Capítulo 7

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Minha mente viaja enquanto Andrew arrasta minha mala pela calçada, enquanto caminhamos. Ninguém ao redor parece notar o que está havendo, já que mais parece um casal andando na rua.

Ele para em frente a um carro estacionado na mesma rua do apartamento. O observo abrir o porta-malas após um toque num pequeno dispositivo e colocar minha mala lá dentro. Não conheço esse modelo de carro, mas é muito bonito. É branco, alto e imponente, para combinar com o dono dele. Ele pega a outra mala de rodinhas da minha mão e fecha o porta-malas, vindo até mim em seguida onde ainda estou parada ao lado do carro, como uma estátua, assistindo a todos os seus movimentos. Um sorrisinho gentil surge em sua face antes afastar-se novamente para abrir a porta para mim.

Hesito por um instante, mas não tenho outra escolha a não ser entrar e deixar com que ele bata a porta em seguida. Desvio seu olhar do meu.

O aroma de capim-limão está em todo o ambiente, exatamente como eu me lembrava. O mesmo cheiro que ficou impregnado em minha pele por alguns dias no começo do mês passado.

Engulo em seco. Não acredito que isso está acontecendo. Não agora. Não agora...

Quando ele faz a volta e entra no banco do motorista, o aroma se intensifica e sinto seu olhar em mim. Custo olhar de volta para ele. O rosto claramente demonstrando preocupação e ansiedade. Por quê?

— Está mais calma? — sua voz sai cautelosa, como se eu pudesse me ofender a qualquer momento.

Observo seu rosto me encarando com atenção. Tão lindo quanto me lembro. A barba por fazer o deixa tão charmoso... e seus olhos azuis tão fixados nos meus que quase me perco.

— Já tive dias melhores. — digo após um suspiro.

— Você vai melhorar. As coisas vão se acertar, confie em mim.

Ele dá um sorrisinho e põe o cinto de segurança, e faço o mesmo. Ele começa a dirigir pela avenida, e não o poupo de meu comentário. Me pergunto porquê ele está fazendo isso e recapitulo os últimos acontecimentos. Se eu visse alguém que conheço sentada na calçada chorando e cheia de malas, eu faria o mesmo. Talvez Andrew seja uma pessoa boa.

— Não é o mesmo carro de San Diego. — observo.

Ele abre um sorrisinho.

— Aquele era alugado. Não tenho um Porsche.

— Gostei daquele.

— E desse?

Balanço os ombros.

— Desse também. É espaçoso e... confortável.

Andrew liga o ar quente.

— Para onde estamos indo? — pergunto.

— Conhece o One B Hotel? Não é muito longe daqui.

Balanço a cabeça devagar, negando.

— Conheço pouco daqui ainda. Não faz nem 2 meses que cheguei na cidade.

— Você trabalha aonde? — penso um pouco, não querendo revelar demais sobre mim e ele ri, parecendo saber o quer estou fazendo — Só quero saber se o hotel vai ficar muito longe do seu trabalho.

Faço uma pausa, e finalmente digo o endereço da clinica, que fica perto do centro. Ele entorta o nariz.

— O hotel fica em West Hollywood.

Longe do trabalho, penso na hora, mas fico quieta. Eu conseguia ir a pé nos meus dias de melhor humor, mas o táxi ou Uber até lá não fica absurdamente caro. Se bem que, com o pouco dinheiro que tenho, não seria muito inteligente gastar ele todo em transporte. Minha mente não para de pensar um segundo sequer.

While We WaitOnde histórias criam vida. Descubra agora