《3.4》

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Ally estava concentrada, armando um plano para levar Alejandro até o galpão, quando uma  sentiu uma forte pontada no peito, como se alguém a estivesse cutucando com uma agulha.

_Ei. - Shawn a segurou, impedindo que caísse no chão. - Você está bem?

Ela franziu o cenho e respirou fundo, tentando se manter de pé.

_Foi só uma tontura. - Ela falou.

Shawn ergueu uma sobrancelha e lhe lançou um olhar sugestivo, enquanto sustentava um sorriso debochado.

_Para de me olhar assim. - Resmungou. - Qual o seu problema?

_Por um acaso, você não está...

_O que? - Perguntou, vendo a ficha cair em seguida. - Eu não estou grávida. Não mesmo. Tipo, sem chances.

_Se está dizendo. - Ele debochou.

Ela não sabia explicar o que acontecia, mas com certeza não era gravidez. Ally sentia o peito apertado, como se alguém expremesse seu coração... Algo estava muito errado.

Seu primeiro extinto, foi ligar pra mãe que já tinha voltado para casa, mas ainda assim, Ally quis ter certeza.

Ao desligar a ligação da mãe, Ally estava ainda mais aflita. Patrícia jurou que estava bem, e que tudo corria como o normal, logo, o problema não era com ela, o que fez Ally enxergar o que ela menos queria.

O celular de Laurrn só chamava e caia na caixa postal, ela tentou trinta vezes e nada. Não era algo normal para ela, que sempre atendia as ligações, até as menos relevantes.

A cada ligação não atendida, o coração dela se apertava mais.

_Chega! - Shawn falou, pegando as chaves do carro. - Não vou ficar aqui, olhando você ir de um lado para o outro.

_Aonde você vai? - Ela perguntou, ainda com o celular na mão.

_Vou trazer essa garota aqui, e acabar com essa sua aflição. - Disse saindo, e deixando Ally ali sozinha.

Alejandro manteve a arma apontada para a cabeça da filha, enquanto pensava no que fazer.

Parte dele se sentia culpada por tudo aquilo, não era pra acontecer assim, Ally era o alvo, não sua família. Mas a parte irracional, a que estava no comando, queria terminar com tudo e pronto.

Se ele matasse a família, poderia ir atrás de Ally, recuperar seus bens e viver livre... E se mantivesse elas vivas, provavelmente ele iria pra cadeia. Era como um jogo, onde só as escolhas certas levariam ao prêmio final.

_Pai, não faz isso. - Ela choramingou. - Deixa a gente ir, eu prometo que não vamos procurar a polícia.

_Cala a boca. - Disse lhe dando um tapa. - Eu quero pensar.

Sinuhe parecia mal, ainda estava desacordada e seu rosto estava péssimo. Camila temia pela mãe, ela realmente precisava de ajuda, ou não sairia dali com vida. Ela pediu aos céus para que atendesse ao seu pedido de socorro, não sabia se aguentaria por muito tempo, pois todo seu corpo doía, ou se levaria um tiro no próximo ataque de nervos de Alejandro.

_Deus, por favor, nos ajude...

Um barulho baixo foi ouvido, seguido por um forte estrondo.

Camila fechou os olhos, não queria que a imagem do pai puxando o gatilho, fosse sua última lembrança.

Ela já estava esperando pela morte, quando ouviu uma voz que menos esperava ouvir.

_Alejandro, acho melhor você baixar essa arma.

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