Capítulo 20

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Kevin Laurent

A cada passo que Taís dá meu coração dar um solavanco, estou nervoso porque finalmente está acontecendo. Estou casando com ela e é isso que eu quero. Passei meus olhos pelo local, todos os meus amigos sentados sorrindo por mim e para mim, o pai de Taís ao lado dela a trazendo para mim sorrindo mais que todos. Meus pais ao meu lado no altar soltando lagrimas de felicidade. Diego e Hall estão sentados ao lado de Summer que veste um vestido amarelo lindo e carrega uma bolsinha branca. Linda. Meus olhos pousam em Caleb, quando as lembranças começaram a aparecer Taís fica na minha frente. Peguei a mão dela e beijei delicadamente. Olhei para Mauricio e o agradeci.

Ficamos frente a frente o vestido dela é perfeito, ela é perfeita. Seu sorriso me contagia imensamente. Olhei dentro dos olhos dela, segurei firme suas mãos.

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Caleb Lima

O padre começou a falar, eles estão lindos juntos, um casal perfeito de fato. Porque imaginei que poderíamos ficar juntos? Que besteira... eles combinam em tudo. Não prestei atenção em nenhuma palavra, estou imerso em pensamentos, dos ruins até os mais ingratos. A tristeza dá lugar à raiva e por mais que eu queira sair correndo, eu não sabia para onde, para a rua ou paras os braços dele? Tentei prestar atenção no casamento, mas só presto atenção nele. Meu coração está apertado como nunca antes, a cada minuto aqui dentro, a cada palavra proferida pelo padre, a cada sorriso que ele dá eu me despedaço mais.

Quando comecei a ser garoto de programa eu sabia que não podia deixar levar pelos sentimentos, sabia que isso sempre daria mal, mas o que eu não contava era que eu me apaixonaria por alguém sem ter feito programa, um completo desconhecido que tomou conta de mim pouco a pouco em situações diferentes e quando nossos lábios se se encostaram àquele instante eu soube que estava ferrado. Agora, estou vendo que estava certo, o desconhecido que dominou meu coração está se casando e me vê apenas como um amigo, e o que eu posso fazer é apenas aceitar isso.

— Se alguém tem algo a dizer, fale agora o cale-se para sempre!

Era isso? Era isso que tinha que fazer? Talvez sim, mas não fiz por mais que as verdades se aglomerassem e implorassem para sair do nó que era minha garganta. Por mais que eu queria falar tudo o que sinto ainda há uma parte de mim que não quer, que vai ser errado, egoísta da minha parte. Tenho que deixa-lo ir, para quem sabe, me libertar também.

Confesso que foi melhor não ter o ouvido dizer "sim" isso acabaria mais comigo... se possível.

Eles se beijaram, não era exatamente daquilo que eu precisava ver, meu estomago embrulhou mais rápido que papel. Enquanto todos ali aplaudiam eu queria vomitar ou chorar tudo e a possibilidade agora, até gritar ou correr. Os sinos bateram, as pessoas comemoraram, eles sorriram e eu fiquei com vontade de sumir, ou chorar ou gritar o que fosse mais fácil.

— Vamos lá para fora. —Ian falou.

Levantamos igual a todos, fomos para fora acompanhando os casados que eram recebidos com pétalas de rosas nas cabeças. Eles entraram no carro, fiquei parado perto do meu amigo e olhei o automóvel ser ligado e partir para longe.

— Não vou aguentar ir nessa festa... Estou péssimo o suficiente. —Comentei com Ian.

— Podemos ir para casa agora.

A mãe de Kevin veio até nós sorrindo, ela perguntou se iriamos para a festa do casal e só ouvir isso eu fiquei novamente enjoado.

— Na verdade eu não estou me sentindo muito bem e o Caleb vai me levar para casa. —Ian inventa a desculpa e faz uma cara de incomodo passando sua mão pela barriga.

— Oh, eu falo para o Kevin que está mal querido... Aposto que ele não vai ficar chateado.

— Espero que não mesmo, obrigado. —Falei e pedi com o olhar para irmos embora.

— Temos que ir senhora Laurent, e novamente me desculpe.

— Sem problema. Bem, eu tenho que ir.

Fomos para longe da igreja, mas o momento do casamento ainda gruda em minha cabeça. Chegamos em casa, tratei de tirar o terno e me deitar na cama estou mais cansado do que qualquer coisa, minha mente precisa descansar imediatamente, preciso parar de pensar no homem que está curtindo agora e nem deve se lembrar de mim. Preciso parar de sofrer por alguém que não me cabe, por alguém que não possuo.

— Amigo... Odeio te ver assim... — Ele senta ao meu lado na cama, passa a mão pelos meus cabelos.

— Eu queria não estar assim você sabe o que eu faço agora?

— Sinceramente? Não sei. Talvez distrair a cabeça com alguma coisa seja o melhor que tenha que fazer.

— Vou caminhar e voltar quando estiver melhor.

— Certo... Vou ficar aqui.

Calcei meus tênis e uma calça moletom. Fui sem camisa mesmo, andei oito ruas e continuei meu corpo precisava de mais. Quando senti que minhas pernas não me sustentariam mais eu sentei na calçada, estou mais distante do que pensava e isso é bom. Deixei que as lágrimas que reprimi anteriormente saíssem em abundancia, sem restrições apenas queira colocar tudo para fora sem ninguém por perto, me sinto tão idiota agora!

Queria não tê-lo conhecido, queria não ter ajudado ele naquela loja a procura de um brinquedo, queria ter não deixado ele me beijar naquele dia insuportável. Sinto raiva dele, mas mais ainda de mim por ter caído como um pato nessa jogada, o meu erro foi ter acreditado nesse sentimento ridículo chamado amor, devia ter seguido sem ele na minha vida, estaria melhor com toda certeza. Levantei da calçada quando o sol começava a se pôr. Fiz o caminho de volta para casa chegando às seis horas, encontrei meu amigo na cozinha, fui para o banheiro tirar o suor e desejar que a vergonha que estava sentindo de mim fosse ralo a baixo também.

Minha Perdição | Série Irmãos Laurent-(Livro 2) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora