Ofego quando entro pela porta giratória da clínica, tentando recuperar o fôlego depois de praticamente correr da cafeteria até aqui. Fiz o caminho em tempo recorde e agora sinto o gotas de suor escorrerem pelas minhas têmporas.
Cece, da recepção, me olha curiosa, certamente confusa ao me ver entrar tão afobada e parar para tomar fôlego. Nunca entrei aqui dessa forma. Não há mais ninguém além de nós duas e a decoração cor-de-rosa nas paredes da recepção. Dou um sorrisinho de leve e aceno um "bom dia" rápido antes de me enfiar na copa para beber água e descansar da maratona.
No segundo copo de água, começo a tossir com a temperatura e, me dou conta do que quase acabei de fazer. A ficha começa a cair, eu acho, porque levo a mão a testa, e percebo o tamanho do conflito em que estou metida.
Parece a cena de um filme clichê. Não consigo acreditar que me encontrei com Andrew, homem do qual fui atrás (e ele não sabe) e quase contei para ele sobre a minha gravidez (e o filho é dele!). Quando me levantei nesta amanhã, a última pessoa que eu esperava ver, era ele, ao vivo e em cores, em seu terno perfeitamente sob metida, abraçando cada parte de seu corpo másculo e forte. Fora seu cheiro, que ao fechar os olhos, consigo sentir.
Ruborizo ao pensar em como acho ele bonito. Lembro de seu sorriso e de sua risada quando mencionei...
Era a chance perfeita de dizer a ele sobre a gravidez, mas não imaginei que seria tão difícil. Fácil nunca achei que seria, mas travei completamente, com medo. Não me preparei para isso. Não imaginei o veria hoje no café. Era minha maldita chance de dizer e saber logo qual seria a reação dele em relação a isso, mas não o fiz, e agora, não sei quando haverá outra oportunidade.
Estou confusa. Na minha mente, está tudo uma bagunça.
No próxima instante, me acho louca por ter chegado tão perto de revelar tudo a ele. Não. É claro que eu não deveria ter contato nada. Onde eu estava com a cabeça, afinal? Meus planos era não contar nada, então, por que eu quase bati com a língua nos dentes?
Eu avaliei, ali, a possibilidade de dizer que ele seria pai do meu bebê, mas fuji.
Que grande merda.
Meu celular toca na bolsa, me tirando desses pensamentos.
— Você contou pra ele? — Meg pergunta quando atendo.
Balanço os ombros, mesmo sabendo que não está me vendo, e solto o ar devagar.
— Eu disse que não era corajosa.
— Meu Deus, Olivia... — ela suspira — Era a oportunidade perfeita.
— Sei disso. Mas eu disse que havia tomado decisão de não contar, lembra?
Ela não concorda nem discorda. Por cerca de cinco segundos, faz uma pausa, e sei que está pensando no que me dizer.
— Está certa disso? Encontramos ele hoje, do nada. Você não acha que é algum sinal ou algo assim? Ele vai ser pai!
— Honestamente? — ela faz silêncio mais uma vez — Eu não sei. Não sei se quero contar. Estou confusa.
E isso me dá medo, porque não sei se quero ter que passar pela burocracia que isso vai ter se tivermos que, de repente, entrar na justiça pela guarda ou pensão alimentícia. Já vi muito disso em filmes. E essa ideia não me agrada nem um pouco.
Sentindo um calafrio, abaixo as mangas da minha camiseta de manga comprida.
Andrew é um cara que mal conheço. Rico. Diretor de uma empresa milionária. Recém-casado. E a esposa dele? O que vai pensar de mim? Vai aceitar meu filho?
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While We Wait
RomanceEu nunca gostei de clichês, além do fato de serem mal elaborados, ainda havia a questão de que o mocinho nem sempre de fato é um mocinho, porém, eu havia de concordar que, enquanto todos os meus planos vinham por água a baixo e desaceleravam ao mes...