wish the world away.

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Amava aquele lugar.

O ateliê de Taehyung combinava tanto com ele que Jimin quase acreditava ser uma extensão do mesmo. As paredes em um amarelado que o lembrava as folhas de livros antigos, os quadros apoiados uns nos outros perto da janela grande que não possuía cortina, pois o Kim gostava da luz natural do dia.

Tudo soava muito como seu melhor amigo, então era por isso que se sentia incrivelmente confortável ali, no cômodo não muito grande.

E assistir o mais alto pintando também era uma das coisas que acalmavam o coração sempre agitado do Park. Gostava de ver como seu melhor amigo misturava tons, pincelando aqui e ali até que tivesse mais um de seus desenhos tão bonitos. Era incrível como sempre era um quadro diferente e, mesmo assim, sempre era uma concretização do próprio Taehyung.

Porque eles possuíam aquilo, aquela conexão bizarra que nenhum dos dois sabia explicar. Era tão estranho, mas tão certo também.

— No que você pensa enquanto pinta? — perguntou baixinho, observando atentamente enquanto o outro assinava o canto da tela. — O que te inspira?

Viu-o sorrir, suspirando antes de responder:

— Acho que... Não sei. — franziu o cenho, confuso consigo mesmo. — Tipo, música me inspira. Pessoas também... Gosto de pensar nas coisas que me deixam confortável, sabe?

Jimin prontamente assentiu, entendendo bem o que ele queria dizer.

Começou a pensar então no que acabaria pensando se estivesse pintando. Coisas confortáveis para Jimin eram como aquele lugar, talvez seu próprio estúdio de dança ou, quem sabe...

Uma imagem específica veio a mente, mesmo que não quisesse pensar naquilo durante aquele momento.

Mas, a ideia de estar em seu sofá enquanto assistia um certo desenho e fazia carinhos em seu gato era perfeita, até porque ele estava lá. Bebericando chá de limão, chamando Uju para subir em seu colo, discutindo cada mísera frase que Rick Sanchez dizia. Jimin não queria, mas uma das coisas que o deixavam mais confortável, o que realmente o inspirava, era Jeongguk.

Não saberia dizer quando isso se tornou algo tão irreversível.

— Parece bom.

Foi tudo o que respondeu, abraçando as pernas contra o peito enquanto ficava ali, no cantinho da sala, observando seu amigo pintar.

Estava tentando não se sentir triste, mas era complicado com tudo o que acontecia. Já haviam passado mais algumas semanas desde que encontrara com o tatuado na rua e, desde então, Park se encontrava sem muitas forças.

Porque ele até mesmo tentou ser forte e entender que o que eles possuíam era temporário, que a presença de Jeongguk em sua vida fora apenas uma fase e que tudo o que tiveram fora apenas um capítulo. Jimin tentava aceitar que havia sido apenas uma tatuagem temporária no corpo de Jeon, mas era difícil.

Tão difícil que negar parecia ser mais fácil, fingir que estava tudo bem era bem acolhedor quando o medo, a insegurança e a tristeza batiam na porta de seu coração.

De qualquer forma, a tentativa de disfarçar se tornava inútil quando convivia com as duas pessoas que mais o conheciam no mundo. Poderia mentir para si mesmo o quanto quisesse, mas jamais conseguiria enganar Yoongi e Taehyung.

— Desculpa a demora, — o Min disse assim que entrou, deixando os sapatos para o lado de fora. — atrasei muito?

— Não, na verdade foi bom você demorar porque eu acabei de terminar. — Taehyung respondeu, sorridente. — Vou só deixar secando e nós já podemos ir.

Quando nos Vênus, juro a Marte | ji+kookOnde histórias criam vida. Descubra agora