Quando nos Vênus, juro a Marte | ji+kook

comicamente assustador.

#SaturnoUranoNetuno

Tinha um certo costume de se colocar na própria vida como um personagem se posiciona em um filme.

E, comumente, Yoongi descartava a ideia de personagens principais, secundários ou figurantes. Todos faziam parte e ele entendia, sentia, que também integrava o sistema planetário do qual seus amigos pertenciam. Por isso, lá estava ele apenas observando, sentado no sofá do apartamento de seu namorado à medida que zapeava pelos canais da televisão, esperando que Taehyung (ou até mesmo Jimin) acordasse.

Quando começaram a namorar, Min acreditava que a relação não duraria muito tempo porque eram realmente bem diferentes. Isto é, se conheceram na beira da praia porque ele queria fugir de seus problemas, medos e vida, enquanto Taehyung queria encontrar-se com tudo que havia deixado quando saiu do país.

No momento em que Yoongi era pavor do mar que ia e vinha na areia, Taehyung era o próprio mar que balançava e trazia sensações esquecidas no fundo.

Talvez, por isso, Saturno e Júpiter funcionassem tão bem.

Além disso, ambos os planetas já eram conectados desde a mitologia grega. Saturno era pai de Júpiter, e se tratando dos planetas, ambos eram semelhantes em aspectos como o tamanho ou a composição, mas apenas isso. Só que isso soava pouco demais na mente de Taehyung.

Assim que acordou e seguiu para a sala, jogou-se sentado ao lado do namorado, sentindo-o beijar o topo de sua cabeça antes de sorrir para ele, esperando o sorriso gengival ser retribuído para que só então seu dia começasse.

Porque Saturno é a divindade romana mais complexa, conhecida como Cronos, o deus que representa o tempo. E Júpiter tinha plena noção de que quando estava com ele, com Yoongi, as horas pareciam demorar a passar, os minutos se arrastavam para que eles e somente eles pudessem se amar por mais tempo.

O tempo que quisessem.

— Dormiu bem? — Min perguntou baixinho, os braços enrolados ao redor do corpo do namorado.

Taehyung assentiu, ainda sonolento, pouco antes de esfregar os fios lisos no peitoral alheio.

— Mais um menos. — encolheu os ombros levemente. — Tive um sonho estranho.

— Foi algum tipo de pesadelo? — perguntou e fitou o canal aleatório em que deixou na televisão. — Porque, se foi, não precisa se preocupar. Tô aqui e vou te proteger.

O mais novo revirou os olhos e ergueu o rosto para selar os lábios nos dele, rindo baixinho porque Yoongi era bobo demais quando queria. E, se dependesse de Taehyung, ele seria sempre.

Então, outro fato que existia de comum entre ambos era o número massivo de luas.

Mesmo sendo tão diferentes lá no fundo, algumas características em comum faziam com que soassem iguais. Por isso, sabiam que brilhavam juntos no céu, com Saturno e Júpiter, como Galileu e Titã, como Yoongi e Taehyung.

No fim, como eles.

Porque se Taehyung fazia Yoongi sentir que viviam no melhor filme já feito naquele planeta, então ele sabia que era amor.

— Não foi bem um pesadelo, — respondeu finalmente, rindo abobalhado. — só sonhei que estava beijando o Jimin. — riu de novo, fitando o namorado. — Achei estranho, mas engraçado.

— Só isso? — perguntou, curioso. — Sem uma cena romântica nem nada? Credo.

O mais novo fitou o namorado e então pôs-se a pensar, tentando lembrar se havia algo além dele e seu melhor amigo encostando os lábios.