capítulo dois: um assassino a solta

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O estacionamento de Shepherd High estava praticamente vazio

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O estacionamento de Shepherd High estava praticamente vazio. Assim que o último aluno deixasse o campus, a escola fecharia as portas para não atrapalhar o andamento da investigação. Apesar do homicídio ter acontecido na floresta, os policiais estavam tratando a cidade inteira como a cena do crime. Todos os jovens foram instruídos a voltar para as suas casas sem fazer paradas no meio do caminho. Qualquer um que tivesse informações sobre o paradeiro de Bane naquela noite estava sendo encorajado a conversar com as autoridades locais. Mais cedo, o armário de Bane fora aberto com um alicate. Suas coisas foram fotografadas pela perícia e embaladas em pequenas sacolas de evidência. Era real. Bane estava morto. A cidade não esqueceria aquilo tão cedo. Deveria ser o primeiro caso de homicídio em anos.

— Você consegue acreditar nisso?

Era Cash. Ele andava ao lado de Madison enquanto atravessavam o estacionamento. O asfalto estava molhado e acumulava poças da chuva da noite anterior. Quase todas as vagas estavam vazias e os poucos estudantes que restaram no campus andavam em direção aos seus carros.

— O quê? — ela retrucou com impaciência — Que o... Cara que fazia o nosso dever de casa está morto?

Um caroço particularmente difícil de engolir passou pela garganta de Madison. Por mais que tentasse enfrentar a morte de Bane com indiferença, ainda era difícil falar o nome dele. Bane estava prestes a ser enterrado a sete palmos do chão e, ao que tudo indicava, ela poderia facilmente ter sido a vítima. Estava na floresta naquela noite, andou pela mesma trilha que ele; era de dar arrepios pensar que esteve tão perto morte.

— Ouch — Cash colocou uma mão sobre o peito — Isso foi frio, Mads. Até para você.

O bastardo sorria como se tudo não passasse de uma piada. Madison não tentava mais entendê-lo. Quentin Cashwell vivia pelas próprias regras. Qualquer um que tentasse mudá-lo conseguiria no máximo uma dor de cabeça.

Alguns metros dali, seus amigos os aguardavam com caras nada felizes. Todos já sabiam da notícia. Durante a manhã, o celular de Madison não parava de apitar dentro de sua bolsa, lotado de mensagens do grupo que seus amigos faziam parte. Bane não estava nele, Mad pensou naquilo apenas naquele momento. Talvez devessem tê-lo incluído, mas já era tarde demais. Nenhuma mensagem viria dele, ou para ele. Era estranhamente parecido com a a sua caixa de entrada calma agora. Suspeitava que o silêncio fosse uma consequência direta da recomendação ridícula de Cash, que chegou a insinuar que tudo o que conversassem ficaria gravado para sempre na nuvem. O grupo não tinha exatamente algo a esconder, não em relação à morte de Bane, mas outros aspectos de suas vidas poderiam ser considerados escandalosos para adolescentes de famílias tão importantes. Seus pais ficariam orgulhosos por Mad evitar a fatiga.

Havia outros dois carros estacionados próximos ao Porsche verde limão de Cash, todos conhecidos. Na vaga da direita estava Holly e Tyler, empoleirados sobre o capô de uma BMW prateada. Na vaga da esquerda estava Aaron, conferindo o celular encostado em uma caminhonete. Em um dia normal, eles se dividiriam entre os três veículos e partiriam para casa assim que o sinal tocasse, mas aquele não era um dia normal.

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