coração ficou acelerado quando o encontrei na lanchonete combinada, ele realmente veio, mas não parece feliz com essa decisão, passeis as horas anteriores em casa ensaiando para esse momento em minha mente já que uma inquietação não saia de mim eu precisava pensar e muito, pensei em possibilidades absurdas e outras nem tanto, cogitei coisas fantasiosas e confesso não parei de pensar naquele dia que o beijei e o deixei prosseguir para tocar em meu corpo. Entrei ainda sem saber como reagir, minha mente gritava É AGORA OU NUNCA outra parte do meu corpo— Possivelmente o meu coração— gritava DEIXE ELE TE TOCAR NOVAMENTE EM QUALQUER PARTE.

O cabelo cacheado está bagunçado, ele está tamborilando sobre a mesa enquanto um copo grande de café está a sua frente ainda fumegante, me sentei sem fazer barulho algum, ele notou minha presença três minutos depois. Não sorriu, não reagiu nem bem nem mal.

— Não está feliz em me ver não é?

— Preciso responder?

O tom saiu tão acido que poderia derreter um metal, não pensei que começaríamos assim, mas por dentro eu já esperava, talvez esperasse mais atitudes como essa ao longo da noite isso é, se ele decidir ficar pelo menos meia hora. A tensão do silêncio se formou mais rápido do que um pingo de tinta derramada na água, espalhando até dominar tudo.

— Olha, Caleb, eu... Eu... Sinto muito pelo que disse antes eu não tive intensão de te machucar—Vendo que ele não tinha intensão de falar, eu prossegui—, quando aquilo aconteceu foi por impulso, disse coisas por impulso porque me senti culpado não quero que fique com raiva ou triste porque não suporto pensar em você dessa maneira e fico ainda pior quando lembro que eu que fiz isso. Destrói-me de um jeito inexplicável.

Silêncio. Ele olha dentro dos meus olhos e parece não ter vontade de desviar o olhar, eu também não tenho quero que ele veja de algum jeito que falo a verdade tudo que saiu de mim foi puramente verdade e acredite-o ou não, não ensaiei isso apenas saiu livremente e me deixou aliviado.

— Eu não sei no que acreditar.

— Acredite em mim, em mim agora que olho para você e peço desculpa e não em mim daquele dia que foi extremamente ignorante.

— Você é a mesma pessoa de antes Kevin.

— Não sou juro que não sou.

— O que te fez mudar?

— Você.

Ver seu olhar de surpresa me fez dar um meio sorriso, ele procura verdade em meu rosto.

— Eu desculpo você, por essa vez eu te desculpo, mas, por favor, não repita isso me destruiu.

— Eu prometo. Aceita jantar comigo e aproveitar que estamos aqui?

— Adoraria.

(...)

Não percebi o tempo passar, quando olhei pela janela a lua estava cheia e as estrelas brilhavam. Os poucos clientes foram se retirando, nós também saímos rindo de algo que ele disse paramos em frente ao meu carro, pedi para leva-lo em casa.

— Não precisa obrigado, mas eu adoro andar.

— Fico receoso em te deixar nas ruas depois que aquilo aconteceu. Como estão os ferimentos.

— Melhor. Não vai acontecer nada, volte para sua casa.

— Espero conversar mais com você amanhã.

— Talvez, até amanhã Kevin Laurent.

— Até amanhã Caleb.

Fui para casa depois de vê-lo virar a esquina pelo retrovisor, quando cheguei encontrei Taís no sofá lendo algumas revistas de moda ela se levantou e me beijou depois voltou para suas revistas, fui para o quarto sem o peso nas costas a culpa saiu do meu corpo e parece que de lugar a asas estou mais leve do que nunca e posso conviver com isso todos os dias.

Minha Perdição | Série Irmãos Laurent-(Livro 2) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora