I want marry you

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Eu estava na biblioteca pegando o material que eu iria dar para Normani. Aqui é o melhor lugar para não ser perturbado. Nada além de um silêncio mortal enchia a sala. Eu era a única aqui, além da velha bibliotecária.

Eu tinha mandado uma mensagem para Brad dizendo que eu iria ter que pular o almoço, porque o Mr. Aguilera me colocou em um “trabalho especial”. Ele me mandou uma mensagem de volta dizendo que iria me guardar alguma coisa para eu comer mais tarde. Deus abençoe esse menino. Brad era sempre tão carinhoso, eu desejo...-

O som de passos me tirou dos meus pensamentos e quebrou o silêncio que, a poucos segundos atrás, enchia a sala. Tirei meus olhos dos livros e coloquei a minha cabeça entre a pilha de livros da minha frente para ver quem era a pessoa que fez esse barulho.

Um longo cabelo castanho irritantemente familiar estava andando em minha direção.

Ela.

Camila estava vestida impecavelmente de preto, como sempre. Mas desta vez ela não estava usando sua calça jeans, apenas um short que exibia sua coxa maravilhosa. Mas outra coisa me chamou a atenção. Camila estava segurando aquele velho diário, que uma vez eu quase morri porque eu tinha pegado.

– Você estava desenhando? – Perguntei.

– O quê?

– Você estava desenhando? – Eu repeti, apontando para o objeto em sua mão. – Ou você prefere escrever?

Ela olhou para sua mão e, em seguida, diretamente para mim.

– Isso não é da sua conta.

– Não há nada para se envergonhar. – Eu disse, franzindo a testa. – Eu faço o mesmo.

– Ah, então agora você acha que me conhece, porque nós duas temos um diário. – Ela disse, sarcasticamente. – Não seja estúpida.

Mais uma vez eu tentei ser legal com ela, mas é impossível. Ela sempre tem que dizer algo maldoso ou ofensivo. Que seja. Eu realmente não tenho tempo para isso. Me levantei e comecei a andar. Eu tinha coisas melhores para fazer do que ficar aqui aguentando o seu temperamento.

– Aonde você vai? – Camila perguntou.

– Como você disse, isso não é da sua conta. – Eu disse, sendo tão “legal” como ela estava sendo.

Bom retorno, Lauren. Bem feito. Eu afaguei meu ombro mentalmente.

-x-

Quando eu acordei hoje era uma manhã ensolarada em Miami. Mas agora, o sol tinha ido embora e apenas nuvens estavam no céu. Às vezes, o tempo pode ser tão estranho. Aquecimento global, é por isso.

Eu decidi ir para o meu quarto e descansar um pouco. Meu corpo estava começando a doer de tanto tempo que fiquei na biblioteca, sem almoçar. Você não pode viver apenas com ar, sabe?

Nota para mim mesma: mais comida, menos estudo.

Enquanto eu estava caminhando para o meu dormitório eu senti como se alguém estivesse me observando. Continuei virando-me para ver se havia alguém, mas não tinha. Pelo menos não à vista. Talvez eu esteja apenas cansada e tendo alucinações. E eu preciso de comida.

Que seja.

Uma vez que entrei na sala de dormitórios a atmosfera mudou drasticamente. Estava frio como um iceberg. Ouvi barulhos estranhos vindo atrás de mim. E foi aí que eu vi. Com o canto do meu olho eu consegui ver um vulto escuro em pé perto da esquina. Calafrios percorreram minha espinha, fazendo arrepios cobrirem minha pele.

– Quem está aí? – Eu perguntei, tentando me manter calma.

Eu precisava ter certeza de que não era minha imaginação ou apenas um outro estudante que eu não vi. Eu não queria fazer uma cena ou surtar por nada.

Silêncio mortal.

Ninguém respondeu.

Ouvi passos cada vez mais perto. Eu estava prestes a virar, mas algo dentro de mim me impediu de fazê-lo. Em vez disso, eu comecei a correr o mais rápido que pude.

Eu não estava vendo onde eu estava indo. Tudo que eu sabia era que eu precisava chegar ao meu quarto. E rápido. Quando virei em uma outra esquina eu esbarrei em alguém e quase caí.

– Uau cuidado, preste atenção aonde você está indo. – Um garoto disse, segurando meus braços.

– S-Sinto mui-to. – Gaguejei.

– Você está bem? Você está meio pálida. – Eu balancei a cabeça.

Atrás dele, percebi que havia mais alunos no corredor perto do meu quarto. Deixei escapar um suspiro de alívio. Sabendo que havia mais pessoas e que eu não estava sozinha por aqui me fez me sentir melhor. E segura. O que quer que estava atrás de mim, não faria nada se mais pessoas estavam aqui.

Dei-lhe um pequeno sorriso e comecei a caminhar para o meu quarto.

Algo me chamou a atenção quando cheguei mais perto.

Havia uma pequena caixa com um papel dobrado com o meu nome escrito nele. Me ajoelhei para pegá-lo e então eu abri a porta. Deixei os livros caírem na minha cama e me sentei. Quem poderia ter deixado isso aqui? Bem, só há uma maneira de descobrir.

Eu desdobrei o papel e havia algo escrito no interior.

“Seu favorito

Coma. Eu não quero que você morra de fome.

Com amor,

B. x”

Assim que eu terminei de ler a carta um largo sorriso apareceu no meu rosto. Brad era tão doce comigo. Ele era o cara perfeito, na verdade. E ele tinha uma escrita cursiva, o que era estranho para um garoto. Mas um estranho bom. Eu deveria parar de divagar.

Eu abri a caixa e havia um delicioso bolo de chocolate no interior. Me deu água na boca. Cheirava tão bom! Eu não tinha comido nada desde o café da manhã e que foi a muitas horas atrás. Eu estava morrendo de fome. 

Oh meu Deus, eu te amo Brad. Eu pensei enquanto dava a primeira mordida no meu bolo.

– Eu quero me casar com você. – Eu disse, olhando para o pequeno bolo na minha mão. – Você é o amor da minha vida, coisa fofa e doce.

Eu ri das coisas que eu estava dizendo. Eu era uma imbecil. Mas era a culpa da falta de comida.

De repente, ouvi uma batida na minha porta. Eu estava tão distraída que me fez saltar.

Uma vez que eu me recompus do susto, eu gemi e me levantei.

– Estou indo! – Eu disse. 

Ugh. Quem se atreve a interromper a minha deliciosa refeição? É melhor que seja algo bom.

Andei em direção a porta e girei lentamente a maçaneta da porta e a mesma abriu.

Eu deixei meu bolinho cair quando eu vi quem era.

DemonOnde histórias criam vida. Descubra agora