luas de Galileu.

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#SaturnoUranoNetuno

Esfregou os dedos contra os olhos antes de se sentar na cama, espreguiçando-se por completo.

Sentia o rosto levemente inchado pelas horas seguidas de sono, mas estava revigorado, afinal, já havia certo tempo desde a última vez que Jimin dormiu tão bem. E se sentia tão disposto que rapidamente se levantou, caminhando devagar até a cozinha para esquentar a água do chá.

A manhã ainda estava silenciosa, até porque era cedo demais para muitos carros estarem na rua, ou a poluição sonora da cidade começar a atormentar. E era nesse horário em que Jimin aprendera a gostar da falta de som, falta de luz diurna e excesso de chá na varanda.

Park puxava uma das cadeiras até a varanda, sentando-se ali enquanto observava o céu recebendo um tom cada vez mais claro de azul. E não demorava muito até Uju se juntar ao dono, aninhando-se no colo do mesmo enquanto ambos aproveitavam daquele momento tão inédito e acolhedor em que o loiro aprendeu a se envolver.

Isto é, mais de um mês havia se passado desde que Jimin decidiu entregar seus tsurus ao próprio desejo escrito neles.

Já era tempo desde que não via Jeongguk e, infelizmente, sentia-se cada vez melhor com isso. Mesmo que ainda fosse perseguido enquanto dormia, em seus sonhos.

O loirinho havia mudado a própria rotina após passar dias envolvido em tristeza e uma saudade que ao menos lhe cabia no peito. Decidiu, com a ajuda de seus amigos, que talvez fosse melhor mudar toda a sua vida, aos poucos, mas para melhor. Estava focando-se nas aulas de dança, em sua própria casa e alguns novos hobbies que o faziam bem; como ver o céu clarear pelas manhãs.

Jimin, gradativamente, descobria que não precisava de muito para se sentir bem, mesmo que às vezes apenas a sua presença não soasse o suficiente.

Então, ao acordar sem mais um de seus tantos sonhos com o tatuado, Park não estava triste ou cabisbaixo. Talvez aquele fosse um bom dia.

E só poderia melhorar quando ouviu um barulho de porta se abrindo, sendo seguido pelos passos ainda arrastados de Taehyung.

— O que você faz acordado tão cedo, Chim? — ele questionou ao ver o amigo sentado na varanda. Caminhou na direção contrária, indo buscar um copo de água na cozinha.

— É gostoso. — deu de ombros, rindo. — Descobri que gosto desse horário.

Seu melhor amigo estava sonolento demais para processar aquela conversa, mas não se opôs antes de sair pela porta da varanda, encarando a cidade ainda silenciosa.

Estava feliz por ver seu amigo experimentando coisas diferentes. Isto é, nunca sentiu-se tão mal quanto o período que Jimin se recusava a sair, passear, viver. A dor dele refletia e atravessava o corpo de seu melhor amigo, era algo doloroso de se presenciar e vivenciar.

Por isso, estava disposto a ajudá-lo com o que precisasse.

— Nós deveríamos testar algo novo. — bebeu outro gole da água.

Jimin prontamente o fitou.

— Como assim?

— Um passatempo, sabe? — deu de ombros. — Talvez um curso. Te faria bem.

Jimin queria apenas dizer que estava bem daquele modo, mas realmente não seria uma má ideia se pudesse encontrar novas coisas que o causasse distração e bem estar. Isto é, passar um tempo com Taehyung nunca deixava de ser divertido, além de já ter ficado horas o observando pintar, por exemplo. Participar daquele momento poderia ser legal, certo?

Precisava abrir-se à novas experiências, sabia que seu emocional dependia disso.

Porque passou tempo demais imaginando e fantasiando com acontecimentos que não precisavam, de fato, acontecer. Então, de uma vez por todas, Jimin precisava experimentar a vida.

Quando nos Vênus, juro a Marte | ji+kookOnde histórias criam vida. Descubra agora