a hipnose dos olhos.

46.9K 8K 18.2K
                                    

Pela primeira vez em muito tempo, Jungkook se sentia bem.

Sem paranóias na cabeça, sem mau humor ou problemas pesando nas costas. Estranhamente ele só estava bem, se sentindo até que animado. Claro, não havia saído do quarto ainda e talvez – com certeza – fosse por isso. Sabia que ver sua família o deixaria para baixo, mas não se importava. Não naquele momento.

Era seu costume não se importar, porém era difícil quando eles gritavam em sua face.

Principalmente porque parecia ser o objetivo de seu irmão, Gook, lhe irritar. O policial gostava de vê-lo nervoso e isolado, e Jeongguk jurava que tentava apenas o ignorar, mas era difícil. Muito difícil.

PJM
Oi, Jungkookie.
Espero que esteja bem!
Tenha um bom dia!

Mas, cara, também era tão difícil ficar estressado com Jimin ali.

Ele não estava realmente ali, mas parecia tão perto, parecia que sabia quando Jungkook precisava de apoio ou apenas uma palavra amiga. Amiga.

Sorriu para o aparelho e respirou fundo, se jogando outra vez na cama e fitando o teto de seu quarto. Não saberia (mesmo que tentasse muito) como explicar o que Park estava fazendo consigo. Simplesmente não sabia o que acontecia, quando acontecia, o porquê de acontecer. Só... acontecia. Talvez fossem os olhos sorridentes, talvez a personalidade amável ou o jeito como escondia a boca com os dedos curtos quando ria.

Mas era apenas um talvez.

— Jungkook! Abre a porta! — ouviu seu irmão batendo e falando alto para que conseguisse ouvir.

Talvez Jeongguk precisasse de um tempo da sua família.

Rolou no colchão, revirando os olhos antes de levantar e coçar os fios, indo até a porta. Estava só de calção (um de basquete que usava para jogar quando os rapazes se reuniam na quadra pública), mas não se importou em vestir uma camiseta ou qualquer coisa do tipo.

— Oi. — falou arrastado assim que abriu a porta.

— Bom dia. — o homem respondeu o fitando dos pés a cabeça, um sorriso amarelo nos lábios. Cada tatuagem era uma careta diferente. — Achei... Que já estava pronto.

O vocalista apenas respirou fundo, franzindo o cenho.

— Pronto pra que?

— O almoço na casa dos Sun. — Gook deu de ombros. — Você prometeu que iria.

Por um momento, arrependeu-se de ter aberto aquela porta.

— Ah... É hoje? — pressionou os lábios.

— Sim, a filha deles vai estar lá. — ele respondeu, firme. — Então...

— Não posso hoje, desculpe. — interrompeu, encolhendo os ombros levemente. — Tenho algo importante pra fazer.

Tentou fechar a porta, mas o mais velho segurou assim que percebeu. Os olhos fitando Jeongguk enquanto o sorriso amarelo ia desaparecendo gradativamente. Óbvio que ele não acreditava em seu irmão.

— E o que é? — seu tom era desconfiado.

— Não é da sua conta, Gook. — respondeu ríspido.

— Então não é importante o suficiente.

— Sim, é. — bufou. — Eu não vou com vocês.

Assim que tentou fechar a porta, o filho mais velho dos Jeon segurou a madeira, fitando Jeongguk com fúria nos olhos.

— Onde você vai?

Respirou fundo, precisava de uma desculpa. Sabia que eles não aceitariam se disse Namjoon ou Hoseok, principalmente porque eles eram péssimos com mentiras. Seu coração então acelerou e só de cogitar a ideia de ter de ir ao jantar seu estômago embolava.

Quando nos Vênus, juro a Marte | ji+kookOnde histórias criam vida. Descubra agora