Cap. 11 - O porco

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Ou melhor a porca, Percy disse que eles haviam lutado contra aquilo no último verão. Mas agora, estávamos completamente desprotegidos, e exaustos. Não poderíamos vencer aquela porca imensa e rosa.

Acelerei o máximo que pude, até que fui obrigada a parar em um desfiladeiro ou iríamos cair.

Não fazia ideia de como iríamos deter aquela porca voadora, ela tinha umas 500 toneladas, e era mais rápida que um trem-bala. Saímos do carro atordoados,  não tínhamos ideia do que faríamos.

- Ela voa muito alto,  nunca vamos acerta-la com nossas espadas-  conclui Annabeth. - A não ser que Saymon, toque sua flauta.

- as raízes não serão fortes o suficiente, e eu estou exausto não sei se minha magia funcionaria. - disse Saymon se apoiando em Nico.

Estávamos encurralados em um desfiladeiro, a queda seria mortal com certeza, senti uma pontada na minha cabeça e de repente, um raio partiu uma árvore que caiu em cima da porca derrubando-a no chão, eu não fazia ideia  de como eu havia feito aquilo. Me senti fraca, quase cai, mas David me ajudou, ele me colocou encostada em uma rocha imensa, e investiu contra a porca junto com os outros.  Me senti uma inválida. Eu estava adormecendo, quando vi uma saraivada de flechas prateadas cortando o céu se chocando contra a porca, ela  soltou um guincho de dor e evaporou.

- Caçadoras,  descansar. - uma garota muito parecida comigo dava as ordens. - ela tinha um arco,  e uma coroa de prata na cabeça parecida com a lua, ela era bonita, seus olhos azuis tinham o mesmo poder dos olhos de meu pai.

- Thalia! - Annabeth correu até ela é a abraçou, foi tudo o que eu vi, depois adormeci.

Acordei dentro de uma tenda luxuosa,  David estava ao meu lado,  e abriu um sorriso de alívio quando me viu abrir os olhos. - graças aos deuses,  você dormiu por horas.

- E- eu senti uma dor de cabeça e dormi eu acho. Quem eram aquelas... - minha cabeça ainda doía muito. Acho que adormeci novamente. Quando abri os olhos novamente, David ainda estava lá, dessa vez ele dormia sentado em uma cadeira de balanço. Olhei em volta do lugar, não havia mais ninguém. Havia uma mesa posta, com frutas, doces, refrigerantes, bolos, pizza e tudo aquilo que a gente sente vontade de comer quando não pode.

Fiquei olhando David dormir, ele parecia um anjo. Peguei a pele em que eu estava enrolada e o cobri. Fiquei olhando ele dormir, quantas vezes eu me pegava fazendo aquilo? Desde quando nos conhecemos... há muito tempo atrás. Éramos vizinhos no Brooklin, íamos ao mesmo colégio, e nos conhecemos em uma aula de história, que por sinal era a nossa matéria preferida, fizemos dupla em um trabalho,  descobrimos que tínhamos muitas coisas em comum e ficamos amigos. Pelo menos no começo, depois de tantos anos eu já não sabia o  que eu sentia por ele, eu só sabia que o amava muito, a ponto de dar a minha vida por ele.

Estava pensando nisso quando alguém entrou na tenda. - Olá, hã... irmã!

Era a menina da tiara de lua, irmã? Mas como se eu era a única semideusa filha de Zeus no acampamento? Ela percebeu minhas dúvidas e se apresentou. - Sou Thalia,  tenente das caçadoras de Ártemis, e...- ela mudou o tom de voz.-...filha de Zeus.

- Eu sou, Julie Roberts,e também sou filha de Zeus.

- Não me espanto-  disse ela. - Profecias, Juramentos, Deuses-  ela revirou os olhos e completou olhando pra David que dormia na cadeira, - garotos! Puff!

Ela pareceu tanto comigo aquele momento que eu podia jurar que ela era mesmo minha irmã.

- Fico feliz por ter uma meio irmã, digo... eu não tenho nenhum por parte de mãe ou até mesmo de pai... tirando você claro.

Thalia riu divertida, - Eu te entendo. - ela sorriu. - também não, hã,tenho irmãos. Bom espero que vocês fiquem bem acomodados aqui, vocês precisam de descanso.  Percy me contou tudo. Coma e durma um pouco, amanhã nos vemos. Ela saiu me deixando novamente a sós com David, quando me dei conta,  ele já havia acordado e sorria pra mim. - Gostou de sua nova meio-irmã? Gatinha não?

Tentei não parecer nervosa, mas era inevitável, meu rosto ficava vermelho quando eu ficava com raiva. -Se ela é gatinha, porque não se aproxima dela? E vira um caçador de caçadoras? - disse olhando para ele.

Ele riu - Porque eu prefiro estar com a irmã dela. E também caçadoras não curtem garotos, se nao...  - joguei uma almofada na cara dele. - Ótimo pra você! Vou ver se Nico precisa de mim. - quando eu ia me levantando, ele me puxou de volta pra baixo, eu estava colada nele, podia sentir seu coração rente ao meu peito, pulsando aceleradamente. Sua respiração estava ofegante, seus cinzas e  tempestuosos olhos brilhavam, uma de suas mãos haviam pousado em minha nuca, minhas mãos seguravam seu rosto, ele sorriu e eu o beijei.

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