Ally passou grande parte da tarde organizando as coisas em seu novo apartamento. Tinha voltado ao Brasil para acompanhar de perto uma transação importante da construtora Brooke, e para receber um prêmio em nome do pai, que estava com a saúde bem debilitada e não pôde viajar.
Quando soube que voltaria ao Brasil, Ally viu sua chance perfeita de recomeçar a brincadeira de vinte anos atrás, afinal, estava com ela não estava? Ela já tinha deixado ele impune por muito tempo.
Apesar de tudo, Ally era feliz. Tinha uma família unida e amorosa, era filha única e herdeira de uma das maiores construtoras do país, era formada em construção civil, era jovem, bonita e bem resolvida... Não tinha do que se queixar. Teve uma infância tranquila, uma adolescência normal e havia se tornado uma mulher de personalidade forte. O pai era seu maior admirador e fã, não escondia isso de ninguém. Quando mais jovem, ela o acompanhava para todos os lados, ia em todas as reuniões de negócios, em viagens... Patrícia dizia que ela era a sombra do pai, e não sentia ciúmes da relação deles, pelo contrário, se sentiu admirada com a conexão deles desde o primeiro dia. O amor pela profissão também foi herdado do pai, Ally não podia ver planta, que ficava encantada. A mesma coisa acontecia com prédios antigos e com os modernos... Com tudo.
A fome de aprendizado, a curiosidade e a vontade de fazer tudo perfeito, foram características que herdou de Jerry.
A personalidade forte, o jeito teimoso e autoritário, e o alto nível de sinceridade, foram herdados de Patrícia.
Mas não era só isso, no fundo, bem no fundo, Ally tinha algo da mãe biológica. E foi essa característica que herdou de Susan, que fez com que ela não se esquecesse daquela noite.
A sede por vingança, o desejo de justiça...
Ally não se lembrava muito da mãe, nem mesmo da noite de seu assassinato. Ela se lembrava do que ela mesma guardou, se lembrava do que escreveu em seu diário quando criança e se lembrava do que Teddy lhe dizia. Sim, o urso ficou com ela, mesmo depois de ganhar um mar de brinquedos, Ally não se livrou de Teddy, por dois motivos simples. Primeiro que o urso foi seu único companheiro durante muito tempo, segundo que ele era um tipo de lembrete, ele não deixava Ally se esquecer do seu principal objetivo.
Ally passava o dia fora, com os pais, e quando retornava para casa e via Teddy em sua cama, se lembrava do único motivo de ainda estar viva.Enquanto esteve fora, Ally acompanhou a vida do homem que desgraçou sua vida, por revistas, sites e jornais. Ele era um homem importante no Brasil, dono de um dos principais escritórios de advocacia do país, não era difícil stalkia-lo. Ally juntou reportagens, recortes de jornais, entrevistas imprimidas... Tudo, o que saía na imprensa internacional, ia para as mãos de Ally.
Depois de tomar um banho quente e demorado, Ally foi desfazer as malas. Ela tinha um evento importante para ir, a entrega do prêmio de grandes empresários. Ela sentia orgulho do pai, ele era seu grande exemplo de vida e se sentiria lisonjeada ao receber aquele prêmio em seu nome.
Todos os grandes empresários estariam presentes com suas famílias, não era diferente com a família Cabello.Ele estaria lá, seria o primeiro encontro depois de vinte anos e Ally se sentia pronta para isso.
_Já passou o dia da caça. - Falou, retirando Teddy da mala. - Agora é o dia do caçador.
Ally tirou o resto do dia para se preparar, queria estar perfeita e não aceitaria menos que isso, foi algo que aprendeu com sua mãe :
"Uma Brooke tem que estar sempre impecável".
Seu pai havia ligados mais de dez vezes, ele estava ansioso e nervoso com a viagem da filha. Jerry não sabia o que, mas sentia que tinha algo de sombrio em Ally, algo que o deixou preocupado com sua volta ao Brasil, pois ele sabia que a raiz estava ali.
Ally conseguiu acalmar o pai, depois de muito esforço, mas conseguiu. Depois foi se arrumar para o grande evento.Ally escolheu um vestido vermelho longo, com uma fenda na perna. Não forçou na maquiagem, mas ousou no batom vermelho e nos olhos marcados. Deixou os cabelos soltos e pronto.
Ela sorriu com o resultado, estava linda e com um ar de garota problema.
《☆》
Chegou o grande dia, o dia em que se apresentaria ao país, não mais como Lara Almeida, a menina órfã e pobre, a menina sozinha e cheia de fantasmas na mente...
Mas como Allyson Brooke, a mulher que estava pronta para brincar de pega.
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Revenge
Fanfiction_Por que a deixou viva? - Um dos capangas perguntou. _Ela é só uma criança idiota. - O patrão respondeu, com tom de desdém. - Não vai fazer mal a ninguém. _Errou! - Ela sussurrou sorrindo.