OLIVIA
Antes de abrir os olhos, sinto minha cabeça latejar fortemente. Uma pontada frenética atrás da outra. Um resmungo escapa do fundo da garganta ao sentir a claridade absurda nos meus olhos e depois de várias tentativas de tentar abri-lo. As cortinas parecem estar escancaradas, porque tenho a impressão de que o sol está literalmente dentro do ambiente todo. Levo as mãos à cabeça como se isso fosse aliviar a dor insuportável, mas é inútil não, continua latejando. Fecho os olhos novamente. Não quero sair da cama hoje.
Lembrete: não exagerar na bebida nunca mais. Falo sério. Três taças de vinho em casa é o suficiente e não se fala mais nisso. Neste momento, não quero colocar uma gota de álcool em minha boca nunca mais.
Me remexo um pouco na cama e sinto meu corpo reclamar também. Meus músculos das coxas e panturrilha doem e me sentindo toda quebrada. Dancei demais ou dormi na posição errada, o que seria normal depois de uma sessão de dança.
Droga, não me lembro de nada. É tudo um borrão na minha mente.
Faço uma varredura na memória a procura do que aconteceu noite passada e, lentamente, lembro que eu estou em San Diego, a horas de casa, estive numa boate depois de sair para jantar, dancei Britney Spears e bebi muito, muito mesmo. Tenho lembranças de diversos coquetéis em minha mente, um atrás do outro. Essa parte eu lembro bem. Acho que achei aqui o motivo para minha dor de cabeça. Depois, reencontrei um homem lindo com quem havia me esbarrado assim que chegamos e conversamos bastante e bebemos juntos também. Me vem algumas risadas, alguns sorrisos e conversas no ouvido.
Isso é tudo o que eu me lembro. O que não me recordo é o nome dele e nem do momento da despedida. Será que eu beijei aquele homem? Será que dei meu número a ele? Sou incapaz de me recordar destes detalhes. Meg deve saber e vou perguntar a ela depois, pois a curiosidade está me matando.
Meg! Onde ela está? Ou melhor, onde eu estou? Abro os olhos completamente e noto que estou enrolada num lençol branco, deixada numa cama. Somente meus braços e pernas para fora. Está claro demais no cômodo e me esforço bastante para continuar com os olhos abertos. Só o lençol sobre minha nudez. Quero rir. Faz um bom tempos desde a última vez em que dormi sem roupa.
Meu coração acelera, pois estou completamente nua numa cama... que eu deconheço. Ergo meu corpo e me sento à procura do vestido no chão e o não encontro. Meus pés descalços tocam o chão frio de mármore branco.
Faço uma busca maior com o olhar, tentando me lembrar de onde eu estou. Me parece muito com a suíte que eu e Meg estamos hospedadas, mas é um pouco diferente de como eu me lembro. Olho para atrás de mim e fazê-lo, dou um pulo de susto ao visualizar um corpo másculo também nu ao meu lado e está descoberto, ao contrário de mim. Me levanto, sobressaltada, e dou passos para o mais longe da cama possível.
Meu Deus, meu Deus, meu Deus! O que raios eu fiz essa noite?
Pelo estado de nossos corpos, está claro que nós não somente dormimos. Mal lembro de nada da noite passada, merda. Onde fui parar com a cabeça?
Cubro minha boca com o lençol para não soltar um berro e assustar o cara. Seus cabelos claros estão bagunçados espalhados no travesseiro branco, dormindo de bruços todo esparramado, me dando a visão privilegiada de seu bumbum redondo a mostra. Ele tem um corpo bem bonito.
A ponto de surtar, começo a procurar minha roupa íntima e o vestido emprestado. Felizmente, não tenho muito trabalho, e acho tudo em cima do sofá perto da sacada aberta. Sinto minhas bochechas esquentarem, porque sei que foi ali que eu tirei toda a roupa. Ou não foi eu que tirei. Só Deus sabe.
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While We Wait
RomanceEu nunca gostei de clichês, além do fato de serem mal elaborados, ainda havia a questão de que o mocinho nem sempre de fato é um mocinho, porém, eu havia de concordar que, enquanto todos os meus planos vinham por água a baixo e desaceleravam ao mes...